Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
LXXXIII
20 DE JULHO DE 1944
TOCA DO LOBO, PRÚSSIA ORIENTAL
O quartel-general de Hitler na Frente Oriental, a Toca do Lobo, fica escondido nas florestas da Prússia Oriental. Com chegada apenas por uma ferrovia é uma fortaleza camuflada repleta de homens da SS. E é desse refúgio que Hitler comanda a guerra agora.
Logo Hitler entreterá o ditador fascista italiano Benito Mussolini. Mas, primeiro, ele faz a conferência diária para evitar o desastre militar se desdobrando ao redor dele. Mas se Hitler se sente seguro aqui, está muito enganado.
Uma explosão eclode no complexo. Uma bomba explodiu dentro da sala de conferência de Hitler. Parece impossível alguém ter sobrevivido. Mas Hitler consegue sobreviver.
Hitler sofreu ferimentos leves. Seus tímpanos estouraram, e ele ficou com cortes e queimaduras, mas está bem.
Quando a fumaça abaixa, começa a caçada pelo traidor. Eles sabem que foi trabalho interno. O único grupo que tinha chance real de assassinar Hitler era o de pessoas fisicamente próximas a ele.
Logo após a bomba, começa o jogo de apontar o dedo. Por trás da fachada, o partido é um ninho de inveja, ganância e cruéis jogos de poder. Para o círculo íntimo, ninguém está acima de suspeita.
A mais de 600 quilômetros a oeste, em Berlim, Joseph Goebbels recebe a notícia da Toca do Lobo. Ele está ansioso para demonstrar sua lealdade e avançar suas ambições políticas. A bomba dá a Goebbels, em Berlim, a chance de brilhar e mostrar a seu querido Hitler que ele é a pessoa certa para ser um líder político sênior, não só ministro da Propaganda.
Goebbels parte para a ação. Vemos uma breve ressurreição das qualidades de lutador que o tornaram bem-sucedido antes de 1933. Ele foca um elo fraco do círculo íntimo, um homem que acabou de sair do hospital e está sob crescente pressão: o ministro do Armamento, Albert Speer.
Speer é relativamente novato no círculo de Hitler, mas o jovem projetista aprendeu a usar a fraqueza de Hitler por arquitetura. Hitler o vê como alguém que pode ser útil e sente uma ligação com Speer, talvez porque também gostaria de ter trabalhado com arquitetura. Logo ele começou a criar os ícones da megalomania nazista e obtém muito sucesso, tem um ótimo começo.
De início, Goebbels admirou muito Speer, mas começou a ficar com ciúmes da atenção dada a ele pelo seu querido Führer. Goebbels e Speer, em seu relacionamento com Hitler, têm certa qualidade homoerótica. Hitler promoveu Speer a ministro do Armamento, responsável por armar o exército alemão. Mas Goebbels suspeita que, em face a exigências impossíveis e desespero crescente, Speer pode ter motivo para assassinato. E com um vasto exército de trabalhadores escravos migrantes, Speer tinha a condição perfeita para inserir uma bomba na Toca do Lobo. Ele gerencia a Organização Todt, que fornecia trabalhadores estrangeiros para vários locais. Havia muitos trabalhadores da Todt na Toca do Lobo.
Goebbels suspeita muito de Speer, então o chama e lhe diz: “Venha me ver, quero saber tudo que você sabe.” Quando Speer chega ao Ministério da Propaganda, ele não sabe que está sob suspeita. Goebbels quer questioná-lo sobre os trabalhadores estrangeiros da Organização Todt. Ele acusa Speer de deixar esses homens andarem livremente no local e burlarem a segurança.
Talvez Speer tenha deixado isso acontecer. Então, Speer seria um traidor? Mas o interrogatório logo é interrompido. Speer e Goebbels olham pela janela e veem tropas, e eles não sabem se elas são leais ou hostis a eles. Eles estão em um impasse.
Tropas armadas do Batalhão de Guarda Grobdeutschland, preparados para combate, cercam o edifício e se posicionam para fechar o Portão de Brandemburgo. Fica claro que a tentativa de assassinato fazia parte de uma conspiração militar de grande escala.
Na convivência com o mal ninguém escapa de maledicências, perjúrios, falsas narrativas... completa falta de solidariedade. Isto é o que diferencia o reino do Anticristo, a Nova Ordem Mundial, do Reino de Deus, onde a verdade e a solidariedade são tônicas dos cidadãos. Mas ainda estamos dentro da sociedade que se projeta em busca do Anticristo. Observamos todos esses critérios de condutas adotados pelos integrantes do círculo íntimo do mal e se espalhando por sobre todos que estão se aproximando e ficam cooptados por tais atitudes, tão representativas do poder que foi conquistado. Mas, tanto lá na Alemanha, como cá no Brasil, além da força dos poderosos alicerçada na mentira, existe a resistência dos que permanecem fiéis aos ensinamentos do Cristo, que são cristãos e que lutam para manter os valores de cristandade, e a busca para a construção do Reino de Deus, como o próprio Cristo alegou que seria possível.