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17/01/2021 00h10
CIRCULO DO MAL DE HITLER (50) – ÁUSTRIA E A ANSCHLUSS

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

            L

12 DE MARÇO DE 1938

FRONTEIRA AUSTRÍACA

Mas quando é hora de ação e a operação de tomada da Áustria começa, o vice do Führer é deixado de lado. É Göring que abre caminho. Faz uma grande demonstração do poder da Luftwaffe. Eles ficam indo e vindo no espaço aéreo abastecendo e continuando. A espetacular exibição de poder alcança o efeito desejado. Os alemães entram sem haver nenhum tiro. Novamente, a jogada deu certo. Eles entram incontestáveis e sem nenhuma baixa. É uma extraordinária ação diplomática apoiada por força, mas dá certo.

A Anschluss, ou “junção”, da Alemanha e Áustria é o maior triunfo de Hitler, até então, e os austríacos recebem seu novo mestre de braços abertos.

Como na Renânia, deu certo. Se dá certo, ótimo. Se não dá, é um desastre. Mas deu certo. Foi um blefe que valeu. Ninguém desafiou o blefe

Após ter ajudado a montar a base, deveria ser o melhor momento de Hess, mas quando Hitler é saudado pela multidão em Viena, o vice do Führer não está presente. Talvez fosse o jeito de Hitler dizer: “Você não está entre aqueles que servirão daqui em diante.”

A Anschluss parece ser uma pacífica união de nações. Mas um dia após o discurso de vitória de Hitler, o terror começa, liderado por Heinrich Himmler, um dos homens de Berghof que gosta de se considerar culto e sofisticado. Ele é o covarde aspirante a soldado que não tem experiência militar para lutar contra exércitos. Então, faz guerra contra civis inocentes. A SS dele começa a capturar milhares de judeus e leva-los sob custódia protetora.

Os judeus eram presos, levados a campos de concentração e, em alguns casos, assassinados por nazistas austríacos. Foi o começo de um programa aberto de antissemitismo, e se tornou um modelo que foi transferido para a Alemanha.

Mas, em Berlim, Göring é aplaudido ao lado de seu Führer, enquanto um público alemão adorador e alheio celebra outra grande e, aparentemente, pacífica vitória.

Longe dos horrores em ação na Áustria, Hitler mergulha nos altos ideias de sua visão arquitetônica para o Reich.

Albert Speer seduz seu chefe com planos de remodelar o coração da capital. Será em escala impressionante, ideal para um império que durará 1.000 anos. Ambos tinham planos grandiosos para o que a Alemanha pareceria, prédios enormes com grandes cúpulas e arcos. Hitler dizia: “Adorei, conte mais, e se fizermos assim?” “Fantástico, mein Führer!”

Hitler quer rebatizar Berlim de “Germânia”, nome dado à região pelos antigos romanos. A nova cidade será seu legado ao grato povo alemão, e Speer fará isso acontecer. Speer e Hitler incitam um ao outro. Ambos eram visionários e se consideravam artistas, mas há uma linha tênue entre ser um visionário e um sonhador. No fim das contas, ambos eram sonhadores. Por compartilharem visão e paixão, eles se tornaram próximos. Speer é uma das poucas pessoas que pode ignorar o crescente cerco de Bormann e se aproximar de Hitler.

Mais uma vez observamos a omissão irresponsável dos aliados nesse avanço de Hitler sobre comunidades cobertas por falsas narrativas e temerosas pelo poder do fogo. Como é que os dirigentes dos países vitoriosos na Primeira Guerra Mundial e que deveriam ser os fiscais do Tratado de Versalhes, deixam os nazistas conduzirem sob a ousadia do seu líder, o ex-cabo Adolf Hitler a uma situação tão perigosa e tão perversa? Como pessoas tão bem instruídas e com tantas altas responsabilidades com seus respectivos Estados, deixam isso ocorrer sem nenhuma advertência ou confronto? O primeiro ministro da Inglaterra persegue uma paz temerosa pelos efeitos da guerra, enquanto isso Hitler avança sem respeitar qualquer tipo de tratado, antigo ou novo. A única voz de advertência nesse ovo de serpente que se desenvolve, é a de Winston Churchill, mas que não chega a sensibilizar o Parlamento britânico.

E com esses sucessos, cada vez mais se desenvolve a megalomania de Hitler, cercado de bajuladores que preferem mais agradar ao chefe para adquirir poder pessoal do que lutar pelo bem-estar do povo e do Estado.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/01/2021 às 00h10