Continuação da íntegra do pronunciamento de Dom Viganò sobre a crise na Igreja, as heresias do Vaticano II e a “igreja paralela”. Esta arrasadora conferência dada por Dom Antônio Carlo Maria Viganò, Arcebispo e ex-Núncio Apostólico dos EUA (em 29 de outubro de 2020), na qual ele trata de modo dramático sobre a grande crise atual na Igreja e a terrível "máfia eclesiástica" que nos assola, denunciando a proliferação das heresias promovidas pelo Vaticano II, as profanações de toda sorte cometidas pelos próprios clérigos, os erros gritantes do Papa Francisco (que segundo ele teria sido eleito por influência da maçonaria) e a apostasia generalizada. Vejamos a íntegra desse pronunciamento e façamos nossas reflexões. O tema desta palestra é: como o Vaticano II serve à Nova Ordem Mundial.
8. FUNDAMENTO IDEOLÓGICO DE "FRATERNIDADE"
A questão da fraternidade, que é uma obsessão para Bergoglio, encontra sua primeira formulação em Nostra aetate e em Dignitatis humanae. A última encíclica, Fratelli tutti, é o manifesto dessa perspectiva maçônica em que o trilema liberdade, igualdade e fraternidade substitui o Evangelho em prol de uma unidade entre os homens que exclui Deus. Observe-se que o Documento sobre fraternidade humana, pela paz mundial e pela coexistência comum, assinado em Abu Dhabi em 4 de fevereiro do ano passado, foi orgulhosamente defendido por Bergoglio com as seguintes palavras: “Do ponto de vista católico, este documento não se afasta um milímetro do Concílio Vaticano II”.
O cardeal Miguel Ayuso Guichot, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, comenta em "La Civiltà Cattolica": O Concílio fez rachar gradualmente a barragem, que acabou rompendo. O rio do diálogo cresceu com as declarações de Nostra aetate, sobre a relação da Igreja com os crentes de outras religiões, e a Dignitatis Humanae, sobre a liberdade religiosa; temas e documentos que estão intimamente ligados entre si e permitiram a São João Paulo II dar vida a encontros como o Dia Mundial de Oração em Assis, em 27 de outubro de 1986, e que, vinte e cinco anos depois, Bento XVI faria ressuscitar na localidade que é o berço de São Francisco, no 'Dia de reflexão, diálogo e oração pela paz e justiça no mundo: Peregrinos da verdade, peregrinos da paz'. Portanto, o empenho da Igreja Católica no diálogo inter-religioso, que abre o caminho à paz e à fraternidade, faz parte da sua missão original e tem as suas raízes no Concílio.
Mais uma vez, o câncer do Concílio se confirma como a origem da metástase bergogliana. O fio condutor que liga o Concílio ao culto da Pachamama também permeia Assis, como meu irmão Athanasius Schneider acertadamente apontou em seu recente discurso.
Sobre a anti-Igreja, Monsenhor Fulton Sheen descreveu o Anticristo com as seguintes palavras: “Levando em consideração que sua religião será a fraternidade, mas sem a Paternidade de Deus, ele enganará os próprios eleitos”. Parece que estamos vendo a profecia do venerável Arcebispo americano cumprida diante de nossos olhos.
Não há nada de estranho, portanto, que a infame Grande Loja da Espanha, depois de felicitar calorosamente seu campeão elevado ao Trono, mais uma vez preste homenagem a Bergoglio com estas palavras: «O grande princípio desta escola iniciática não mudou em três séculos: a construção de uma fraternidade universal onde o homem se chame de irmão para além dos seus credos específicos, das suas ideologias, da cor da sua pele, da sua extração social, sua língua, sua cultura ou sua nacionalidade. Esse sonho fraterno colidiu com o fundamentalismo religioso que, no caso da Igreja Católica, gerou textos severos condenando a tolerância da Maçonaria no século XIX. [Já a última encíclica do Papa Francisco] mostra o quão longe a atual Igreja Católica está dessas suas posições anteriores [que não podem ser mudadas ao bel-prazer de nenhum Papa]. Em Fratelli tutti, o Papa abraça a fraternidade universal, o grande princípio da Maçonaria Moderna.»
O comentário do Grande Oriente da Itália segue a mesma linha: "Estes são os princípios que a Maçonaria sempre perseguiu e guardou para a elevação da humanidade".
Austen Invereigh, hagiógrafa de Bergoglio, confirma com satisfação essa interpretação, que um verdadeiro católico acharia no mínimo perturbadora[14]. Lembro que desde o século 19, nos documentos maçônicos da Alta Vendita, uma infiltração maçônica da Igreja já estava planejada: «Você também vai pegar amigos e levá-los aos pés da Sé Apostólica. Vais pregar a Revolução com a tiara e a capa magna, avançando sob a Cruz e os estandartes, numa revolução que não precisará de muita ajuda para incendiar o mundo.»
A infiltração com o nome de Fraternidade universal parece está bem avançada dentro da Igreja Católica, o bastião das lições do Cristo para se alcançar o Reino de Deus que Ele profetizou. Tanto no Reino de Deus quanto na Nova Ordem Mundial a fraternidade está sendo levada como bandeira, só que na primeira é obedecida a lei de Deus conforme a aceitação de nossa consciência pela filiação divina, enquanto na segunda é obedecida a lei mundana conforme o medo instalado em nossa consciência. Nunca havia pensado no papel que a Maçonaria estava desenvolvendo nesse processo. Tenho que fazer um estudo do caso, como agora estou fazendo do Concílio Vaticano II, do seu proponente e dos seguidores com diversas intenções.