Posso classificar o injuriador, aquele que fere o próximo, de duas formas: aquele consciente de sua ação sem arrependimento, e aquele que age por impulso com arrependimento posterior.
O primeiro, aquele que fere voluntariamente, sabendo da ferida que está provocando, merece o perdão, como o Cristo nos ensinou a perdoar a todos, principalmente aos inimigos, mas temos que ficar afastados dele, pois certamente seremos feridos outras vezes.
O segundo, aquele que provoca a injúria por impulso, por ter se sentindo ferido e mostra um comportamento agressivo por reação impulsiva, merece o perdão e a permanência ao seu lado. Isso porque, a pessoa se mostra arrependida, pode pedir o perdão diretamente e procura evitar a ferir nas mesmas circunstâncias ou em outras.
O injuriador que não se arrepende é muito comum nas relações interpessoais e principalmente nos âmbitos políticos. Aqui no Brasil nós observamos com muita facilidade muitas dessas figuras que injuriam o povo com suas ações de corrupção e desvios de recursos públicos para seus interesses particulares ou ideológicos. Fazem a injúria e se apresentam como pessoas inocentes, mesmo sendo denunciadas, julgadas e condenadas em todas as instâncias.
Temos um ex-presidente da república com esse perfil, que foi preso corretamente e solto injustamente. Ele e todos seus asseclas tentam conquistar o país novamente, principalmente através das pessoas que não têm capacidade de fazer a crítica, que vivem na ignorância e analfabetismo. São pessoas que são mantidas nessas condições precárias, gerações após gerações, por interesse dos perversos que injuriam essas pessoas e não sentem arrependimento ou necessidade do perdão.
Nós, pessoas com capacidade de crítica, que vemos com mais clareza essas injúrias, não podemos nos afastar de tais indivíduos perversos, pois estão na mídia sendo elogiados e preparados pelos comparsas para aproveitarem as fragilidades da democracia e se elegerem oferecendo vantagens imediatas aos ignorantes e dessa forma se perpetuam no poder junto com seus acólitos.
O injuriador que se arrepende de sua injúria, geralmente é uma pessoa de bem que está no processo de evolução espiritual. Ele sabe de suas dificuldades, mas está pronto para corrigir de imediato seus erros que levaram à injúria. Para essas pessoas, o perdão vai servir para os dois lados, tanto para a pessoa que oferece o perdão, quanto para o injuriador que mostra sua humildade ao pedir perdão.
Mesmo que a ferida aberta não permita a mesma relação que se tinha antes com o injuriador, o tempo vai gerar a cicatriz e o relacionamento quase normal de antes voltará a ser instalado.
No processo pós injúria, quem vai sofrer mais é o injuriador, pois sente o arrependimento e o remorso pelo que fez. Vai fazer parte do seu aprimoramento espiritual, pois todo o sofrimento recebido como justa consequência dos atos praticados, são fortes alavancas de aprimoramento.