Meu Diário
09/01/2021 00h08
CIRCULO DO MAL DE HITLER (45) – ESTADO BRUTO E PERVERSO

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

XLV

            O posto de vice de Hess, em Munique, é apenas um trampolim para Bormann. Ele age bem de forma servil, mas é uma fachada. Bormann está determinado a chegar ao centro do poder, custe o que custar. Esse homem é implacável, muito ambicioso e fará de tudo para agradar Adolf Hitler. É um verdadeiro bajulador. Ele parece um mafioso. E tem memória fotográfica. Então, para alguém tão atento aos detalhes, há muitas oportunidades para subir de posição bem rápido. E é exatamente o que ele faz. Graças à oportunidade que seu chefe Hess involuntariamente lhe deu.

            Martin Bormann entende como a Baviera é importante para o Führer. Hitler conheceu a cidadezinha de Berchtesgaden 12 anos antes e se apaixonou pela região. Ele alugou e depois comprou uma casa de férias perto de Obersalzberg. A casa se chamava Haus Wachenfeld. Ele passou bastante tempo naquela casa e acabou comprando-a. agora a casa está sendo reconstruída como peça central de um enorme complexo na montanha.

            Outros podem ver o projeto Berghof como um trabalho administrativo, mas Bormann é astuto e percebe que realizar essa tarefa pode ser sua passagem para o sucesso. Tem o potencial de coloca-lo em contato direto e frequente com o Führer.

            Para Bormann, poder construir o lugar favorito de Hitler no mundo é uma grande oportunidade para ele. Ele sabe disso e vai agarrá-la com força.

            Enquanto a ambiciosa reconstrução do retiro de Hitler continua, o país todo está passando por uma revitalização. Mesmo os maiores detratores do Partido Nazista viam a Alemanha daquela época, o que o regime causava, e concordavam que não estava mau. O desemprego estava caindo, o PIB, aumentando. Talvez Hitler e o Partido Nazista estivessem fazendo o milagre econômico prometido.

            Uma nova Alemanha está tomando forma. Em março de 1935, houve a primeira transmissão televisiva na Alemanha. Poucas pessoas recebiam a transmissão, era um experimento em estágio inicial.

            A TV era um grande símbolo de modernidade, e tudo de moderno era executado pelos nazistas, porque isso mostrava o Terceiro Reich como um movimento futurista. Está em reconstrução, voltando a crescer. Tudo isso pode ser propagado por meio de rádio, televisão e filmes. A mensagem está sendo transmitida, e todos na Alemanha, e fora dela, começam a acreditar. E Bormann não quer que nada reflita essa crescente confiança no novo Reich com mais força do que a construção do Camelot do Führer nos Alpes Bávaros. Mas há um problema. Para realizar seus planos opulentos, ele precisará adquirir mais terras. É um desafio que ele encara com sua típica brutalidade. Bormann visita os vizinhos dizendo para venderem e se mudarem. É um pedido difícil de se recusar.

            Ao lado de Berghof havia um hotel, e o dono não queria vender. Mas os métodos de Bormann são persuasivos. Ele está determinado a comprar o local, ele aborda o dono, que está relutante, se recusa a vender. A resposta de Bormann é rápida e impiedosa. Ele envia o dono para o campo de concentração de Dachau. O dono muda de ideia sobre a venda. Bormann oferece uma quantia que era o valor de mercado da época, mas no último minuto, ele paga bem menos. Ele deixa de pagar grande parte do valor acordado.

            Quanto o poder do Estado cai em mãos impiedosas, perversas e ambiciosas, o povo sofre sem tem a quem recorrer. Por isso é importante sabermos com segurança a quem colocaremos o poder nas mãos. Por isso nas democracias, o eleitor que tem o poder do voto nas mãos, não pode negociar este poder por migalhas ou mesmo por cargos mais significantes. Sentimos isso no Brasil, quando as esquerdas conquistaram o poder central com base em falsas narrativas, com falsas promessas, enganando muitos, inclusive eu. E o que aconteceu. A quase destruição do potencial financeiro da nação, com a corrupção correndo franca em todos os setores da economia, quase destruindo a nossa potente Petrobrás. 


Publicado por Sióstio de Lapa em 09/01/2021 às 00h08


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr