Agradeço a Deus a oportunidade da minha alma ter despertado após tantos anos vivendo coberta de mentiras que eu acreditava ser verdade. Acreditava que o movimento comunista no qual militei por tanto tempo em partido de esquerda, o PDT, atuava para trazer mais justiça e dignidade para o ser humano. Este sempre era meu lema, Dignidade Humana, em tantos cargos que eu me candidatava: vereador, deputado estadual, federal e até vice-governador. Mas, felizmente, consegui seguir o conselho que Paulo escreveu em II Timóteo, 1:6 – “Por isso te lembro despertes o dom de Deus que existe em ti.”
Seria fácil para mim, na condição de médico e professor universitário ter me envolvido indefinidamente na sombra dos impulsos primitivistas, egoístas, fazendo com que colocasse meu potencial político-social para conquistar o poder com métodos antiéticos e garantir fortuna com o suor do próximo.
Sei que é difícil despertar a alma para o divino, pois temos milênios passados em nosso campo evolutivo, onde a lei do mais forte imperava e o egoísmo era o comportamento básico. Isso nos deixa, hoje em dia, suscetíveis em ficar em longa permanência nos despenhadeiros do erro, cristalizando atitudes egoístas e em desacordo com as Leis Eternas.
Para que não nos demoremos no fundo dos precipícios, temos ao nosso dispor a luz da Revelação Divina, dádiva do Alto, que, em hipótese alguma, devemos permitir que se extinga em nós. Mas é preciso que procuremos de mente aberta onde se localiza a verdade. Esse foi meu erro no passado. Acreditei nas falsas narrativas das esquerdas e não procurei refletir sobre os argumentos da direita, dos conservadores.
Em face da extensa e pesada bagagem de nossas necessidades de regeneração e aperfeiçoamento, as tentações para o desvio surgem com esmagadora percentagem sobre as sugestões de prosseguimento no caminho reto, dentro da ascensão espiritual, considerando o nosso atual estágio evolutivo, tão próximo da animalidade.
Nas menores atividades da luta humana, o aprendiz é influenciado a permanecer às escuras. Qualquer falsa narrativa colocada de forma massiva nos meios de comunicação comprometidos com as iniquidades, termina por arrastar milhões que acreditam ser aquilo a expressão da verdade.
Observamos essa prática do Mal com bastante clareza aqui no Brasil. Nas palestras comuns, até universitárias, cheias de insinuações caluniosas e descabidas a um presidente recém-eleito que tudo faz para combater o antro de corrupção que se tornou a administração pública do país. Nos pensamentos habituais, as pessoas recebem mil e um convites desordenados das zonas inferiores. Nas aplicações da justiça, em seu mais alto nível, se observa o favorecimento das ações malignas, a absorção de criminosos, a condenação do cidadão comum e principalmente daqueles que criticam os atos nefastos, em virtude do demasiado individualismo favorecido do pretérito que procura perpetuar-se. Nas ações de trabalho, àqueles que produzem se veem obrigados a pagar, com seu suor, uma alta taxa tributária para a manutenção de descanso indevido, mordomias escandalosas, contas bancárias astronômicas, fraudulentas.
Até mesmo a alimentação torna-se uma indução irresistível, para explorados e exploradores, causando a obesidade nos dois espectros da vida, gerando um desequilíbrio orgânico que facilita doenças de todos os matizes.
Por essa razão, Paulo aconselhava ao companheiro, Timóteo, não olvidasse a necessidade de acordar o “dom de Deus”, no altar do coração.
Que possamos sofrer tentações, que cairemos muitas vezes, que nos afligiremos com decepções e desânimos, na estrada iluminativa, mas nós, que parecemos ser irmãos mais velhos em experiência maior, é imprescindível que marchemos de alma desperta, na posição de reerguimento e reedificação sempre que necessário.
Pode as sombras do passado nos fustigar, mas jamais esqueçamos de reacender nossa própria luz, para deixar desperta na alma a centelha divina.