Sióstio de Lapa
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Meu Diário
23/12/2020 19h02
VINHA DE LUZ (23) - OLHAI POR VÓS

            Jesus já advertia: olhai por vós, para que não aconteça que vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez e dos cuidados desta vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia. (Lucas, 21:34).

            Em geral, nós nos interessamos por tudo quanto diz respeito ao bem-estar imediato da existência física, descuidando da vida espiritual, e nos sobrecarregando de vícios e exageros de toda a sorte. Este é o domínio do Behemoth, o monstro criado por Deus dentro de nós, para nossa proteção corporal. Sim, ele é um elemento importante, senão Deus não o teria feito. Porém não pode ter suas ações descontroladas, sem limites, pois isso termina sendo o inverso de sua missão, de proteger o corpo. 

Vejamos o exemplo da glutonaria. A pessoa ingere alimentos de forma demasiada atendendo os desejos imediatos do Behemoth. O alimento extra se acumula no corpo na forma de gorduras que termina levando a pessoa a obesidade, a facilitação de outras doenças e a aproximação da morte. Assim, a ação final que seria proteger a pessoa, termina o inverso, aproximar a pessoas da morte. 

Por isso a lição do Mestre tem muita sabedoria.  Nosso espírito deve olhar por nós, isso é, a responsabilidade maior, quando este assume a racionalidade, é colocar freios nesses desejos do Behemoth, para evitar prejuízos tanto para o seu próprio corpo, como para o corpo do próximo, a quem devemos amar como se fosse a nós mesmos.

            Falou assim Jesus, pois observava o quanto nós temos tempo de sobra para nos envolver com atitudes prazerosas, exageradas, adquirindo aflições no vasto noticiário dos planos inferiores, e nunca encontramos tempo para momentos de meditação elevada.

O interesse desviado da noção espiritual da evolução e compromisso com Deus, deixa a mente conduzida pelos instintos do Behemoth. Fixa com interesse as ondas destruidoras de ódio e treva que assolam nações, mas não vê, comumente, as sombras que o invadem, as falsas narrativas que lhe aprisionam. Vasculha os males do vizinho e não percebe os que lhe são próprios.

            Não cuida senão de alimentar convenientemente o veículo físico, mergulhando-se no mar de fantasias ou encarcerando-se em laços terríveis de dor, que ele próprio cria, ao longo do caminho.

Depois de plasmar escuros fantasmas e de nutrir os próprios verdugos, clama, desesperado, por Jesus e seus mensageiros, quando não está fixado no mal, sem mínimo arrependimento do mal que causou.

O Mestre, porém, não se descuida em tempo algum e, desde muito, recomendou vele cada um por si, na direção da espiritualidade superior. Domestique o Behemoth que o Pai criou dentro de você.

Sabia o Senhor quanto é amargo o sofrimento de improviso e não nos faltou com o roteiro, antecedendo-nos a solicitação, há muitos séculos.

Retire-se cada um dos excessos na satisfação egoística, fuja ao relaxamento do dever, alije as inquietações mesquinhas - e estará preparado à sublime transformação.

Em verdade, a Terra não viverá indefinidamente, sem contas; contudo, cada aprendiz do Evangelho devemos compreender que o instante da morte do corpo físico é dia de juízo no mundo de cada pessoa.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/12/2020 às 19h02