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15/01/2021 00h10
CIRCULO DO MAL DE HITLER (49) – DETERIORAÇÃO DE HESS

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

            XLIX

Enquanto a corte continua, o mestre de cerimônias é o ambicioso homem nas sombras, Martin Bormann, desprezado por todos os seus rivais. Mas isso não o incomoda. Ele tem sede por poder, e por ter ganhado a confiança do líder, regozija-se com a atenção.

Berghof é o lugar onde Bormann está no comando. É a corte de Hitler, mas é o feudo de Bormann, e esses são seus dias de glória. E ele está prestes a dar seu golpe de mestre. Ele desapropria um orfanato local e se muda para lá. É uma das maiores casas da região e fica logo acima do Berghof. Bormann já controlava o acesso até Hitler. Agora é literalmente seu “porteiro”.

A casa tem vista para o Berghof, então ele pode ver quem entra e sai de lá a partir de sua própria casa. Ele não precisa contar com informações. Tardiamente, os outros membros do círculo percebem que foram superados por Bormann e lutam para se reafirmarem.

Todos ficam inquietos para saber quem Hitler convida a Berghof, quem passa tempo com ele, e eles querem ficar por perto para participar, marcar território e não deixar outros ficarem mais próximos do Führer.

Cada membro do círculo tenta superar os rivais exibindo lealdade extrema ao líder, ao Reich e a tudo que ele representa. E nesse mundo particular de Berghof, eles se sentem seguros para planejar contra o “problema judeu”.

O grupo de Berghof parece culto, urbano e sofisticado, e é até fácil esquecer que naqueles sofás de chita foram criadas as ideologias mais depravadas.

Há um paradoxo curioso que só faz sentido pelo fato de haver uma “nova moralidade”, dentro do nazismo, que permite que as pessoas sejam cultas, inteligentes, instruídas e, ao mesmo tempo, defendam ideias radicais, horríveis e racistas. 

Nos bastidores, Bormann aumenta o controle sobre seus rivais e se transforma no cão de guarda de Hitler. Ele assume o controle das finanças pessoais do Führer e dos cofres do Partido Nazista. Ele diz quem pode pegar o quê. E onde há dinheiro, há poder.

O astuto Bormann, que passou a ser conhecido como Eminência Parda, que é algo meio escatológico para descrevê-lo, está ganhando cada vez mais poder como tesoureiro do partido. Isso lhe dá enorme poder e vantagem sobre a pessoa que pega dinheiro emprestado.

Enquanto o poder de Bormann aumenta, a sorte de Hess, ainda seu chefe, teoricamente, começa a cair. Ele não é visto nas tranquilas imagens no retiro na montanha. Não há melhor prova da exclusão de Hess do que o fato de ele não estar nas imagens em Berghof. Ele quase não ia lá. Ele não era muito sociável. Era isolado.

A recusa de Hess em participar das cruéis manobras por poder do círculo deixam-no cada vez mais longe da hierarquia. A cada esnobada, real ou imaginária, sua dor aumenta.  Ele se torna hipocondríaco, buscando terapias alternativas para tratar vários males sentidos. Seu comportamento fica cada vez mais bizarro.

Göring, após mencionar sua nevralgia a Hess, recebe um monte de pacotes surpresa. Para sua diversão, Hess lhe disse que ele deveria usar as panelas e caçarolas para tratar sua nevralgia, enchendo-as com água a diferentes temperaturas e mergulhar partes do seu corpo. Göring sempre teve dificuldades em levar Hess a sério e pensou que ele tinha enlouquecido.

Hess era um homem problemático, ele era inseguro quanto a seu papel no círculo íntimo. Foi ficando cada vez mais imerso no tipo esquisitão que sempre foi. Mas uma área na qual Hess ainda é útil é em manter ligações com apoiadores nazistas na Áustria, de onde o partido foi banido após um levante fracassado.

O trabalho de Hess como mensageiro ajuda a preparar o terreno para a tomada do vizinho da Alemanha, que Hitler sonha conseguir como primeiro passo na dominação da Europa.

No círculo do mal de Hitler, dentro da cúpula do Partido Nazista, quem não souber ou tiver escrúpulos em praticar maldades não se dará bem. Tenderá a se deteriorar. Foi o que aconteceu com Hess. Não há solidariedade dos demais membros, pelo contrário, podem usar de sua fraqueza como trampolim para acumular mais poder, mesmo que seja derrotando os rivais ou puxando o saco do líder. 

A sociedade prevista por Jesus para formar o Reino de Deus é totalmente o inverso da sociedade planejada pelos nazistas. Uma sociedade que ainda hoje é imaginada, com viés diferentes, em diversas partes do mundo e que chegamos a sofrer aqui os seus efeitos socialistas, um belo nome para um forte mal. 

No Reino de Deus prevalece a harmonia, o predomínio do amor, a inclusão de todos, como um só rebanho, um só pastor. Não há nenhum movimento no sentido de jogar grupos contra grupos, destruir os valores e religiosos e familiares. A democracia é exercida no seu mais alto nível de dignidade para o ser humano, com ninguém tentando comprar votos de forma sutil ou ostensiva.

Talvez seja esta a missão atual do Brasil, conduzir a transformação da nossa atual sociedade humana, tão impregnada do mal, para uma sociedade mais sintonizada com o Reino de Deus, onde prevaleça o bem e não o mal. Talvez a presença de um presidente como Bolsonaro, que tem no nome Messias, e que fala tanto nos princípios evangélicos, que defende a verdade ao invés da mentira, seja um bom indicador para isso. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 15/01/2021 às 00h10