Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
LVIII
NOVE DE ABRIL DE 1940
Primavera de 1940, a Luftwaffe de Göring lidera o caminho enquanto Hitler realiza a próxima fase de seu plano para conquistar a Europa. Primeiro, tropas alemãs ocupam a Dinamarca e a Noruega. Depois, uma grande invasão força caminho através de Luxemburgo, Países Baixos, Bélgica e vence a França em seis semanas.
As forças britânicas no norte da França estão chocadas com a rapidez da Blitzkrieg alemã. Eles são encurralados na costa e evacuam nas praias de Dunquerque.
Göring acredita que possa derrotar a Grã-Bretanha quando for a hora certa. Em dois meses, a situação da Alemanha na Europa se transformou. E a situação para Hitler e seu grupo também se transformará.
A conquista da França é o marco máximo de sucesso militar do Terceiro Reich. Hitler está triunfante. Essa vitória era sua ambição de vida e a vingança pela derrota humilhante na Primeira Guerra Mundial.
Göring deleita-se com o sucesso do Führer. Para ele, a queda da França significava que ele havia alcançado o auge da sua carreira. Ele ainda mantinha sua posição no topo da pirâmide.
Recém-promovido a Reichsmarschall, a patente militar mais superior, Göring vai a Paris, ao Louvre, e pega espólios de guerra. Hermann, ou um dos seus compradores, olhava todas as coisas e dizia: “Certo, coloque em um trem para a Alemanha.” Era roubo por atacado, basicamente.
A escala total da pilhagem de Göring só será revelada no final da guerra quando seus tesouros escondidos na Alemanha são descobertos pelos aliados.
Os favoritos do círculo, Bormann e Goebbels, também estão em Paris, aproveitando o sucesso do Führer. Goebbels providencia a melhor foto de propaganda do herói conquistador. Mas há um líder fora da festa em Paris. O vice do Führer.
Isso indica que a influência de Hess está em queda. Ele não tem mais o acesso que tinha a Hitler. Outras pessoas que são mais espertas, maquiavélicas e das quais Hitler gosta mais, estão se aproximando dele.
Um dos quais que está constantemente ao lado de Hitler é Albert Speer, que antigamente era da equipe de Hess, mas agora é o arquiteto do Reich. Ele assume aos poucos o papel de confidente de Hitler, e seu diário registra a queda de Hess: “Hitler me disse, após uma conversa de hora com Hess: ‘Com Hess, toda conversa se torna um tormento insuportável. Ele sempre trata de assuntos desagradáveis e não vai embora.’”
Então, há provas por parte de um acólito próximo a Hitler de que Hess está sendo... como pode ser dito? Numa expressão vulgar: “Está sendo um pé no saco.” Isso era verdade no caso de Hess e revela que ele estava dando trabalho.
Excluído do círculo íntimo, a pressão está afetando Hess, e os outros viam isso. Göring fofoca que o vice do Führer usa poderes psíquicos para adivinhar se uma carta traz boas ou más notícias. E Hitler não o leva mais a sério, dizendo: “Espero que ele nunca assuma me lugar. Não sei de quem eu mais sentiria pena, de Hess ou do partido.”
A guerra mundial travada é o que interessa a Hitler no momento. Ele não está interessado nas ansiedades de Hess sobre rivalidades no partido.
Surge outra faceta comportamental associada aos participantes do mal: a pilhagem. O roubo que Göring realizou nas obras de arte da França é um bom exemplo disso. E mostra o paralelismo que existe no comportamento de Lula ao deixar o Palácio da Alvorada: fazendo a pilhagem do que encontrava e que só foi denunciado com a entrada de nova gestão. Enfim, são esses comportamentos deletérios que tais agentes públicos fazem acontecer sobre nossos recursos, que devemos nos precaver. E o primeiro sinal de perigo de que o mal pode estar se instalando, é a mentira. Por isso não podemos ser complacentes ou displicentes com a mentira. Se a identificarmos a qualquer momento ou local, de imediato devemos repudiar e nos afastar dela.