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22/06/2021 00h21
CIRCULO DO MAL DE HITLER (74) – ARROGÂNCIAS E BAJULAÇÕES 

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

LXXIV

NOVEMBRO DE 1942

STALINGRADO, RÚSSIA

            Stalingrado. Com a volta do inverno russo, o sexto exercito do Führer é cercado pelas tropas de Stalin. Mas Hitler não permitirá uma retirada tática. Seus homens devem manter a cidade por princípio.

            Por ter o nome de Stalin, Hitler fica obcecado pela ideia de tomar Stalingrado. Militarmente, não faz sentido. O plano original era focar a destruição da capacidade industrial da cidade e controlar seu rio, o Volga, uma rota de suprimentos crucial para a Rússia central.

            Os alemães chegaram ao Volga em agosto de 1942, na margem norte de Stalingrado, cortando uma importante tábua de salvação da economia soviética. Mas de agosto de 1942 em diante, os alemães usaram mais recursos para conquistar Stalingrado, mas conquista-la não era importante.

            Mas agora, após meses de combates sangrentos, seu exército precisa muito de suprimentos. Mas um homem tem um plano para salvar o dia e sua própria reputação. Göring, incrivelmente, viu na crise iminente uma forma de ganhar e se elevar na estima do Führer. Ele propõe um plano audacioso para usar sua Luftwaffe para criar uma ponte aérea e abastecer as tropas sitiadas. Ele faz uma grande exibição, dizendo: “Mein Führer, eu consigo fazer isso. A Luftwaffe está pronta para realizar essa missão.  Stalingrado será tomada, mein Führer, seu sonho será realizado.” O Führer não podia rejeitar. 

            Enfrentando gelo, neve e névoa congelante, os pilotos de Göring iniciaram uma tarefa que até sua equipe sênior temia ser impossível. A estimativa é de que seriam necessárias cerca de 800 toneladas diárias para abastecer os soldados. Mas eles conseguiam levar menos de 100 toneladas ao dia. 

            Os dias viraram semanas sem combustível e comida, o Sexto Exército está perdendo soldados tanto pela fome e pelo frio quanto por tiros do inimigo. A promessa de Göring foi catastroficamente vazia. Ele não tinha as aeronaves nem os pilotos para conseguir realizar a tarefa. O abastecimento dos soldados alemães em Stalingrado foi uma ponte aérea longe demais para a força aérea alemã. 

            Esse fato mostra como a vingança, oportunismo e maldade, pode desviar um foco objetivo para alcançar uma meta mais importante. Também mostra a força de um grupo sintonizado com a maldade do seu chefe, Hitler, que as decisões desfocadas recebem apoio dos componentes do grupo, todos querendo bajular o chefe, mesmo apoiando decisões estapafúrdias do ponto de vista estratégico. Por que não pediram a opinião dos oficiais do exército alemão? Pelo contrário, fizeram essas lideranças capacitadas pelo estudo e treinamento nas estratégias de guerra, seguirem a contragosto essas decisões em função do cargo de máximo poder, que o chefe, o Führer, exercia.  

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em 22/06/2021 às 00h21