Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
29/10/2020 00h28
UMA SONDAGEM DO PAI

            Uma forma preferida de sondagem que o Pai opera comigo é através dos sonhos. Por esta forma é acionado o inconsciente sem a participação do consciente, onde as defesas do organismo estão atentas. Vejamos como foi esta última sondagem.

            Encontrei com Fulana por quem nutro simpatia, mas que não sinto dela abertura para aprofundar um relacionamento afetivo. Sentamos em algum lugar, isoladamente, e mandei abraços e beijos aos conhecidos quando nos despedimos. Ao sair, ela se volta e diz que prefere entregar o encomendado se ela recebe pessoalmente. Faz um sinal de beijos com as mãos nos lábios e aproveito para dizer que ela tem razão, que devo entregar pessoalmente os pedidos feitos. Dou um abraço prolongado nela e um beijo na face. Ela diz que prefere o recebimento de algo mais consistente, oferece sua boca e a beijo como sempre desejo. Sinto a sua língua ressequida, mas com o tempo do beijo ela vai se umidificando. Foi nosso primeiro beijo, mas de alta qualidade emocional, afetiva... nossos corpos se uniram com mais profundidade, o prazer assumiu o campo da minha consciência.

            Combinamos que nós iríamos para algum lugar sozinhos, para prolongar o momento que experimentamos. Ela concordou, mas não fez como havíamos planejado. A encontrei em outra circunstância, sentamos sozinhos em outro lugar, com uma terceira pessoa conosco. Ela explicou que não havia cumprido o prometido, pois era uma mulher casada e não teve como me explicar antes. Eu disse que nesse caso, teríamos que respeitar os compromissos anteriores que ela já tinha feito com outra pessoa, que não poderíamos aprofundar o relacionamento afetivo como eu estava pensando. A pessoa que estava ouvindo tudo se manifestou positivamente, dizendo que se sentia feliz e seguro ouvindo isso. Perguntei por sua profissão e ele disse que era médico. 

            Interpreto que este sonho foi mais uma sondagem feita por Deus em minha consciência, querendo saber até onde vai a minha liberdade de amar incondicionalmente, mesmo com a inclusão do ato sexual, que não pode ferir a ética ou a moral do próprio amor incondicional, que á a Sua essência.

            Minha consciência não acusa reprovação. Fiz tudo dentro da ética. Não forcei o primeiro beijo molhado, foi algo que veio da motivação de Fulana. Está certo que dei as condições psicológicas para isso acontecer, agi com muito afeto e libido, mas sem sinal de violência, de manipulação perniciosa. Talvez a secura que eu senti no beijo dela tenha sido a culpa pelo que ela estava dando início. Como eu não tinha tal culpa, não sabia da realidade dela, agi com naturalidade dentro da fisiologia e dos princípios do amor incondicional, aplicando a bússola do Mestre: “Fazer ao próximo aquilo que desejamos seja feita a nós.”

            Quando a realidade da situação de Fulana foi esclarecida, de imediato foi feita uma correção no modo de comportar para nós dois, respeitando o compromisso anteriormente feito com outra pessoa. Esse foi o segundo momento, o primeiro foi o beijo molhado, onde a convicção correta foi testada no sentido de direcionar o livre arbítrio. Pois poderia ter sido articulado um plano para manter o prazer que tínhamos acabado de descobrir, descartando os sentimentos negativos que iríamos infligir a outra pessoa diretamente envolvida com Fulana.

            Também serve esse sonho para fazer um contraponto com uma relação acontecida na vida real, onde fui confrontado com uma realidade que foi de certa forma manipulada para justificar o meu envolvimento. Firmei os meus princípios dentro da realidade que veio à tona, utilizei a verdade em todos os momentos dentro dos limites que já haviam sido estabelecidos. Isso me deu segurança nos caminhos que estou trilhando e mostrando a forma de adaptação que as pessoas que querem conviver comigo devem decidir se podem ou não tentar esse ajustamento de conduta.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 29/10/2020 às 00h28