Continuação da íntegra do pronunciamento de Dom Viganò sobre a crise na Igreja, as heresias do Vaticano II e a “igreja paralela”. Esta arrasadora conferência dada por Dom Antônio Carlo Maria Viganò, Arcebispo e ex-Núncio Apostólico dos EUA (em 29 de outubro de 2020), na qual ele trata de modo dramático sobre a grande crise atual na Igreja e a terrível "máfia eclesiástica" que nos assola, denunciando a proliferação das heresias promovidas pelo Vaticano II, as profanações de toda sorte cometidas pelos próprios clérigos, os erros gritantes do Papa Francisco (que segundo ele teria sido eleito por influência da maçonaria) e a apostasia generalizada. Vejamos a íntegra desse pronunciamento e façamos nossas reflexões. O tema desta palestra é: como o Vaticano II serve à Nova Ordem Mundial.
9. CAUSA E EFEITO
A filosofia nos ensina que algum efeito sempre corresponde a toda causa. Vimos que o que se fez com o Concílio teve o efeito desejado e deu forma concreta àquele momento antropologicamente decisivo que hoje conduz à apostasia da anti-Igreja e ao eclipse da verdadeira Igreja de Cristo. Portanto, devemos entender que se queremos anular os efeitos nocivos que vemos diante de nós, é necessário e indispensável eliminar os fatores que os originaram. Se esse é o nosso objetivo, é claro que aceitar – mesmo que apenas parcialmente – esses princípios revolucionários, isso tornaria os nossos esforços inúteis e contraproducentes. Portanto, devemos estabelecer claramente os objetivos que pretendemos alcançar, direcionando nossas ações a esses objetivos. Mas devemos também todos estar cientes de que nesta obra de restauração não há a menor exceção aos princípios, justamente porque se eles não forem bem estabelecidos, qualquer possibilidade de sucesso ficaria inviável.
Portanto, abandonemos de uma vez por todas as vãs distinções, deixemos de uma vez de supor que existam aspectos bons nesse Concílio, de tal modo que haja uma separação entre o desejo dos bispos que ali se reuniram e o que daí se sucedeu, ou entre a letra e "o espírito" do Vaticano II, ou que exista uma distinção entre o magistério ali apresentado e as práticas que vieram depois, ou ainda entre a hermenêutica da continuidade em oposição àquela da ruptura. A anti-Igreja tem justamente usado o rótulo de "Concílio ecumênico" para atribuir autoridade e força legal ao seu programa revolucionário, da mesma forma que Bergoglio chama de carta-encíclica ao seu manifesto político de fidelidade à Nova Ordem Mundial.
A astúcia do inimigo soube isolar a parte ainda sã da Igreja, que se divide entre ter que reconhecer a natureza subversiva dos documentos conciliares, sendo obrigada a excluí-los do corpus magisterial, e ter que negar a simples realidade, declarando-os apoliticamente ortodoxos, a fim de salvaguardar a infalibilidade do Magistério. O episódio das Dubia supôs uma humilhação para aqueles príncipes da Igreja, mas não pôde desfazer os nós doutrinários que foram dados a conhecer ao Romano Pontífice.
Bergoglio não responde, justamente porque não quer negar ou confirmar os erros implícitos, correndo o risco de ser declarado herege e perder o pontificado: este é o mesmo método do Concílio, no qual a ambiguidade e o uso de terminologias imprecisas impedem a condenação do erro implicado. Mas qualquer jurista sabe bem que além da violação flagrante da lei, também é possível cometer um crime apoderando-se indevidamente da lei e usando-a para maus fins: Contra legem fit, quod in fraudem legis fit (o que escapa à lei é contrário a ela).
A ambiguidade entre o que é dito e o que é praticado é uma estratégia comum de quem comete iniquidades e sabe que as está cometendo. O mesmo aconteceu aqui no Brasil no governo do PT. Pretensamente democrático, defensor dos pobres, aplicador da justiça, mostrou quando assumiu o poder todo seu potencial de maldade ampliando o nível de corrupção ao máximo, capaz de destruir a nação e deixando os cidadãos a mercê dos agentes totalitários, nacionais e internacionais. Mesmo apesar de denunciados, julgados e condenados com todos os direitos de defesa, permanecem com o seu diálogo ambíguo de defesa dos pobres e do planeta, discurso que sintoniza muito bem com o discurso do Papa Francisco que o recebeu no Vaticano com efusivas manifestações de respeito e consideração. Mas a Verdade, demora, mas sempre mostra quem está do lado de Deus ou não.