Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
XXXV
01 de abril de 1933
No começo do dia os soldados da SA se posicionam no exterior de lojas de judeus com os cartazes: NÃO COMPRE DE JUDEUS! Cartazes são colados: ALEMÃES! DEFENDAM-SE!... E frases antissemitas são pintadas. O trabalho deles era deixar claro que os alemães deveriam boicotar.
Cartazes eram colocados em lojas de judeus: “Não comprem dos judeus. Eles são nossa desgraça. Voltem para a Palestina.” Era antissemitismo virulento patrocinado pelo governo em sua forma mais pura.
Mas, para Goebbels, não foi bem-sucedido como ele esperava. Göring não é o único ambivalente quanto ao boicote. Muitos alemães não apoiam. A SA ficou do lado de fora das lojas, alguns clientes eram intimidados fisicamente, outros diziam: “Vim pegar um pedido.” E a SA deixava claro que não sabia se poderia bloquear fisicamente as pessoas. Se a pessoa tivesse coragem e não gostasse do que a SA estava fazendo, ela entrava. Muitos alemães entravam em desafio aos homens da SA que estavam à porta. A Alemanha ainda não tinha se transformado em um Estado autoritário de completo terror, e as pessoas saíam assim, ilesas de suas ações provocativas.
Ele queria ter um amplo apoio ao boicote, mas não conseguiu. Foi um fiasco. Foi uma grande decepção para Goebbels, ele teve de engolir sua indignação e aceitar que não tinha dado certo naquele momento. No entanto, como ministro da Propaganda, Goebbels pode transformar o fracasso em sucesso. Ele faz declarações públicas celebrando o boicote, e ameaça dizendo que outros poderão acontecer a qualquer momento. Mas é um blefe.
Enquanto os fiéis do partido dão apoio total ao antissemitismo, ele percebe que precisa convencer todo o povo alemão. Para fazer isso, ele tem de ganhar a confiança deles. Por ora, o antissemitismo explícito foi recuado. Ele precisa pensar em longo prazo.
Goebbels e outros antissemitas do partido precisavam pensar em como envolver o povo alemão. Teria de ser feito aos poucos.
Podemos exemplificar o antissemitismo como o mal explícito. Como pessoas pacatas, vivendo de seus trabalhos, sem envolvimento político, passam a ser hostilizadas e perseguidas em seus próprios ambientes de trabalhos, envolvendo diretamente seus próprios clientes. As pessoas não estão suficientemente informadas do poder virulento do nazismo e continuam acreditando nas suas promessas de recuperação econômica e honra nacional.
Aqui no Brasil, a ação maligna da corrupção, para beneficiar a ideologia socialista tanto dentro como fora do país, não foi feita de forma explícita, pela sua própria natureza criminosa. Os agentes públicos responsáveis para evitar tais crimes, se deixaram corromper nas diversas esferas administrativas e jurídicas, principalmente em postos estratégicos cuja indicação era pessoal, do chefe de Estado. Essas ações maléficas que poderiam se tornar o mal explícito só adquiriu esse estágio com o escândalo do Mensalão. Mesmo assim o povo não tinha as condições de reagir contra o fato que já havia sido consumado, como o povo alemão reagia e entrava nas lojas que estavam sendo boicotadas. Mas tem suas semelhanças.