O site Consciencial publicou um texto divulgado no Jornal Espírita de Setembro de 2007 que relata uma experiência envolvendo o médium Chico Xavier que é muito importante para a prevenção de sentimentos negativos fáceis de serem absorvidos se não estivermos atentos. Vejamos o caso.
Coitadinho de mim
Jerônimo Mendonça nasceu em Ituiutaba (MG), em 1 de novembro de 1939, tendo desencarnado em 25 de novembro de 1989. A vida do médium Jerônimo Mendonça foi um exemplo de superação de limites. Totalmente paralítico há mais de trinta anos, sem mover nem o pescoço, cego há mais de vinte anos, com artrite reumatoide que lhe dava dores terríveis no peito e em todo o corpo, era levado por mãos amigas por todo o Brasil a fora para proferir palestras. Foi tão grande o seu exemplo que foi apelidado “O Gigante Deitado” pelos amigos e pela imprensa.
Houve uma época, em meados de 1960, quando ainda enxergava, que Jerônimo quase desencarnou. Uma hemorragia acentuada, das vias urinárias, o acometeu. Estava internado num hospital de Ituiutaba quando o médico, amigo, chamou seus companheiros espíritas que ali estavam e lhes disse que o caso não tinha solução. A hemorragia não cedia e ele ia desencarnar.
- Doutor, será que podemos pelo menos levá-lo até Uberaba, para despedir-se de Chico Xavier? Eles são muitos amigos.
- Só se for de avião. De carro ele morre no meio do caminho.
Um de seus amigos tinha avião. Levaram-no para Uberaba. O lençol que o cobria era branco. Quando chegaram a Uberaba, estava vermelho, tinto de sangue. Chegaram à Comunhão Espírita, onde o Chico trabalhava então. Naquela hora ele não estava, participava de trabalho de peregrinação, visita fraterna, levando o pão e o evangelho aos pobres e doentes.
Ao chegar, vendo o amigo vermelho de sangue disse o Chico:
- Olha só quem está nos visitando! O Jerônimo! Está parecendo uma rosa vermelha! Vamos todos dar um beijo nessa rosa, mas com muito cuidado para ela não “despetalar”.
Um a um os companheiros passavam e lhe davam um suave beijo no rosto. Ele sentia a vibração da energia fluídica que recebia em cada beijo. Finalmente, Chico deu-lhe um beijo, colocando a mão no seu abdome, permanecendo assim por alguns minutos. Era a sensação de um choque de alta voltagem saindo da mão de Chico, o que Jerônimo percebeu. A hemorragia parou.
Ele que, fraco, havia ido ali se despedir, para desencarnar, acabou fazendo a explanação evangélica, a pedido de Chico, em seguida vem a explicação:
- Você sabe o porquê desta hemorragia, Jerônimo?
- Não, Chico.
- Foi porque você aceitou o “Coitadinho”. Coitadinho do Jerônimo, coitadinho... você desenvolveu a auto piedade. Começou a ter dó de você mesmo. Isso gerou um processo destrutivo. O seu pensamento negativo fluidicamente interferiu no seu corpo físico, gerando a lesão. Doravante, Jerônimo, vença o coitadinho. Tenha bom ânimo, alegre-se, cante, brinque, para que os outros não sintam piedade de você.
Ele seguiu o conselho. A partir de então, após as palestras, ele cantava e contava histórias hilariantes sobre as suas dificuldades. A maioria das pessoas esquecia, nestes momentos, que ele era cego e paralítico. Tornava-se igual aos sadios.
Sobreviveu quase trinta anos após a hemorragia “fatal”. Venceu o “coitadinho”.
Que essa história nos seja um exemplo, para que nos momentos difíceis tenhamos bom ânimo, vencendo a nossa tendência natural de auto piedade e esmorecimento.
Extraído do Jornal Espírita de Setembro de 2007.
Esse conselho é muito útil, pois a tendência de desenvolvermos a auto piedade quando sofremos alguma injúria ou doença, e somos mimados por entes queridos que desejam o nosso bem e se compadecem de nossa situação, é entrarmos nessa vibração e aceitar a condição de coitadinho. Essa aceitação da condição mórbida de um ponto de vista da incapacitação e merecedor da caridade pública, penetra no nosso subconsciente e ele passa a gerenciar o corpo com essa nova visão pessimista, negativa e até catastrófica.
Que evitemos essa condição por mais que os entes queridos e amigos, querendo o nosso bem e sem saber do problema que esteja nos causando, nos coloca em situação de risco.