Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
XXXII
Himmler obtém êxito e assume o controle das forças policiais estaduais do país, exceto de uma, a Prússia de Göring.
Göring mantém sua valiosa Gestapo. E apesar de perder o grande prêmio para Himmler, ele reconhece que seria bom ter o jovem burocrata ao seu lado. Ele logo o recruta como seu adjunto na Prússia. Ele acaba percebendo que Himmler pode ser bem útil. Então, eles decidem trabalhar juntos, mas, claro, Göring é quem tem a superioridade nessa parceria. Mais uma vez, ele subestima Himmler e sua ambição e habilidade em formar uma organização.
Göring tem um motivo maior para recrutar Himmler. Quer que a força combinada de sua Gestapo, da SS de Himmler e da polícia secreta derrubem alguém que ele vê como ameaça: Ernst Röhm e sua SA.
Até 1934, o movimento dos camisas pardas passou de três para quatro milhões de pessoas. Isso começou a subir à cabeça de Röhm. Ele faz discursos pedindo que a SA se torne o exército do povo. Havia uma verdadeira busca por poder dentro do partido por parte dos camisas pardas, que, com alguma justificativa, se viam como os aríetes que abriram os portões para os nazistas.
A SA mantém a ideia de acontecer uma segunda revolução. Uma junta militar com eles no topo. Embora Hitler e Röhm ainda pareçam próximos, estão ideologicamente em polos opostos.
Com Hitler amadurecendo politicamente e se afastando da imagem de “tocador de tambor”, convocando homens às armas nas esquinas, Röhm começa a virar um constrangimento a Hitler. “Quem é esse homossexual corpulento associado a ele?”
A homossexualidade de Röhm nunca foi segredo, mas agora, como líderes legítimos, está virando uma questão explorável para seu rival Göring e seu novo recruta, Himmler.
Himmler, que já foi o aliado mais próximo de Röhm, agora se encontra em competição direta com ele. Há uma relação fascinante de amor e ódio entre a SS e a SA e entre Himmler e Röhm.
Em 1934, Himmler quer a independência de sua nobre SS, para não ser associada ao vandalismo bruto e depravação aparente da SA. Himmler decide que seu antigo camarada Röhm precisa ser controlado.
Himmler, o líder da SS, era um grande burocrata, um manipulador brilhante, ele se juntou a Göring para conspirar contra Röhm. Eles consideram que Röhm age contra os desejos deles, e se Röhm for derrubado, eles veem a chance de avanço em potencial para ambos. Eles precisam concentrar os seus recursos, então o aliado de Himmler, Reinhard Heydrich, é trazido a bordo. Com a tarefa de encontrar provas contundentes, ele põe seu SD no caso. Iniciam um programa de vigilância de informações para descobrir o que a SA está pensando. Depois já juntam todo esse material para mostrar a Hitler.
Apesar de visar a homossexualidade de Röhm, Hitler não é muito receptivo. Como velhos colegas, ele sabe disso e ignorou a questão, mas os conspiradores sabem como convencê-lo. Göring e Himmler disseram de tudo para tentar persuadir Hitler, fazendo parecer que havia indecência na SA.
Sem dúvidas, Hitler era homofóbico, e imaginar Röhm e os líderes da SA fazendo orgias homossexuais é algo que ele não suporta.
Hitler ouve que a influência de Röhm não está corrompendo só a hierarquia da SA, mas também a Juventude Hitlerista. Enojado, Hitler dá permissão aos conspiradores. É temporada de caça a Röhm e sua SA.
Himmler ordena que Heydrich encontre informações sobre Röhm, informações fabricadas, mas será o bastante. O jeito nazista é inventar coisas, confrontar a pessoa e condená-la. É o que acontecerá com Röhm.
Em um círculo do mal, não solidariedade cristã, de se fazer ao próximo o que gostaríamos fizessem a nós. É exatamente o contrário, se existe alguém que atrapalha a evolução, essa pessoa deve sair do círculo, de preferência com a morte, para não deixar nenhuma possibilidade de reação. Foi isso que aconteceu com Röhm, as pessoas consideradas como amigas, passam a tramar contra ele. Observamos caso parecido no Brasil, com o prefeito Celso Daniel. Por não aceitar os atos de corrupção dentro do seu partido, o PT, para beneficiar as pessoas e não a ideologia, terminou sendo assassinado e os responsáveis até hoje não foram punidos. Mesmo que a corrupção contra o Brasil fosse em benefício ideológico, isso não seria sustentável do ponto de vista ético. Como nos sentimos impotentes, ao ver o desenrolar desses casos e não poder intervir para evitar ou punir os criminosos. O máximo que podemos fazer é não eleger tais criminosos, mas nem isso é possível. As massas ignorantes, subalternas, dirigidas por benefícios pessoais em épocas eleitorais, não tem sentido crítico de agir dentro da honra. E os criminosos conseguem se reeleger, até contando com o apoio de pessoas de bom coração, mas que foram envolvidas pela hipnose das falsas narrativa.