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Meu Diário
08/02/2021 00h26
O PAPA DO FIM DO MUNDO (5) – MENTIRA DESMASCARADA

Este é um assunto de grande importância para o mundo, principalmente os espiritualistas e aqueles que seguem o cristianismo: a eleição de um novo Papa, o atual Papa Francisco. Vejamos o documentário de 47m publicado no History Channel há um ano com o título: A Era de Francisco – O Papa do Fim do Mundo.

*Testemunhos de terceiros, dentro e fora do clero.

Bergoglio se encontrava no topo da hierarquia eclesiástica que um religioso latino-americano poderia imaginar. Mas no país dele as pessoas lutavam para recuperar as economias de uma vida inteira. Havia brigas, mortos e feridos nas ruas... e um presidente que teve que deixar o mandato fugindo do palácio presidencial.

*Chamou muito a minha atenção quando me contou desde seu ponto de vista de pastor o que estava acontecendo. Era um momento muito difícil no cenário político argentino e ele tinha tudo isso bem presente. Contou-me a crise, principalmente através de uma imagem, a imagem de pais e mães de família que talvez tenham perdido o trabalho, que estava em apertos e choravam de noite para que seus filhos não vissem. Surpreendi-me com essa delicadeza de um homem que sabe olhar o sofrimento dos corações dos indivíduos.

O cardeal se encontrava num momento-chave. Podia se trancar em uma torre de cristal ou sair na rua para acompanhar as pessoas em sua luta e em seu sofrimento.

“Nesta cidade há crianças morando nas ruas. Esta cidade fracassou e continua fracassando em livrá-los desta escravidão estrutural.”

*Mostrou que aonde for sabe enfrentar os desafios do lugar que está.

Bergoglio já era arcebispo e cardeal, porém continua com seus trabalhos nas ruas como se esses dois títulos só servissem para ter um acesso mais fácil para ajudar aqueles que mais precisam. Ele sempre ia em busca dos fiéis.

“Jesus ficava o dia inteiro trancado na igreja? O que fazia Jesus na rua? Procurava. Esse era Jesus, vivia procurando as pessoas. “

Seu estilo austero marca uma tendência na igreja argentina naqueles anos acostumados a certos luxos, protocolos, secretários, assistentes e motoristas particulares.

*Bergoglio tem um estilo de vida muito austero, muito simples, que marcou aqui a diocese de Buenos Aires. Se esse bispo de Buenos Aires vive dessa forma, nós também temos que ter uma atitude semelhante.

O cardeal Bergoglio não precisa de nada disso para chegar até aqueles que ele quer alcançar e aqueles que o procuram o encontram facilmente.

Em 02-04-2005 uma notícia sacudiu o mundo: João Paulo II faleceu e a igreja deve eleger um novo Papa. Em 18-04-2005 o cardeal Bergoglio entrou na Capela Sistina com outros 114 cardeais. Ia começar o conclave que elegeu o sucessor de João Paulo II e existem dois favoritos.

*Por um lado havia um cardeal muito forte, o cardeal Ratzinger, e por outro lado, no campo dos reformistas o cardeal Carlo Maria Martini que, entretanto, não podia ser Papa porque estava doente de Parkinson. 

Com Martini eliminado, o olhar de um setor de cardeais se centraliza sobre o cardeal argentino. Acontecem as votações, Bergoglio obtém 40 votos, Ratzinger lidera a votação, mas não chega aos dois terços ou 2 terços mais um que precisa para se consagrar Papa.

*Nunca antes um argentino, um latino-americano tinha conseguido 40 votos como nós jornalistas podemos examinar. Apesar de ser tudo muito secreto. 

Depois, na seguinte votação o cardeal Bergoglio decide renunciar e pede aos cardeais que votaram que entreguem seus votos ao cardeal Ratzinger.

Na seguinte votação Ratzinger obtém os votos necessários e se consagra automaticamente como o novo Papa.

O que aconteceu com o cardeal argentino? Por que se auto eliminou de maneira drástica? A resposta é simples. Bergoglio sabia que jamais alcançaria a maioria dos votos. As sombras da época da ditadura na Argentina pairavam sobre ele como um passado funesto.

*Ele era candidato, tinha excelentes votos, mas houve interferência de um dossiê que denunciava que Jorge havia colaborado com a ditadura militar.

Antes do conclave, circularam entre vários cardeais eleitores, documentos que comprometiam Bergoglio no caso dos sacerdotes jesuítas sequestrados e torturados durante a ditadura. Esses documentos diziam que Jorge Mario Bergoglio os tinha entregado. Cinco anos depois, em 2010, Bergoglio é chamado para declarar como testemunha na causa dos sacerdotes. Então acontece um fato curioso. Com a reabertura dos arquivos, novas testemunhas são convocadas no caso e contam novas histórias sobre o cardeal e suas ações durante os anos escuros na Argentina.

*Ouvimos muitas vozes, que estávamos contando histórias de sua atitude solidária, de que ia às vilas, de qua salvou pessoas.

*Poderia ter feito mais? Com certeza. Bem, digamos que eu, eu acredito que todos fizemos pouco ou nada, mas ele pelo menos, ele fez.

Essas histórias, longe de condenar Bergoglio, mostra um pastor que em muitas ocasiões tinha burlado os controles militares para ajudar pessoas perseguidas a fugir do país para o exílio.

*Se os militares descobrissem seria considerado um terrorista subversivo que deveria ser executado.

Mais um ponto positivo para Bergoglio. Foi atacado pelas mentiras, prejudicado em sua evolução eclesiástica, mas não fez escândalo em junção disso e deixou que o tempo, aliado da verdade, deixasse o que a realidade viesse à tona.

O ponto que preocupa no pensamento e ações de Francisco é com relação a aproximação de movimentos socialistas/comunistas sem a devida consideração com o histórico que estes movimentos mostram nos países em que chegaram ao poder. A miséria e mortes que queriam evitar dentro da população, terminou sendo bem maior com a gerência socialista. Essa agenda de luta em favor pelos oprimidos e miseráveis deve existir, é uma das atividades do comportamento cristão, mas com a prudência de não estar servindo ao demônio, pensando estar servindo ao divino. Fui vítima dessa situação enganosa por bastante tempo, por isso tenho certa autoridade de falar desses equívocos. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 08/02/2021 às 00h26