Irei colocar aqui a íntegra do pronunciamento de Dom Viganò sobre a crise na Igreja, as heresias do Vaticano II e a “igreja paralela”. Esta arrasadora conferência dada por Dom Antônio Carlo Maria Viganò, Arcebispo e ex-Núncio Apostólico dos EUA (em 29 de outubro de 2020), na qual ele trata de modo dramático sobre a grande crise atual na Igreja e a terrível "máfia eclesiástica" que nos assola, denunciando a proliferação das heresias promovidas pelo Vaticano II, as profanações de toda sorte cometidas pelos próprios clérigos, os erros gritantes do Papa Francisco (que segundo ele teria sido eleito por influência da maçonaria) e a apostasia generalizada. Vejamos a íntegra desse pronunciamento e façamos nossas reflexões.
Olá queridos amigos. Antes de começar essa minha palestra, permitam-me estender os meus sinceros cumprimentos a todos vocês. Pela primeira vez há mais de dois anos eu estou falando direto e pessoalmente a todos vocês através desta mensagem de vídeo, que foi produzido alguns dias antes do Congresso de Identidade Católica de 2020. Como vocês podem ver muito bem, eu estou bem de saúde e ainda estou muito melhor espiritualmente. Eu agradeço por suas preces, o apoio e encorajamento que recebo de todos vocês. Muitos amigos, irmãos, todo mundo estamos unidos em oração nesta santa batalha na qual somos chamados a lutar, cada um na sua respectiva missão. Vamos todos cobertos pelo manto da Santíssima Virgem, Rainha das Vitórias, sob a proteção de São Miguel Arcanjo. Eu gostaria especialmente de agradecer a Michael Mann que amavelmente me convidou com a sua santa perseverança para falar para vocês hoje. Eu acredito que agora é um tempo oportuno para mim, para deixar os seguintes esclarecimentos. O tema dessa minha palestra é como a revolução do Vaticano II serve a Nova Ordem Mundial.
1. VIVEMOS EM TEMPOS EXTRAORDINÁRIOS
Cada um de nós, sem dúvida, já entendeu que nos encontramos em um momento histórico; eventos passados, que antes não pareciam estar relacionados entre si, agora mostram-se inequivocamente relacionados, tanto pelos princípios que os inspiram quanto pelos objetivos aos quais aspiram. Um olhar justo e objetivo sobre a situação atual não pode deixar de demonstrar a perfeita coerência que há entre a evolução da estrutura política global e a missão que a Igreja tem assumido na implementação da Nova Ordem Mundial.
Para ser mais preciso, seria necessário falar da missão que essa aparente maioria na Igreja desempenha, mas na verdade trata-se de um grupo numericamente pequeno, porém extremamente poderoso ao qual, por uma questão de brevidade, chamarei "deep church" ('igreja oculta' ou 'subterrânea', em tradução livre).
Claro que não existem realmente "duas igrejas", o que seria impossível, blasfemo e herético. E nem a única e verdadeira Igreja de Cristo falhou em sua missão, pervertendo-se ao extremo de se tornar uma seita. A Igreja de Cristo realmente nada tem a ver com aqueles que há sessenta anos realizam um plano para assumi-la. A sobreposição entre a hierarquia católica e os membros da "deep church" não é um fato teológico, mas uma realidade histórica que escapa a qualquer classificação e que, como tal, é necessário analisar.
Sabemos que o programa da Nova Ordem Mundial consiste em implantar uma tirania por meios maçônicos. Esse plano remonta à Revolução Francesa, à Idade do Iluminismo, ao fim das monarquias católicas e à declaração de guerra à Igreja. Podemos afirmar que a Nova Ordem Mundial é a antítese da sociedade cristã. Seria o estabelecimento da Civitas Diaboli – a cidade do Diabo – frente à Civitas Dei – a cidade de Deus – na luta eterna entre a Luz e as trevas, o Bem e o mal, Deus e Satanás.
Nesse confronto, a Providência colocou a Igreja de Cristo, e em particular o Sumo Pontífice, como Katejón, isto é, aquele que se opõe à manifestação do mistério da iniquidade (2Ts 2,6s). A Sagrada Escritura também nos adverte que, quando o Anticristo aparecer, esse obstáculo, o katejón, deixará de existir. Parece-me bastante evidente que o fim dos tempos está próximo, bem diante dos nossos olhos, e é óbvio, porque o mistério da iniquidade se espalhou pelo mundo com o desaparecimento da corajosa oposição do katejón.
Não cometamos o grave erro de considerar o que está acontecendo na atualidade como normal, julgando a tudo com os parâmetros sociológicos ou canônicos que uma situação normal poderia pressupor. Nestes tempos extraordinários em que vivemos – e a crise pela qual a Igreja está passando é certamente extraordinária – temos acontecimentos que vão muito além do normal que nossos pais conheceram. Em tempos extraordinários, podemos ouvir como um Pontífice engana os fiéis; ver príncipes da Igreja acusados de crimes os quais, em outros tempos, teriam causado horror e os levariam a sofrer severas punições; testemunhamos ritos litúrgicos realizados em nossos templos que parecem ter sido inventados pela mente perversa de um Thomas Cranmer [arcebispo inglês herege responsável por diversas deturpações litúrgicas no século XVI]; vemos como os prelados levam em procissão o imundo ídolo da Pachamama até a Basílica de San Pedro; e ouvimos o Vigário de Cristo pedir desculpas àqueles que adoravam tal ídolo, porque um católico ousou jogá-lo no rio Tibre.
Nestes tempos extraordinários, ouvimos um conspirador – Cardeal Godfried Danneels – a nos dizer que desde a morte de João Paulo II, a Máfia de St. Gallen conspirou para eleger um dos seus para a Cátedra de São Pedro, e isso se concretizou na pessoa de Jorge Mario Bergoglio. Diante de revelações tão desconcertantes, ficamos surpresos que nenhum cardeal ou bispo tenha expressado indignação ou pedido que a verdade seja trazida à luz.