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22/04/2021 00h21
PRONUNCIAMENTO DE DOM VIGANÒ (2) – ECLIPSE NA IGREJA

            Continuação da íntegra do pronunciamento de Dom Viganò sobre a crise na Igreja, as heresias do Vaticano II e a “igreja paralela”. Esta arrasadora conferência dada por Dom Antônio Carlo Maria Viganò, Arcebispo e ex-Núncio Apostólico dos EUA (em 29 de outubro de 2020), na qual ele trata de modo dramático sobre a grande crise atual na Igreja e a terrível "máfia eclesiástica" que nos assola, denunciando a proliferação das heresias promovidas pelo Vaticano II, as profanações de toda sorte cometidas pelos próprios clérigos, os erros gritantes do Papa Francisco (que segundo ele teria sido eleito por influência da maçonaria) e a apostasia generalizada. Vejamos a íntegra desse pronunciamento e façamos nossas reflexões. O tema desta palestra é: como o Vaticano II serve à Nova Ordem Mundial.

2. ECLIPSE DA VERDADEIRA IGREJA

Há sessenta anos testemunhamos como a verdadeira Igreja é eclipsada por uma anti-Igreja que, pouco a pouco, usurpou o seu nome e ocupou a Cúria Romana e os SEUS dicastérios, bem como dioceses, paróquias, seminários, universidades, conventos e mosteiros. A anti-Igreja usurpou a autoridade da Igreja de Roma, e seus ministros vestiram os seus sagrados paramentos; esta usou o prestígio e o poder da Igreja para se apropriar de seus tesouros, suas contas, suas finanças.

Assim como acontece na natureza, esse eclipse não aconteceu repentinamente; o mundo vai lentamente da luz à escuridão quando um corpo celestial fica entre o sol e nós. É um processo relativamente lento, mas inexorável, no qual a lua anti-Igreja continua sua órbita até se sobrepor ao sol, criando um cone de sombra projetado na Terra. Estamos atualmente naquele cone de sombra doutrinal, moral, litúrgica e disciplinar.  Ainda não é o eclipse total, que veremos no final dos tempos durante o reinado do Anticristo. É um eclipse parcial, que nos permite ver ainda a coroa luminosa do Sol em torno do disco negro da eclipse. O processo que levou ao atual eclipse da Igreja, sem dúvida, começou com o modernismo.  A anti-igreja continuou a sua órbita apesar das condenações solenes do Magistério, que naquela fase brilhou com o esplendor da Verdade. Mas, com o Concílio Vaticano II, as trevas daquela falsa entidade desceram sobre a Igreja. De início, apenas uma pequena parte foi escurecida, mas aos poucos a escuridão foi aumentando. E nessa fase inicial, se alguém apontasse para o Sol, denunciando que a treva em breve o esconderia, era acusado de ser um "profeta da desgraça", com os modos de fanatismo e intolerância que nascem da ignorância e do preconceito. Este foi o caso do Arcebispo Marcel Lefebvre e de alguns outros prelados, cuja perseguição confirma, por um lado, a visão daqueles pastores, e por outro, a reação desordenada de seus adversários, os quais, por medo de perder o poder, usaram de toda a sua autoridade para negar as provas contra si e ocultar suas verdadeiras intenções.

Continuemos com a analogia: podemos afirmar que, no firmamento da Fé, um eclipse é um fenômeno extraordinário e raro. Mas negar que durante o eclipse a escuridão se expande, só porque em circunstâncias normais tal coisa não acontece, isso não é um sinal de fé na indefectibilidade da Igreja, mas sim uma negação obstinada da evidência, se não de má fé. De acordo com as promessas de Cristo, a Santa Igreja nunca será derrotada pelas portas do Inferno; mas isso não significa que não ficará – nem que já não esteja – escondida pela falsificação infernal: por aquela "lua" que, não por acaso, vemos pisoteada pela Mulher do Apocalipse: «Um grande sinal apareceu no céu: a mulher vestida de sol e com a lua sob seus pés, e na cabeça uma coroa de doze estrelas »(Ap 12,1).

A lua está sob os pés da Mulher que está acima de toda mutabilidade, toda corrupção terrena, toda lei do destino e do reino do espírito deste mundo. Isto porque esta Mulher, que é ao mesmo tempo imagem de Maria Santíssima e da Igreja, é Amicta sole, revestida do Sol da Justiça, que é Cristo, e, portanto, é "livre de todo poder demoníaco, enquanto participa do Mistério da imutabilidade de Cristo" (Santo Ambrósio). Ela (Igreja) permanece ilesa, se não em seu reino militante, certamente nas dores do Purgatório e no triunfante do Paraíso. 

Comentando as Escrituras, São Jerônimo nos lembra que "as portas do Inferno são pecados e vícios, e em particular os ensinamentos dos hereges". Sabemos, portanto, que mesmo a síntese de todas as heresias, que é o modernismo e sua versão atualizada pelo Concílio, jamais poderá obscurecer o esplendor da Esposa de Cristo, a não ser apenas pelo breve espaço de tempo que a Providência permitir, em sua infinita Sabedoria, para tirar dela o máximo proveito.

Este é o campo de batalha da guerra espiritual. O nosso comandante, Jesus Cristo, veio à Terra e colocou os princípios de conduta para os seus comandados, colocou as bases para a criação de uma religião, o catolicismo, que deveria aplicar os ensinamentos do mestre.

Porém, tudo isso está colocado nas mãos dos homens que ainda são motivados pelos instintos animais que são portadores desde o nascimento material e portadores do Behemoth, o monstro energético que Deus criou dentro de nós ao longo dos milênios da evolução. 

Agora, estamos no fio da navalha. Por um lado, as ideias cristãs que devem alimentar o nosso espírito em busca da aproximação com Deus, e por outro lado os instintos animais que precisam ser domesticados.

Assim, olhando de uma perspectiva à distancia, veremos pessoas de boa vontade, como Karl Marx e Frei Beto, que desenvolvem ideias com intenção de beneficiar a humanidade, mas não consideram o comportamento humano/animal dos homens que irão administrar a aplicação dessas ideias e termina que a humanidade se torna mais prejudicada do que era antes.

Precisamos encontrar uma fórmula para que o egoísmo não domesticado de tantos que se envolvem em crimes, corrupção, não conduzam a humanidade para longe do que. Cristo queria nos ensinar.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/04/2021 às 00h21