Documentário feito em 2017 com 83 minutos, sobre o pensamento de Olavo de Carvalho. Personificado pela sua presença, rotina de trabalho e convívio familiar na Virgínia (EUA), onde mora atualmente. O filme parte dos temas do livro homônimo que ele publicou em 1995, tais como simbolismo dos jardins na tradição filosófica, liberdade individual e opressão do coletivo, o pensamento aristotélico. Exibido pela Amazon em 14-03-21, data que assisti e comecei a fazer estas reflexões.
O livro começa com o Jardim de Epicuro, que é o jardim das delícias, e termina com o Estado Moderno, totalitarismo, genocídio, etc. Como uma coisa dessas se transforma na outra? Qual o fio da meada?
Nós começamos com o Jardim de Epicuro, que era o lugar onde o filósofo reunia seus discípulos – geralmente pessoas de classe alta – que fugiam do mundo para ficar meditando. E a meditação constituía, justamente, em ignorar o mundo e se refugiar na esfera dos próprios pensamentos.
Quando falo de viver só de pensamento, retornamos a um outro jardim, que é o Jardim do Éden. Onde a serpente faz a Adão e Eva uma proposta mais ou menos parecida que é de abandonar a Árvore da Vida e se apegar à Árvore do Conhecimento – uma coisa evidentemente mental. E se eles fizerem isso, serão como Deus.
Ora, eles já tinham sido feitos à Sua imagem e semelhança, portanto, como Deus, já eram. Então foram expulsos do paraíso e começa o processo a que chamamos de civilizacional. Onde era a casa de Adão e Eva? Era o Universo inteiro.
No processo seguinte, o processo civilizatório, existe a ideia de isolar, controlar e administrar. A salvação humana depende de que alguém controle as coisas. E as tentativas de controle sempre terminam muito mal. Terminam em guerras, revoluções, morticínios, desilusões, decepções sem fim.
Essa sucessão de crimes e pecados inumeráveis, por sua vez, nos remete a um terceiro jardim, que é o Jardim das Oliveiras, onde todo pecado, crime, cegueira, a maldade universal, tudo se concentra nas costas de nosso Senhor Jesus Cristo.
Então, esse é o trajeto humano: viver do puro pensamento, rejeitar o universo real, aproveitar a presença e buscar viver num mundo construído.
Esse é o tema do livro. E é, no fim, a origem de todos os males para mostrar como o Jardim das Delícias de Epicuro se transforma no Jardim das Aflições.
Cada pessoa traz dentro do seu potencial de vida, a capacidade de construir um caminho de acordo com as condições circunstanciais que passam a fazer parte do seu convívio dentro da realidade. Olavo de Carvalho se tornou um filósofo bem instruído, respeitado por seu grau de conhecimento e de honestidade frente a colocar a verdade sem falsas interpretações, da forma que ele entende.
Cada pessoa interage uma com as outras, tanto no aspecto físico quanto intelectual. Isso implica que o pensamento de cada pessoa sofre influência de uma infinidade de outras pessoas. A partir de todas essas influências e de acordo com a capacidade de reflexão e de direcionamento intencional, a pessoa é colocada no campo das estratégias e artimanhas para benefício próprio ou coletivo, seguindo valores éticos ou amorais.
A minha forma de pensar, os paradigmas de vida que construí, tem uma forte sintonia com o pensamento de Olavo de Carvalho. Certamente que me sinto fortalecido intelectualmente ao ter contato com seu pensamento. Meus paradigmas sofrem reestruturações e sinto atingir novos insights.
Na etapa do meu caminho, onde identifiquei o marketing multinível como uma alternativa de origem divina, para colocar minha capacidade de ajudar mais eficiente e mais direcionada para aquelas pessoas que tem a minha visão ou que estão dispostas a desenvolve-la. Também estou tentando desenvolver uma espécie de jardim, Jardim da Fraternidade, que possa nos abrigar e que possamos refletir e trabalhar com a motivação cristã.