Paulo já dizia na carta a Timóteo que Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação (II Timóteo, 1:7.)
Deus nos oferece a cada momento e circunstâncias, trabalho de cunho espiritual que pode ajudar a todo irmão que deseje reergue-se, aprimorar-se, elevar-se.
Tenho como exemplo o trabalho no marketing multinível oferecido pela Polishop e indicado a mim por Deus, como forma de ajuda a cada irmão que tenha necessidade de algo. Mas, devo confessar, o meu ânimo não é tão forte como Paulo citou que cada um possuímos. Ele deve ter falado de experiência própria, pois fez um belo trabalho para a cristandade depois da sua conversão. Porém, o mesmo não se aplica a mim. Vejo o trabalho que Deus coloca na minha frente, sinto toda a dimensão que ele oferece, mesmo assim esse ânimo forte que Paulo comentou não chega até mim. Por isso peço sempre em minhas orações: sabedoria, coragem e inteligência rápida para fazer a vontade do Pai e não a minha. Mas parece que sempre está na frente a minha vontade e não a do Pai. Cadê a coragem? O ânimo? A inteligência para encontrar o caminho correto? A sabedoria para desviar dos desvios do caminho reto?
Há lacunas e necessidades entre os irmãos, problemas e obstáculos desafiam a minha intenção de fazer a vontade do Pai, em toda a parte. A ignorância pede instrutores, a dor reclama enfermos, o desespero suplica orientadores. Onde estou eu? Onde estão, como eu, aqueles que procuram abraçar o trabalho por amor de servir?
Mas não estou sozinho nessa falta de ânimo. Com raras exceções observamos, na maioria das vezes, a fuga, o pretexto, o retraimento. Há o temor de responsabilidade, receios de críticas, pavor de iniciativa a benefício de todos. Terminamos por ficar na ociosidade, nos prazeres egóicos, esquecendo ou não querendo entender que somos instrumentos do espírito para fazer a vontade de Deus, muito bem explicado pela vinda do mestre Jesus.
Como poderá o mundo ouvir a beleza da melodia divina ensinada pelo Cristo, se lhe falta os instrumentos que somos nós? Jesus é o maestro divino, e nós, encarnados e desencarnados, os instrumentos dEle para a eterna melodia do bem no mundo.
Se algemamos o coração à preguiça, ao medo de trabalhar em benefício coletivo, como encontrar um serviço feito dentro da comunidade que nos tranquilize a consciência? Como recolher felicidade que não semeamos ou amealhar dons dos quais não contribuímos para vicejar, dentro ou fora de nós?
Não posso nem devemos desistir de nossas intenções, de nosso compromisso com Deus. Devemos lutar contra o Behemoth que mesmo sendo forte não é invencível, que não se possa domesticar.
Onde esteja a possibilidade de sermos úteis, avancemos de ânimo forte, para a frente, construindo o bem, ainda que defrontados pela ironia, pela frieza ou pela ingratidão. Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação. A cada um deu uma missão, e a minha, de colaborar na construção do Seu reino, não posso deixar de cumprir.