Meu Diário
02/01/2021 00h01
VINHA DE LUZ (24) – NO REINO INTERIOR

            Paulo escreveu em Romanos (14:19) uma frase importante para a aplicação prática do Evangelho: “Sigamos, pois, as coisas que contribuem para a paz e para a edificação de uns para com os outros.”

            Vejamos como é difícil este trabalho de evangelização no sentido de a prática ser realizada. Os ensinamentos de Paulo, que visam a prática do Evangelho, até hoje é necessária. Esta vitória imediata no Evangelho no espírito dos povos não mostra ser possível, pois quase dois mil anos são passados e ainda continuamos a Evangelizar com as mesmas palavras de Paulo e o conselho não é seguido na prática. Apesar de tudo, também verificamos uma melhora da conduta humana, pois se antes a vida humana não tinha nenhum valor, eram jogados na arena para lutarem até a morte ou serem trucidados pelas feras, sob o aplauso da plateia.

            Toda transformação é lenta, principalmente quando estamos focando as massas. A cada geração que surge para o trabalho evangélico ser realizado, parece que temos de iniciar tudo novamente, pois nascemos sob o signo do Behemoth, o monstro carregado de instintos de autopreservação da nossa vida, cheio de egoísmo, como seria de esperar, mas que foi criado por Deus, para nossa proteção. Isso está muito presente na psicologia de massas. A transformação é vagarosa e difícil. 

Não acontece o mesmo, porém, na esfera particular do discípulo. Cada espírito possui o seu reino de sentimentos e raciocínios, ações e reações, possibilidades e tendências, pensamentos e criações. Neste plano, o ensino evangélico pode exteriorizar-se em obras imediatas. Bastará que o aprendiz se afeiçoe ao Mestre. Reconheça a verdade de Suas lições, e procure agir como Ele agia. Construiremos assim o Reino de Deus dentro de nossos corações, o Reino Interior. Isso é importante como primeiro passo, o passo seguinte é fazer extrapolar este Reino Interior que se caracteriza como o Reino de Deus, para o nosso redor, trazendo justamente isso, paz e edificações de uns para com os outros. 

Enquanto o trabalhador espia questões do mundo externo, o serviço prático estará perturbado. De igual maneira, se o discípulo não atende às diretrizes que servem à paz edificante, no lugar onde permanece, e se não aproveita os recursos em mão para concretizar a verdadeira fraternidade, seu Reino Interno estará dividido e atormentado, sob a tormenta forte.

Não nos entreguemos, portanto, ao desequilíbrio de forças que prevalecem ao nosso redor em homenagens ao mal, através de comentários alusivos à deficiência de muitos dos nossos irmãos, cujo barco ainda não aportou à praia do justo entendimento, mesmo que suas palavras possam ferir nossa sensibilidade, ou que nossa autoridade moral seja desafiada pela ignorância travestida de sabedoria.

O caminho que temos à frente é infinito e recheado de armadilhas, de falsas narrativas, do hálito do mal ao nosso redor, mas o Pai vela por todos.

Auxiliemos e edifiquemos, sejamos como sol que ilumina a todos, mesmo aqueles que se recusam à luz da verdade, e sempre estão cobertos por um guarda sol de prepotência.

Se somos discípulo do Senhor, aproveitemos a oportunidade na construção do bem, da família universal. Semeando paz, colheremos harmonia; santificando as horas com o Cristo, jamais conheceremos o desamparo.


Publicado por Sióstio de Lapa em 02/01/2021 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr