Sióstio de Lapa
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Meu Diário
21/05/2021 00h18
FRENTE DE BATALHA – TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

            Uma homilia feita por um padre católico e disponibilizado no Youtube em 16-02-21, tive conhecimento em 30-03-21 e como coloca com clareza a frente de batalha espiritual em que nos encontramos, digitarei aqui o que foi colocado para nossas reflexões.

            ... Eu sou padre há 25 anos e neste tempo faço parte da campanha da fraternidade, nos três exercícios da quaresma: oração, penitência e caridade. Um aspecto da caridade é o que a Campanha da Fraternidade propõe. Só que, a cada ano que você lê, principalmente na década de 70 para cá, quem escreve esses textos são pessoas ligadas à Teologia da Libertação. O que a Teologia da Libertação prega?  Não é a igreja, a Teologia da Igreja. É um tipo de teologia que prevaleceu no Brasil e que quer se impor como única leitura espiritual, bíblica.

            O que a Teologia da Libertação diz? Que o nosso problema é estrutural, que se nós vencermos às estruturas, se nós conseguirmos transformar as estruturas políticas, econômicas, sociais e religiosas, aí o mundo será o paraíso, aí teremos o Reino de Deus aqui na Terra. Isso é falso! Isso é mentira! Não sou eu que digo que é falso, que é mentira, é o Evangelho que acabamos de ouvir.

            Segundo, o documento da congregação para a doutrina da fé, na época que o cardeal Ratzinger era o prefeito da congregação, de tantos desmandos que se espalharam pelo continente latino-americano, vindos dos frutos nefastos da Teologia da Libertação, que afastou o povo da igreja, da vida espiritual e fez da igreja e muitas vezes as comunidades, um espaço de militância política orientadamente de esquerda. Se você é de esquerda, o problema é seu, não tenho nada com isso, faça da sua vida o que quiser, mas este espaço não é espaço para militância ideológica. Mostrem um único documento da Campanha da Fraternidade, do final da década de 70 para cá, que não tenha uma conotação profundamente, notadamente, majoritariamente, da Teologia da Libertação. Ou seja, de que todo o problema do ser humano, a libertação que o ser humano precisa não é do pecado, não é a libertação das estruturas do pecado original, do pecado que habita o coração do homem, do ser humano, das nossas paixões, das nossas más inclinações, da nossa desobediência a Deus. E daí porque precisamos de vida de oração, precisamos da presença de Deus para que o Senhor tenha misericórdia de nós e transforme o nosso coração. O que mais vale, a coisa mais importante dos exercícios quaresmais, é o que Bernardete faz quando ela não entende o que está acontecendo. Ela reza, ela se põe em oração. Essa é a primeira atitude do cristão diante de um mundo com estruturas que são contrárias à vontade de Deus.

            Claro que, politicamente, economicamente, os pobres sofrem. Há discriminação racial no nosso país. Há homofobia e que precisa ser combatida. Mas os documentos que essa Teologia propõe, e agora escancaradamente na Campanha da Fraternidade, o que eles pensam: não quero que tenha homofobia, não quero que tenha mulher apanhando... a gente tem que atacar a estrutura patriarcal, que o problema não está no coração do homofóbico, no homem mau caráter, machista, racista, xenófobo... o problema está na estrutura da família tradicional que é racista, xenófoba, homofóbica... então, se eu desconstruo a família tradicional, aí eu tenho a libertação. Acaba a homofobia, acaba o racismo, acaba as discriminações, e isso não é verdade. Isso é falso! O problema não está na estrutura. A estrutura é reflexo do que está dentro do ser humano. É o nosso coração que está podre, não está sadio, está doente. Porque não reza, porque não faz penitencia, porque não se arrepende dos pecados, porque não buscamos o Senhor, a Sua palavra.

