Este nível de pacificador é bem avançado do ponto de vista espiritual. Para atingi-lo a pessoa deve ter capacidade de resistir a injúria e não devolver na mesma medida a ofensa que recebe. Permite que a agressão abra feridas, sofre a dor da ocorrência e procura apaziguar a todos apesar das labaredas de raiva ou perversidade.
O pacificador mesmo sofrendo a injúria direta, procura atenuar o efeito em outras pessoas que estão também sofrendo o mesmo nível de agressão. Para agir assim, o pacificador evoca na mente o nível de tolerância que já aprendeu, mas acompanhada pelo real discernimento da situação.
Qual seria a postura do pacificador, a reação frente a agressão e ao agressor. Para ser coerente com a lições do Cristo, deve voltar a outra face. Receber injúria calado, enquanto a raiva, motor do injuriador, tiver em atividade.
O comportamento do pacificador após o evento da injúria é que pode variar de acordo com as características do injuriador. Se esta for uma pessoa de alma boa, de boas intenções, e a injúria foi uma surpresa para todos, inclusive para o injuriador que se sente mortificado pelo que aconteceu, que nenhum dos atingidos direta ou indiretamente mereciam tal agressão, então o pacificador continua perto dela, aceita o pedido de perdão como demonstração de humildade e promessa de não voltar a fazer o que aconteceu.
Caso a pessoa seja portadora de alma agressiva, de constantes ataques a quem está por perto, e o caso da injúria não surpreendeu a ninguém, então o pacificador também aceita o pedido de perdão, mas procura se afastar do convívio com essa pessoa. Também procura evitar que pessoas do seu afeto tenham essa proximidade com o injuriador, pois sabe que evento semelhante pode acontecer.
O afastamento do pacificador do injuriador não implica que este desenvolva sentimentos negativos com relação a esse. O pacificador já tem suficiente carga de amor incondicional para saber desenvolver a paciência na relação com esse injuriador, mesmo à distância. Quando houver aproximação o pacificador sabe que vai sofrer algum tipo de injúria, mas saberá tolerar, e com paciência colocar argumentos e ações no sentido de desarmar pelo amor o injuriador, mesmo que ele acredite que tenha argumentos para praticar a agressão.
O amor colocado como escudo para as injurias que o pacificador possa sofrer, é um grande antídoto para diminuir a força da agressão, e com o tempo ela poderá deixar de existir e até se transformar em amor.
Aqui entra o tempero inevitável do tempo e a paciência do pacificador.