Sonhei que estava num ambiente da igreja católica, num evento, onde encontrava pessoas conhecidas do meu passado de infância, mas que não sabia localizar com certeza. Sabia que eram rostos conhecidos. Um deles, querendo homenagear o amigo que havia sido o responsável pelo evento, disse que iria fazer uma surpresa no final lhe dando um presente muito especial. Assim fez. No final, entregou um carro zero km de presente ao amigo. Depois explicou como havia feito isso sem gastar nenhum tostão.
Ele descobriu que de onde estava, numa posição geográfica mais elevada, ele podia ver os arredores de cima para baixo. Descobriu que estava sendo realizado um bingo onde sua esposa participava e que ele podia ver o palanque onde estavam sendo colocados os números de forma antecipada. Assim, com o uso do binóculo ele conseguia ver o número e passar para a sua esposa, e dessa forma ele conseguiu o carro que beneficiou o amigo.
No sonho, eu identificava a falha ética e queria dizer isso, mas não tinha como. Apenas cumprimentei os meus amigos que também ficaram confusos de onde me conheciam.
Eu raciocinava que foi feita uma iniquidade, deixando o jogo viciado e prejudicando alguém que deveria ser o real ganhador. Mas, o meu amigo que procedeu errado, ganhando o carro de forma criminosa, não ficou com o bem, deu a seu amigo. Isso é um atenuante. O amigo que recebeu o carro, por não saber da origem criminosa, não tem culpa por ter recebido o bem. Mesmo porque, se ele fosse pedir explicações sobre a origem do presente, poderia receber uma mentira. Enfim, o maior prejudicado do ponto de vista ético, foi quem engendrou o artifício para ganhar o carro.
No sonho, eu ainda continuava as reflexões, de como nos deixamos iludir pelas oportunidades criminosas para nos beneficiar ou beneficiar os amigos. Tentava ver uma forma onde o principal agente da iniquidade poderia ter sua ação também atenuada. Isso poderia acontecer se o carro que ele conquistou de forma criminosa fosse dado ao amigo por outra pessoa, que o beneficiado nem ninguém soubesse que tinha sido um presente seu. Da forma que aconteceu, ele ficou com o benefício da vaidade e do orgulho, de ter dado um presente tão significativo ao amigo. Somente ele sabia o ato iniquo que foi realizado e da recompensa que achava que o seu amigo merecia. Dessa forma, ninguém sabia da iniquidade, do desvio ético, mas ele sim, estava registrado em sua consciência.
Nesse sonho, sei que houve uma permissão do simbolismo onírico quanto a realidade racional. Mas o que fica como lição é a forma de agir dentro da ética, que faz parte do amor incondicional, e que não devemos nos desviar dela, mesmo que ninguém seja testemunha desse desvio.
Esta é uma lição que o Pai está enviando para mim? Qual o comportamento que faço hoje, que fere a ética, e que ninguém é testemunha? Tenho que rever todo meu repertório comportamental. No momento só me vem na consciência uma condição: a masturbação. É um momento que alimento o Behemoth com fantasias, eróticas, sexuais, mas sem nenhum impacto na realidade e que ninguém tem conhecimento. Fica tudo guardado na caixa preta. Acredito que o Pai permita este tipo de comportamento, que está aliviando as tensões do meu monstro interno, para que ele não me force a agir dentro da realidade para adquirir os prazeres que ele deseja e prejudique o próximo, as minhas prováveis amigas e companheiras que de certa forma se aproxima de mim, nas diversas condições e caminhos que o Pai deixa a nossa disposição.
Acredito que esta seja a lição que o Pai está me dando. Eu não posso criar uma fantasia na mente que seja um desvio da ética. Mesmo que eu tenha a consciência de que não irei praticar isso dentro da realidade, nem que ninguém nunca saberá. Sei que já faço assim na realidade, no comportamento de masturbação. Procuro sempre uma fantasia dentro da ética, mas talvez esteja cometendo alguns desvios para apimentar o apetite do Behemoth. Talvez seja isso que o Pai esteja me advertindo, para eu ser mais cuidadoso e criterioso nas fantasias que elaboro, para não criar lixo de iniquidades dentro da minha consciência onde está localizada a Sua lei.