            Porque não buscamos o Senhor e a Sua palavra, vai refletir nas estruturas do mundo aquilo que está carcomido no nosso coração. Jesus disse: vocês acham que o problema está fora, não pode comer isso, não pode comer aquilo, a Sinagoga é isso, o Templo é aquilo... e é isso que eles dizem. Leia qualquer documento da Teologia da Libertação, qualquer livro desses autores. Eles dizem que Jesus Cristo era um revolucionário, um ideólogo, político, e que morreu não para salvar nossa alma dos pecados, que se entregou para nossa salvação, mas porque, agitando e revolucionando o seu tempo, está mexendo na consciência das pessoas, ele comprou briga com o Império Romano, comprou briga com as estruturas políticas de poder do seu tempo, e por causa de questões políticas, sociais e econômicas é que ele foi morto. Portanto, se nós queremos estar no seguimento de Cristo, nós temos que repetir o que Cristo fez, ou seja, entrar em conflito político, social e econômico. Quem ensinou isso? Foi Jesus de Nazaré? É na Bíblia que você encontra isso? Não, meu irmão, você encontra isso no livro “O Capital” de Karl Marx, na doutrina comunista, na luta de classes, e diversos autores de esquerda, mas no Evangelho, não! Esse não é o Cristo a quem eu amo, não é o Cristo a quem eu sirvo, não é o Cristo que libertou a minha vida.

            É por causa de um Cristo agitador político, revolucionário, do seu tempo, e há 30 anos pelo menos neste país, sequestraram a Semana Santa em muitas paróquias, mas não na minha paróquia, nunca! 

            Nunca deixei de tratar o tema da Campanha da Fraternidade, mas sempre colocando o tema no seu devido lugar. É impossível passar uma campanha, o tempo da Quaresma, 40 dias falando sobre o problema da água poluída, que tem gente roubando a água, que o agronegócio... quer dizer, colocando o povo da cidade contra o povo do campo, do agronegócio. O que é isso? É luta de classes! Estava escrito isso no documento da Campanha da Fraternidade sobre a água? Estava! Vocês me ouviram tratar disso aqui? Não! Porque eu tenho critério, bom senso. Porque eu sei que por trás daquele documento há um tipo de teologia, há um tipo de mentalidade que infelizmente imperou no secretariado dentro das secretarias, dentro daqueles que são os responsáveis por executar os documentos e textos.

            Campanha ecumênica? Mas espera aí... Mas a Igreja Católica está presente? Um padre, um teólogo que não seja da Teologia da Libertação, fez parte da confecção? Não, não fez! Então não tem ecumenismo. Juntou quatro pastores protestantes, um padre, teólogo ortodoxo e um padre católico da Teologia da Libertação. Eles creem na mesma coisa. Sabem o que seria uma campanha ecumênica? Chama os Batistas para conversar! Chama a Universal do Reino de Deus! Chama a Assembleia de Deus que é a maior Igreja Evangélica do Brasil! Sabe porque não chama? Porque eles são conservadores, porque eles são contra o aborto, porque eles são a favor de uma família estruturada sobre os valores bíblicos. Não combina a mentalidade desses evangélicos que são 99% em comparação a esses que fazem parte da autoria do documento da Campanha Ecumênica da Fraternidade que são 1% dos evangélicos do Brasil. Representam na própria Igreja Evangélica uma minoria.

            Interessante como meu espírito coloca na minha mente alguns obstáculos em ações que aparentemente são boas. Aconteceu com a criação do Partido dos Trabalhadores. Na época eu era universitário e havia toda movimentação para a criação deste Partido. Participei de algumas reuniões, mas nunca o meu espírito sintonizava com as propostas que aparentemente eram boas. Vi agora porque o meu Espírito fazia restrições. Estava vendo mais além do que os meus processos cognitivos. Da mesma forma aconteceu com a Teologia da Libertação. As propostas que eu ouvia dentro dos congressos científicos, na prática pastoral, nos livros espiritualizados escritos por tais autores... nunca sintonizei com eles a ponto de me engajar nas suas ações. Agora, também, vejo porque. A Teologia da Libertação é a ponta de lança colocada dentro da Igreja Católica para feri-la morte, pois era a última instância de defesa dos Estados contra o Comunismo. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/05/2021 às 00h18