Jesus fez a partilha do pão entre as pessoas que estavam famintas (Mc 8:1-10). A fome é sinal da falta de uma necessidade essencial, alimentos. Fazer a multiplicação dos pães, como Jesus fez, é uma atividade que nós, seres humanos portadores de muita ignorância, ainda não conseguimos fazer.
Porém, incorporando as lições dadas pelo Cristo às nossas intenções de fazer a vontade do Criador, iremos encontrar situações de necessidades entre as pessoas desamparadas que podemos atender com os recursos ao nosso redor.
A necessidade de emprego para garantir um salário justo com o qual a pessoa pode se manter com dignidade, é um exemplo. Num mundo tão incoerente, onde a obesidade ostensiva se defronta com a magreza caquética da fome, podemos encontrar soluções interessantes.
Tenho a compreensão que os recursos que possuo, os bens, os salários, tudo pertence a Deus, e a mim cabe administrá-los segundo Sua Vontade. São tantos os necessitados que sinto dificuldades de atender a todos, pois os recursos mesmo sendo abundantes para mim, se tornam escassos quando incluo pessoas necessitadas dentro deles. O que fazer para manter essa partilha de forma justa e que atenda o máximo possível de pessoas necessitadas e que solicitam ajuda, direta ou indireta?
Foi com essa preocupação que encontrei o marketing multinível (MMN) e percebi que era uma saída para meu dilema. O Pai mostrava uma alternativa estratégica para que eu pudesse ajudar o máximo de pessoas, e quanto mais eu ajudasse mais tinha condições de ajudar a outros necessitados.
Agora tem um detalhe. Não é tão simples como eu fazia com meus recursos, que a pessoa recebia sem a preocupação de partilhar do mesmo trabalho que eu estava dando o exemplo. Neste trabalho a pessoa tem que participar, chegando perto de outras pessoas para oferecer a mesma oportunidade que ela recebeu.
Vejo nessa condição algo muito parecido com o Evangelho. O Cristo enviou os discípulos para oferecer a salvação a quem encontrasse pelo caminho, não importava raça, credo, condição social. A pessoa seria ensinada que o Reino de Deus estava próximo e bastaria que ela assumisse a postura de cristã, de filha de Deus e seguisse as lições do Evangelho. Feito isso, se a pessoa não se interessasse, que os discípulos batessem as suas sandálias e seguissem adiante. Existiam muitas pessoas que precisavam e esperavam essa oportunidade de salvação.
Com o MMN o trabalho é semelhante. Mostramos o plano de transformação de vida à pessoa, com a forma de trabalhar para que isso aconteça, para que ela se liberte das garras da pobreza, das prisões e tenha liberdade e dignidade humana para viver e ajudar outras pessoas. Da mesma forma que no trabalho cristão se formam as igrejas de acordo com a participação dos interessados, para fazer a evangelização de sempre outras pessoas, no trabalho com o MMN serão formados grupos fraternos, com reuniões regulares e convites a tantas pessoas quantas Deus coloque em nossos caminhos.
Isso implica que nosso tempo será dividido cada vez mais com intensidade, com essas novas pessoas que chegam e se integram a nossa comunidade, fraterna e comercial. A vontade de Deus, da construção do seu reino, estará sendo viabilizado com esse formato de família universal, ancorado pela estratégia do MMN. Então se tornará compreensível a resposta que Jesus deu a seus discípulos: “Quem é minha mãe e meus irmãos? São aqueles que fazem a vontade de Deus.”