Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
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Os nazistas se preparam para a próxima jogada. Ainda são parte de uma coalizão tênue, com poucos cargos no gabinete. Isso não é poder absoluto. Detonando os interesses da população.
Embora estejam no poder, os nazistas querem ampliá-lo. O círculo íntimo decide que precisa jogar para valer. Dizem que a coalizão fracassará e convocam outra eleição. Eles têm dois meses para garantir a maioria. O plano deles? Atacar seus principais rivais políticos: os comunistas.
A ameaça, real ou imaginada, à Alemanha por parte dos comunistas era parte crucial da narrativa nazista, e Goebbels não perdeu tempo para capitalizar sobre isso.
Goebbels faz muita campanha, com o slogan “Ataque ao Marxismo”. Mas eles sabem que apenas propaganda não será suficiente. Nessa altura, não há dúvida de que o movimento precisa de algum tipo de crise, algo para derrubar os comunistas, que ainda são o maior partido no Reichstag.
Mas por mais que os nazistas tentem provocar uma afronta, os comunistas se recusam a responder.
27 DE FEVEREIRO DE 1933 – BERLIM
Em fevereiro de 1933, Joseph e Magda Goebbels estão entretendo Hitler e outros líderes do partido em sua casa quando recebem um milagre. O Reichstag está pegando fogo.
Quando o incêndio acontece em fevereiro, um mês após ele assumir o poder, tudo circunstancialmente indicaria que teria sido ato dos nazistas. Isso foi negado na época, e a reação de Hitler, quando Himmler e Goebbels contaram sobre o incêndio, sugere que ele não sabia de nada.
Conspiração nazista ou não, é uma situação que pode ser manipulada. Um jovem comunista holandês é preso no local do incêndio.
Hitler dizia que ele era fruto da providência. Ele ficou realmente indignado com o ataque pelos comunistas ao símbolo do poder, o Reichstag. Hitler aproveita o momento. Rapidamente, ele convence Hindenburg a assinar o Decreto do Incêndio do Reichstag.
Sob o pretexto de proteger o povo, as liberdades civis são suspensas e os nazistas recebem autoridade legal para reprimir qualquer oposição.
O incêndio do Reichstag deu aos nazistas a munição de que precisavam para dizer que os comunistas iriam realizar uma revolta nacional. Foi o sinal, o farol aceso para desencadear a violência nazista desenfreada em toda a Alemanha.
A SA de Röhm, a Gestapo de Göring e a SS de Himmler entram em ação para destruir brutal e sistematicamente toda oposição política. A polícia da Prússia chegou à Alemanha com lista de prisão de ativistas de esquerda. Ao mesmo tempo, a SA e a SS não têm limites.
A SA, agora como polícia auxiliar, pode atacar e sequestrar seus oponentes comunistas, arrastá-los para câmaras de tortura e submetê-los a violência, terror e extorsão.
Falsas narrativas são armas preferenciais de grupos orientados pelo mal. Não existe sentido ético, as mentiras são disseminadas a torto e direito para influenciar a sociedade que não apresenta uma crítica severa. A consequência dessa imprudência é tornar o estado refém de grupos criminosos, como aconteceu aqui no Brasil. Tanto na tomada do poder central, a presidência da república, como já dentro do poder, continuavam suas narrativas mentirosas para induzir o povo, principalmente aqueles de menor crítica, através da doação de benefícios, para conquistar uma simpatia em todos os setores, inclusive na educação, clero e justiça. Depois de tudo acontecido na Alemanha, parece incrível como pessoas tão bem instruídas, como se imagina ser os alemães, deixaram se iludir por um grupo tão abertamente violento. Mas, quando observamos o Brasil, pessoas tão bem instruídas, como juristas e professores universitários, ainda defendem pessoas tão bem identificadas como criminosas e acusam outras cujo passado e atuais atividades estão dentro da ordem e da justiça, sem falar da sintonia espiritual.