Esta é uma pessoa que se sente ferida pela injúria sofrida por outra pessoa. E não é obrigatório que seja só uma pessoa que é atingida, quando a injúria é feita na presença de várias pessoas. Acredito que todas pessoas que sejam testemunhas da injúria devem ficar sensibilizados negativamente, a não ser que alguma pessoa tenha más intenções, tenha um coração sintonizado com o mal. Esta pessoa ficará excitada com o lançamento da injúria e pode se manifestar para que o incêndio emocional fique mais intenso.
Mas, em pessoas que tenham uma sintonia maior com o bem do que com o mal, todas sofrem uma espécie de constrangimento que tanto é mais forte quanto mais seja ligado emocionalmente com o injuriado. A tendência é que fiquem em silencio, testemunhas passivas do que acontece e sofrendo a injúria indiretamente.
O injuriador no auge da sua injúria, despertada por um sentimento que não conseguiu controlar, não percebe a dimensão do que está provocando no emocional dos expectadores. Somente depois do ato realizado, quando o tempo abaixa as chamas emocionais e a razão pode voltar ao psiquismo, é que a consciência toma a compreensão do que aconteceu. Surge a vergonha, culpa e remorso pelo ato que não pode ser apagado da memória nem impedir de o sofrimento abrir feridas.
Caso o injuriador tenha um bom desenvolvimento espiritual, ao perceber o estrago que seus impulsos animais provocaram no ambiente, evoca toda a humildade que possui e pede o perdão pelo que provocou. Claro, isso não irá apagar nada do que aconteceu, mais evoca nos atingidos a compaixão pelo sofrimento que o injuriador também está sentindo. Todos que sejam alvo do pedido de perdão, direta ou indiretamente, darão o perdão, como justos discípulos do Cristo. Agora só resta o tempo ir cicatrizando as feridas que foram provocadas. Um distanciamento entre todos parece ser o mais adequado para que a cicatriz seja formada e sem deixar muita sequela nas inter-relações anteriores.
Os injuriados indiretos dentro de um evento coletivo, formam dois blocos. Aqueles que são mais próximos afetivamente do injuriador e aqueles mais próximos do injuriado. A surpresa está presente em ambos os blocos que não esperavam tal atitude do injuriador. O primeiro bloco se sente solidário a dor do injuriado, e torce para que o injuriador recupere o quanto mais rápido possível a sua consciência pacata e servil. O segundo bloco sofre com mais intensidade a dor do injuriado e pode, aqueles mais sensíveis se retirar de imediato do ambiente.