A ignorância nos cobre desde o nascimento, como se fosse um véu. Não sabemos onde está a verdade e temos necessidade de sermos instruídos quanto a isso. Uma verdade importante que necessitamos conhecer para que possamos evoluir corretamente, é o conhecimento da dimensão espiritual para a qual iremos depois de nosso tempo aqui na dimensão material.
O apóstolo Paulo ensinava sobre isso dizendo: “Mas quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará.” (II Coríntios, 3:16). Queria dizer que, se convertendo ao Cristo, aos seus ensinamentos, que falava da importância de Deus e do Seu reino, que não é deste mundo material, o crente passaria a ver com mais clareza o mundo espiritual, o véu estaria sendo retirado.
Não é fácil tirar o véu da ignorância, principalmente quando a pessoa não consegue raciocinar, está preso mentalmente dentro de um preconceito rígido. A mente deve estar sempre aberta para poder decidir com clareza sobre os pontos de verdade que vai adquirindo, evitando qualquer tipo de preconceito, de ideologia rígida, que só veja um lado da questão. Quem somente se convence de determinado aspecto, tende a entrar num dogmatismo feroz, capaz das maiores incoerências, como matar em nome do amor.
Muitos cientistas e filósofos, escritores e pregadores assemelham-se aos pássaros de bela plumagem, condenados a baixo voo em cipoais extensos. Vigorosas inteligências, temporariamente frustradas por véus espessos, estão sempre ameaçadas de surpresas dolorosas, por não se afeiçoarem, realmente, às verdades que elas mesmas admitem e ensinam.
Exportadores de teorias, esquecem os tesouros da prática e daí as dúvidas e negações que, por vezes, lhes assaltam o entendimento. Esperam o bem que ainda não semearam e exigem patrimônios que não construíram, por descuidados de si próprios.
Conseguem teorizar valorosamente, aconselhar com êxito, mas, nos grandes momentos da vida, sentem-se perplexos, confundidos, desalentados... É que lhes falta a verdadeira transformação para o bem, com o Cristo, e, para que sintam efetivamente a vida eterna com o Senhor, é indispensável se convertam ao serviço de redenção. Somente quando chegam a semelhante cume espiritual é que se libertam dos véus pesados que lhes obscurecem o coração e o entendimento, atingindo as esferas superiores, em voos sublimes para a Divindade.
Procuro seguir esta orientação, da busca da verdade e mudar meu comportamento quando sinto que a encontrei, mudar o meu discurso e a minha prática. Acontece que pessoas que não passaram por esse mesmo processo que eu, que continuam defendendo ferreamente seus pontos de vista, me acusam de forma forte que eu estou equivocado e que deveria retornar aonde estava.
Mas como fazer isso? Por exemplo, defendia o governo Lula, pois votei nele na sua primeira eleição. Quando descobri que ele mentia, no escândalo do Mensalão, deixei de segui-lo e passei a critica-lo. Até hoje considero como correta a minha decisão, pois me sentiria como um cumplice de iniquidades se permanecesse perto dele tendo descoberto essa verdade. Se outras pessoas não conseguem discernir essa verdade, ou não conseguem mudar de opinião quando descobrem, então essas pessoas possuem outra forma de abrir e manter caminhos que são diferentes dos meus. Por mais que sejam meus amigos, não posso caminhar com eles por tais estradas que considero iníquas.