A Igreja Católica, que se coloca desde o início como a responsável pela transmissão e aplicação dos ensinamentos de Jesus, pode ser considerada como a mãe desses ensinamentos, como Maria foi a mãe de Jesus.
A Igreja Católica, mãe dos ensinamentos de Jesus, desde a igreja primitiva até os dias de hoje, com todas as divisões que sofreu, tem o Papa, o Santo Padre, como o Pai, aquele que deve ter o dom da infalibilidade, desde que seja um pai correto, que se mantenha sempre fiel aos ensinamentos que recebeu.
O filósofo e legislador egípcio Hermes Trismegisto (três vezes grande) que ensinava que o que está em cima é como o que está embaixo, aplicando isso a tudo que se observa na natureza, podemos aplicar esse conhecimento na alegoria pai/mãe e Igreja Católica, como se fossem uma família funcional. Nesse caso, a família natural, homem e mulher que se associam de preferência afetivamente, para conviverem e gerarem filhos. Se a família iniciada pelo homem/mulher não tiver condições de gerar filhos que possam se consorciar com o gênero oposto e assim construírem novas famílias, se caracterizam como anômalos e não contribuem para a expansão da coletividade.
Assim podemos esperar, com essa alegoria, que também saiam filhos da Santa Igreja Católica, na forma de novas religiões, que não sendo iguais, tem o mesmo DNA. As diversas religiões cristãs que podemos constatar tem essa pater/maternidade. Os integrantes da Igreja Católica, defensores do tradicionalismo, se constituem as células atuantes para a vida da instituição ao longo dos séculos. Eles têm razão ao defenderem com vigor, como faz o bispo Viganò, acusando toda a apostasia que se verifica dentro da Igreja. Se alguém dentro da Igreja Católica pensa de forma diferente da Madre, então deve sair de casa em formar sua nova religião, como se observa nas famílias naturais.
Tenho o meu próprio exemplo. Nasci dentro da Igreja Católica, meu nome foi escolhido devido uma promessa feita a São Francisco para eu escapar com vida do parto difícil que sofri. Durante o tempo que estava dentro do serviço militar, na Marinha do Brasil, entrei para a Igreja Evangélica, a Assembleia de Deus. Perdi a sintonia com a religião quando percebi que ela se confrontava com a ciência, que eu dava todo o valor e elogiava a grandiosidade do homem ter ido e voltado da lua, enquanto a Igreja criticava e condenava. Fiquei um tempo fora da religião, duvidando da própria existência de Deus. Fui resgatado pelos livros do Espirito Ramatis e entrei para a Doutrina Espírita, que defende a aplicação dos ensinamentos de Jesus na prática, com a caridade, respeitando os achados da ciência, como forma de descoberta dos segredos da Natureza.
Hoje tenho a minha fé fortalecida, respeito a Santa Igreja Católica, admiro aqueles que defendem a sua existência contra os ataques da apostasia, mas não me sinto inclinado a integrar os seus rituais, sua forma de salvação. A minha forma de pensar leva para outros nichos de fé que não encontro em nenhuma igreja que tenho conhecimento, por isso sou inclinado a criar a Igreja que minha forma de pensar acha que está faltando, também alicerçada nos ensinamentos do Cristo, portanto, mais uma das filhas da Madre Igreja Católica, mesmo que seja criticada pelos fiéis tradicionalistas que a sustém.