Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
17/11/2020 00h16
SOBRE HOMENS, MACACOS E PANDEMIA

            Este é mais um texto que trago da net, fazendo uma reflexão no mesmo sentido daquele publicado no dia anterior, sobre o poder das narrativas na indução de um comportamento, por quem não tem uma crítica devidamente aparelhada por conhecimento da realidade. Este texto foi publicado em 07-10-2020 por Leandro G.M. Govinda, promotor de justiça em Santa Catarina, conforme encontrei na net nesta data. Vejamos.

Desde o início da pandemia causada pelo vírus originário da China, governantes impuseram uma série de medidas restritivas a pretexto de garantir o distanciamento social entre as pessoas e, assim, supostamente evitar a propagação do vírus. Quando observo as pessoas seguindo à risca certas medidas, lembro-me daquela experiência com macacos.

Conta-se que certa vez cientistas reuniram meia dúzia de macacos em uma jaula. No centro, deixaram uma escada e, acima da escada, um cacho de bananas. Cada vez que um macaco subia a escada, os cientistas lançavam um jato de água fria nos demais que ficavam no chão. Em dado momento, os macacos perceberam a relação entre subir a escada e o banho de água fria, quando, então, começaram a bater no símio que insistisse em tentar alcançar as bananas pela escada. A partir disso, os cientistas substituíram um macaco veterano na experiência por um macaco novato. O novato correu para a escada sem titubear, e os demais logo lhe aplicaram uma boa surra. Mais um primata novato foi colocado no lugar de outro veterano e o mesmo aconteceu: o novato tentou subir as escadas e apanhou dos demais. Chegou ao ponto em que todos os macacos veteranos foram substituídos por novatos, os quais, mesmo sem nunca terem tomado uma ducha de água fria, continuavam batendo no macaco que tentasse subir a escada. Conclusão: se fosse possível perguntar aos macacos novos por que eles batiam em quem tentava subir a escada, provavelmente eles responderiam: “não sei, mas aqui sempre foi assim”.

Essa experiência nos ensina que, como seres humanos dotados de racionalidade, devemos sempre refletir sobre o que fazemos, a fim de entender o sentido das nossas ações. O medo de ser contaminado pela praga chinesa do novo coronavírus, em parte provocado pelo terror midiático, parece ter tolhido nossa capacidade de pensar, de modo que aceitamos irrefletidamente as medidas que foram empurradas goela abaixo pelas autoridades públicas. Os nossos governantes dizem que todas as medidas adotadas estão baseadas em evidências científicas. Será mesmo?

Um dia desses fui em uma loja comprar um casaco. Escolhi uma peça e dirigi-me ao provador para experimentar, quando a atendente me impediu dizendo que estava proibido o uso do provador (na hora, senti-me na pele dos macacos novatos da experiência científica, mas por sorte a atendente era gentil e não me bateu). Eu teria que comprar o casaco e provar em casa e, se não servisse, poderia devolvê-lo. Eu perguntei para a moça: se o casaco fosse meu, poderia tirar e vestir novamente no interior da loja? Ela respondeu sim, claro. Então, fui até o caixa e comprei o casaco. O atendente do caixa me entregou a sacola com o casaco, e eu perguntei para ter certeza: agora, o casaco é meu? Sim! Aí tirei o casaco da sacola e vesti na frente do caixa. Como o casaco não serviu direito, tirei o casaco, coloquei-o sobre o balcão e pedi para experimentar outro tamanho.

Faz algum sentido proibir as pessoas de usarem o provador da loja? Se o sujeito pode circular na loja, por que raios não pode usar especificamente o provador? Ele já está no interior da loja! Vai dizer que o vírus fica concentrado só no provador?

Exemplos assim não faltam. Outro dia hospedei-me em um hotel. No check-in, o atendente me alertou que precisava reservar um horário para tomar o café da manhã. Decerto faziam isso para evitar “aglomero” no salão, pensei comigo mesmo. Não! Era porque o café tinha que ser servido nas mesas, pois o município havia proibido o uso das mesas de buffet. Como servir o café nas mesas exigia certa quantidade de funcionários, era preciso limitar o número de hóspedes por horário. Para minha surpresa, nessa mesma cidade, os restaurantes não estavam proibidos de servir almoço na modalidade buffet.

Que tipo de ciência é essa que não vê risco no buffet dos restaurantes, mas enxerga o fim do mundo no buffet dos hotéis? Por acaso, o vírus chinês circula apenas em hotéis e não em restaurantes?

Em algumas cidades, os cidadãos foram obrigados a usar máscaras dentro dos carros, mesmo estando sozinhos e com os vidros fechados! Teve prefeito que impôs distanciamento social até para veículos, que não podiam ser estacionados lado a lado! Dizem os “cientistas” que é para evitar que as pessoas fiquem próximas quando entram e saem dos carros. Então, o sujeito sai de casa, vai até o shopping ou ao supermercado, cruza com dezenas de pessoas, senta na praça de alimentação e tira a máscara para comer, fica cara-a-cara com o caixa dos estabelecimentos e nada disso é considerado arriscado demais. Mas Deus o livre estacionar os veículos lado a lado!

Ora, não é preciso ser um cientista nem um prêmio Nobel para perceber que essas e outras tantas medidas não fazem o menor sentido. Mesmo assim as pessoas continuam cumprindo e algumas acham mesmo que todas essas restrições são absolutamente necessárias para salvar a humanidade do juízo final.

Se a pandemia não passa de um grande experimento social, como afirmam algumas teorias da conspiração, será interessante descobrir quando foi que abdicamos da nossa faculdade de pensar e refletir sobre as nossas ações. Talvez seja o caso de começar a perguntar para as pessoas por que estão usando máscaras. Quando elas começarem a responder “não sei, mas aqui sempre foi assim”, aí teremos uma boa pista do momento em que nos tornamos menos humanos e mais macacos.

Leandro G.M. Govinda é Promotor de Justiça em Santa Catarina.

            Muito boa essa comparação do comportamento humano com a experiência feita com os macacos. No caso, foi usado uma ducha de água fria para os macacos aprenderem um comportamento e daí agirem com outros de acordo com o observado, já sem ter conhecido o que motivou.

            Em nosso caso, não foi uma ducha fria que nos condicionou. Foi uma narrativa vinda dos países de primeiro mundo, defendendo que a miséria dos povos poderia ser resolvida por uma revolução armada, socialista, comunista, com base na força. O apelo é muito comovente, correto e necessário. Diminuir o sofrimento do povo, trazendo igualdade, liberdade e fraternidade, como está bem exposto no ideal da revolução francesa. Acontece que a narrativa permanece encantando os jovens, como encantou a mim, e não é informado o modus operandi daqueles que assumem o poder por força da revolução com esses ideais esquerdistas. Muitos envelhecem sem nunca perceberem que estão encantados com essas narrativas, como foram encantadas as crianças que seguiram o Flautista de Hamelin em direção a suas destruições. O raciocínio crítico ainda é muito difícil de exercermos, já que não temos uma escola que busque a verdade e sim manter uma narrativa ao longo do tempo, como acontece com o método Paulo Freire, nosso patrono da educação, que nunca tocou na realidade que as sociedades comunistas trazem para os seus povos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/11/2020 às 00h16