Paulo escreveu em Hebreus, 12:6, uma frase que nos adverte em nossa relação de filho e Pai, com o Criador: “Porque o Senhor corrige ao que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.”
É uma frase que merece maior reflexão, pois todos não somos filhos de Deus? Ele não deve nos amar a todos, sem distinção? E também não deve açoitar a todos nós sem distinção, pois todos somos seus filhos?
Existe uma diferenciação que Paulo quer fazer entender... que o Pai ama todos os filhos, sim, no entanto, os que percebem a Sua existência, que não estão órfãos espirituais e que este Pai é bondade e justiça, estes sim, quando sente alguma correção ou o açoite que a vida traz, identifica a participação do Pai nesse evento, não com o sentido de maldade ou injustiça, mas de correção dos desvios e voltar para a trilha do amor, do seio divino.
Quando nós, discípulos do Evangelho, começamos a entender o valor da corrigenda patrocinada pelo Pai, elevamo-nos mentalmente a planos mais altos da vida
Naturalmente, o Pai ama todos os filhos, no entanto, os que aceitam Sua existência e procuram compreendê-lo perceberão, mais de perto, o amor divino. A máxima identificação com o Senhor, representa a máxima capacidade sentimental, de ser um canal por onde flui o amor incondicional a todos os seres da criação.
Quando atingimos esse nível espiritual, penetramos em zonas de mais serviço e mais aprendizado. No princípio as corrigendas são dolorosas, ficamos atormentados pelos açoites da experiência, entretanto, se sabemos vencer nas primeiras provas, entramos no conhecimento das próprias necessidades e aceitamos a luta por ser alimento espiritual e o testemunho do esforço diário pela indispensável melhora de nós mesmos.
A vida que evolui dos aspectos primordiais da Natureza, está repleta de lições nesse sentido, da consciência que é gerada e descobre o Criador e aceita ser o instrumento da Sua vontade.
A consciência, que é a instância espiritual criada à semelhança de Deus, por ser capaz de refletir sobre sua origem, missão e continuidade, ainda dorme no mineral. No vegetal, acorda e começa a sonhar. Nos animais começam a seguir o impulso instintivo, involuntário, para depois usar a consciência como um brinquedo de criança, que na juventude já tem condições de idealizar. Na sua luta evolutiva, o espírito já dono amplo de sua consciência, continua no esforço de lutar para caminhar em direção ao Pai, já devidamente reconhecido.
Procuremos atingir o estágio de renovação, consciente da missão de Jesus, por vontade do Pai, para nos ensinar a importância do amor incondicional e como praticá-lo para formar a família universal e consequentemente, o Reino de Deus.
Nesse caminhar, o trabalho de iluminação e aperfeiçoamento é constante, e devemos agradecer pelas corrigendas e os açoites que recebemos, pois significa a retificação que o Pai promove em nossas vidas.
Quanto mais perto do Pai estamos, mais aprendemos e compreendemos o amor da educação divina.