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25/06/2021 00h24
CIRCULO DO MAL DE HITLER (77) – ACORDOS E TRAIÇÕES

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

LXXVII

12 DE ABRIL DE 1943

SECRETARIADO DA CHANCELARIA, OBERSALZBERG

            Os dois, Speer e Göring, bolam um plano para acabar com a influência de Bormann. O primeiro passo era atacar e desacreditar um de seus joguetes em uma reunião sobre suprimento de mão de obra. Como chefe do ressuscitado Conselho de Defesa, Göring liderará o ataque. 

            O que aconteceu foi bem parecido com algo saído de uma corte medieval. Foi um ataque interpessoal, não focando diretamente Bormann. Para um novato na política, Speer formou uma coalizão improvável. Junto com Goebbels e Göring, eles podem baixar a bola de Bormann. Mas quando Speer chega, há algo errado. Goebbels não está presente, e Bormann tem um novo amigo: Heinrich Himmler.

            É de se imaginar que quando Speer entrou na sala e viu Bormann com Heinrich Himmler, pensou que essa reunião não acabaria bem. E logo piora. Göring sai do combinado e começa a atacar o vice de Speer. 

            Speer está chocado com o comportamento de Göring. Ele não está entendendo e teme que as forças tenham se unido contra ele. Sem Goebbels e com a mudança de Göring, está óbvio que Speer foi traído. Göring soube que Himmler estava se unindo a Bormann contra Speer e seu grupo, ele deve ter pensado que era melhor ficar do lado deles. 

            Para Himmler, ainda controlando com zelo o trabalho em seus campos, qualquer tentativa de Speer para ganhar mais poder é uma ameaça. Himmler não quer que a influência de Speer fique maior do que já é. Essa reunião pode ser interpretada como Himmler reafirmando sua influência na esfera econômica e relembrando a Speer quem é a figura mais importante. Para Speer é um doloroso lembrete de que seus rivais do círculo farão de tudo para proteger suas posições pessoais acima das crises da Alemanha. Mas ele aprende rápido. Sua luta pelo controle da economia da guerra ainda não acabou. 

            Essa é uma prova que dentro do círculo do mal, ninguém pode confiar em ninguém, ninguém pode se sentir seguro, que os interesses pessoais estão muito acima de quaisquer outros interesses, que a pátria com seu povo é somente instrumento para se atingir objetivos. Aqui no Brasil as figuras do mal conseguiram colocar suas pessoas teleguiadas em cargos-chaves da nação, e agora, mesmo o chefe não estando no poder, julgado e condenado, esses elementos fazem de tudo, nas ruas e nos gabinetes, para jogar suas falsas narrativas para iludir a nação e os países ao redor do mundo.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 25/06/2021 às 00h24