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25/01/2021 00h20
CIRCULO DO MAL DE HITLER (54) – CONVIVENDO COM A MENTIRA

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

            LIV

28 DE ABRIL DE 1939 – BERLIM

O alto escalão do Partido Nazista toma seu lugar no Reichstag. Entre eles, o comandante Hermann Göring e o leal partidário Rudolf Hess.

Göring está bem-conceituado aos olhos de Hitler após a tomada militar da Áustria e Tchecoslováquia sem nenhum tiro disparado. Mas Hess, apesar de ter o título de vice do Führer, não está contente. Eles souberam que o Führer falaria ao povo alemão e sabem que a sorte depende dos planos dele.

Hitler está quase no apogeu do seu poder. Ele está no controle. A atmosfera é eletrizante. As grandes figuras do círculo íntimo estão sentadas no Reichstag, aguardando-o fazer o discurso mais importante de todos. Hitler diz que só quer paz. Zombando dos britânicos e americanos por exigirem garantias de que a Alemanha não invadirá seus vizinhos. Ele lê uma longa lista de países sobre os quais o Reich não tem intenções hostis. Suíça, Liechtenstein, Luxemburgo, Polônia, Hungria, Romênia, Iugoslávia, Rússia, Bulgária, Turquia, Iraque, Arábia, Síria, Palestina, Egito e Irã.

Mas ele diz que o Reich tem interesses legítimos e exigências, inclusive a devolução do território alemão na Polônia à terra natal.

“Nós tomaremos nossas decisões, nós faremos o nosso destino.” É esse tipo de discurso que fica bem na frente de deputados nazistas, que eram os nazistas mais vibrantes e adoradores que se podia ter.

Contudo, o governo alemão está disposto. Hitler afirma que a Alemanha é a vítima inocente de agressão estrangeira, principalmente na Polônia.

O discurso é essencialmente um apelo entusiasmado ao povo alemão. Eles vão se impor. Se causar uma guerra, que seja, mas é o direito deles. Palavras poderosas, bobagens, mas poderosas.

Nem todos concordam com a visão de Hitler. O velho herói de guerra teme que seu Führer esteja exagerando, mas é Rudolph Hess quem tem um grande mau presságio. Hess é anglófilo, ele entende a força da Grã-Bretanha, principalmente, mas também da França e dos Estados Unidos, e ele tem ressalvas sobre o quanto a Alemanha deveria enfrentar a Polônia naquele momento.

Hess conhece bem Hitler e sabe que, apesar do Führer falar de paz, está se preparando para a guerra. Ele pensou que as coisas estavam perdendo o rumo. Acabariam lutando a guerra errada. Em vez de confrontarem a Polônia e a União Soviética, acabariam lutando contra a França e Grã-Bretanha. É a guerra errada.

No passado, Hess era o confidente mais íntimo de Hitler. Ele dizia que o partido era Hitler. Que Hitler era a Alemanha e a Alemanha era Hitler. Seu comprometimento com Hitler é fanático.

Um mentiroso doméstico já faz muito mal, imagine agora um mentiroso de projeção pública, um chefe de Estado. Os danos são muito mais severos. Foi isso que aconteceu com a Alemanha. Deixou se envolver por tamanhas mentiras, que eram jogadas goelas abaixo dos cidadãos, pois não tinham outra fonte de informações como nó temos hoje a internet. E isso é o que nos salva aqui no Brasil, pois somos também bombardeados pela mídia, mal-acostumada com o pai da mentira brasileiro e somente temos a informação da verdade pelas mídias sociais. 

Observemos essa mensagem que Hitler passa na casa dos representantes do povo. Muitos sabem que é mentira, mas temem contestar e serem arrasados publicamente. Muito parecido com o império da mentira construído no Brasil e que impera até hoje nos subterfúgios das falsas narrativas. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 25/01/2021 às 00h20