Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
14/02/2021 00h07
FILHO ESPIRITUAL

            Já tenho conhecimento de três formas de geração de filhos: filho biológico, o tradicional, que todos conhecem e a maioria consegue fazer; filho acadêmico, aquele formado pelos professores nos bancos universitários, em cursos de pós-graduação, que poucos conhecem; e filho espiritual. Este último é o mais difícil de todos. Está relacionado com o Criador como Pai de todos. Todas criaturas formadas são filhos dEle, mas uma pequeníssima parcela das criaturas tem essa consciência. Aqui em nosso planeta, apenas os humanos adquiriram essa capacidade, com o desenvolvimento do cérebro e a vinda de mestres como Jesus Cristo que veio nos ensinar sobre essa paternidade espiritual e o que devemos fazer para ser incluído efetivamente na família. Isso porque, nós fazemos parte da família de Deus pois ele é o Pai, o Criador, mas suas criaturas, sem o conhecimento dessa paternidade é como se fosse órfão espiritual. Não sentem pertencer a esta família.

            Jesus chegou nessa condição. Filho unigênito de Deus. Isto é, o único da espécie humana, entre nós, que chegou a um nível evolutivo de alcançar a mesma natureza divina, de Deus, de fazer exatamente a Sua vontade, ao contrário de crentes que são filhos e filhas de Deus através da fé.

            Dessa forma, podemos alcançar a condição de filho unigênito de Deus, semelhante a Jesus, se conseguirmos fazer a vontade do Pai como Jesus faz. Agora, se Jesus veio à Terra para nos ensinar a alcançar esta divindade, e se nós conseguirmos cumprir a vontade do Pai como Jesus faz, não podemos considerar ele como o nosso pai espiritual? Muito lógico. 

            A pessoa que se tornou filho espiritual do Cristo, nestas circunstâncias, também pode passar seus ensinamentos a outras pessoas e gerar seus próprios filhos espirituais. 

            Como podemos entender essa mecânica geradora de filhos espirituais? Comparando com a mecânica biológica, verificamos que nesta existe uma aproximação romântica dos gêneros, homem e mulher, na faixa etária adequada. Com o avanço dos sentimentos vai existir a relação sexual que injetará os espermatozoides no útero feminino. A união do óvulo com o espermatozoide irá gerar o ovo que proporcionará o novo ser, com a genealogia dos pais biológicos.

            Na geração do filho espiritual, não há influência do gênero, nem a necessidade de mais de uma pessoa ou faixa etária apropriada. O que funcionará como espermatozoides são as palavras da verdade de vida eterna. O que funcionará como útero é a consciência de quem ouve, cujas palavras são permitidas serem depositadas no coração e de acordo com a fertilidade, vai gerar a vontade da pessoa também fazer a vontade do Pai, da mesma forma que o seu pai espiritual está mostrando como se faz, na teoria e na prática.   

            Com esta compreensão, fazendo a vontade do Pai e ensinando a quem está ao meu redor, que ouve e reflete sobre minhas palavras e comportamentos, estou apto a gerar filho espiritual. 

            Mas tem um detalhe que devo prestar atenção e que está dentro da lógica. Eu posso ter sucesso em gerar um filho espiritual, dizendo as palavras certas, mas com incapacidade comportamental em algum nível, principalmente nos pecados capitais. Por exemplo, tenho problemas com a gula e com a preguiça, principalmente. Meu filho espiritual pode tudo que eu digo e também controlar todos os pecados capitais. Eu tenho gerado assim um filho perfeito, sendo um pai imperfeito. É possível. Eu não sou ainda um filho unigênito com o Pai. É como se houvesse uma inversão, o meu filho está unigênito com Deus através do meu trabalho, mesmo eu sendo imperfeito. Eu seria um tipo de pai adotivo... quem me adota é o meu filho.

            Mas isso não me intimida. Continuarei a tentar gerar filhos espirituais, mesmo ainda imperfeito, e lutando para a minha perfeição no caminho. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 14/02/2021 às 00h07