O Papa Francisco escreveu a Carta Encíclica Fratelli Tutti (Todos Irmãos) que recebeu e ainda recebe severas críticas por membros bem situados no Vaticano e que se espalha pelas redes sociais. Se espalha mais as críticas que a própria Carta.
Trarei aqui esse documento, fracionado devido a sua extensão, para que tenhamos oportunidade de fazer nossas reflexões sempre com o espírito livre em procura da Verdade, que é o nosso objetivo final.
Sem fronteiras
3. Na sua vida (São Francisco), há um episódio que nos mostra o seu coração sem fronteiras, capaz de superar as distâncias de proveniência, nacionalidade, cor ou religião: é a sua visita ao Sultão Malik-al-Kamil, no Egito. A mesma exigiu dele um grande esforço, devido à sua pobreza, aos poucos recursos que possuía, à distância e às diferenças de língua, cultura e religião. Aquela viagem, num momento histórico marcado pelas Cruzadas, demonstrava ainda mais a grandeza do amor que queria viver, desejoso de abraçar a todos. A fidelidade ao seu Senhor era proporcional ao amor que nutria pelos irmãos e irmãs. Sem ignorar as dificuldades e perigos, São Francisco foi ao encontro do Sultão com a mesma atitude que pedia aos seus discípulos: sem negar a própria identidade, quando estiverdes «entre sarracenos e outros infiéis (...), não façais litígios nem contendas, mas sede submissos a toda a criatura humana por amor de Deus». No contexto de então, era um pedido extraordinário. É impressionante que, há oitocentos anos, Francisco recomende evitar toda a forma de agressão ou contenda e também viver uma «submissão» humilde e fraterna, mesmo com quem não partilhasse a sua fé.
É um momento difícil onde existe o combate entre duas facções por motivos ideológicos, religiosos, onde cada lado defende um Deus cuja essência de cada um é o amor. Como isso é possível? Pessoas que defendem um Deus de amor entrarem em guerra para destruição mútua? Francisco quebra o paradigma e vai em direção ao Sultão armado somente com o amor e a fé. Isto é o que fez a diferença. O Sultão não tinha visto isso ainda, nem de um lado nem do outro. Ele mesmo não estava disposto a praticar esse tipo de amor. Mas ficou impressionado com a atitude sincera e honesta de Francisco, deixou-o voltar ileso e com a promessa de a guerra acabar se houvesse outros como ele. Claro, Francisco não encontrou essas pessoas. Ficou apenas na história o seu exemplo lendário. Podemos fazer isso hoje com nossos semelhantes? Sim, até pode dar certo, se fizermos com pessoas cultas e capazes de ter atitudes éticas. Mas, caso encontremos alguém mais brutalizado, sem nenhum respeito ou conhecimento de regras éticas, que nem reconhece a existência de Deus, certamente este novo Francisco iria ser trucidado.
Poderíamos pensar, mas no atual estágio de nossa civilização a maioria das pessoas possuem um bom senso ético, esse Francisco teria uma grande chance de se sair bem mais uma vez.
Observemos o comportamento de uma nação dita a mais evoluída técnica, cientifica e militarmente do mundo: os Estados Unidos. O que aconteceu agora nas últimas eleições para presidente? Uma avalanche de atos de corrupção com o intuito de burlar as urnas e impedir a vitória de Trump. Não são pessoas tão evoluídas? Por que fizeram isso? Principalmente dentro de um partido como o Democrata que pretende ser o exemplo para o mundo, de defensor da Democracia, da justiça, da honra?