João Batista deu um conselho importante para aqueles que iam ouvi-lo as margens do Rio Jordão, segundo escreveu Lucas (3:13): “Não peçais mais do que o que vos está ordenado.” Essas orientações servem para aqueles que são inquietos, ansiosos; que deixam de fazer um trabalho frutuoso devido a precipitação, a desordens e recapitulações em decorrência. Toda atividade edificante reclama entendimento e engajamento eficaz nas atividades pertinentes.
A palavra do precursor do Cristo não visa anular ou diminuir a responsabilidade, mas recomenda espírito de precisão e execução nos compromissos assumidos. As realizações prematuras ocasionam grandes desperdícios de energia e atritos inúteis.
Acredito que eu não esteja agindo prematuramente, pelo contrário, acredito que esteja agindo de forma lenta, retardada, procrastinada. É a outra face da moeda. Não sei qual é a pior, talvez seja a que estou fazendo ou deixando de fazer. Talvez agindo prematuramente, eu gastasse mais energia e causasse atritos, mas pelo menos o trabalho estava sendo realizado de alguma maneira. Da forma que eu não faço, nada é realizado, eu não gasto energia nem crio atritos, mas nenhum trabalho está sendo feito.
Nos círculos evangélicos da atualidade, o conselho de João Batista deve ser especialmente lembrado, mas também não deve ser esquecido de quem está na ociosidade, sem nada realizar.
Quantos pedem novas mensagens espirituais, sem haver atendido a sagradas recomendações das mensagens velhas? Eu não costumo pedir mensagens para iniciar novos projetos ou atividades. Geralmente peço ajuda para resolver o que já tenho como compromisso na minha mente, as recomendações que o Pai já colocou em minha consciência.
Reconheço minha condição de aprendiz e tenho o cuidado de transmitir a verdade da Boa Nova ao próximo, procurando cumprir a responsabilidade que tenho dentro de casa, alinhando o que falo lá fora com o que pratico dentro do lar que o Pai me permitiu. Ao lado das revelações que chegam à minha mente, assumo a responsabilidade pelo quanto que recebi, dos deveres inalienáveis pelo que aprendi.
O programa individual de trabalho da alma, no aprimoramento de si mesma, na realização da vontade do Pai, na condição de encarnada ou desencarnada, é lei soberana.
Inútil enganar a si mesmo com belas palavras, sem que estejamos aderidos intimamente a elas, ou recolher-se à proteção de terceiros capitulando na tarefa a ser realizada, na esfera da carne ou nos círculos espirituais que nos são próximos.
De qualquer modo, haverá na experiência de cada um de nós a ordenação do Criador e o serviço da criatura. Não posso multiplicar as promessas ou pedir variadas tarefas ao mesmo tempo. Antes de tudo, é indispensável receber a ordenação do Senhor, cada dia, e executá-la do melhor modo.
Por isso estou sempre pedindo, não novas tarefas, mas sim a capacidade racional de executar o que já tenho determinado dentro de mim com a missão que o Pai desenhou para mim.