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Meu Diário
07/07/2021 00h06
CIRCULO DO MAL DE HITLER (84) – EXÉRCITO X NAZISMO

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

LXXXIV 

            Na Toca do Lobo, a caçada pelo bombardeio continua. Bormann fica sabendo que, logo antes da explosão, um coronel maneta foi visto saindo do local. Só poderia ser um homem, um veterano herói de guerra: Claus von Stauffenberg. Ele esteve na reunião onde a bomba foi colocada.

            Claus von Stauffenberg era a única pessoa que poderia ter se aproximado de Hitler para cometer o assassinato. Ele sofreu pela Alemanha, era considerado confiável e honorável. Tinha origem aristocrática. Era um militar do tipo antiquado. Ele não era um democrata, era um alemão nacionalista, mas não queria ver o nome da Alemanha ser jogado na lama.

            A participação de Stauffenberg de ter colocado a bomba foi uma notícia chocante para o círculo. Significava que o Exército alemão tramou tudo. É uma revolta moral contra as atrocidades nazistas em nome do Exército alemão, muitos dos quais sabiam das execuções em massa de judeus na Frente Oriental. Não era como as outras tentativas de assassinato de Hitler. Desta vez, veio de dentro. E é a pior traição para Hitler.

            Mas Hitler sobrevive e quer se vingar. Stauffenberg, acreditando que o Führer estava morto, correu para Berlim e comandou a tomada pelo exército, a chamada Operação Valquíria. 

            Era um plano oficial de que o exército reserva assumiria caso Hitler morresse. A trama para afastar os nazistas está a todo vapor. Se der certo, o Exército controlará a Alemanha.

            Os conspiradores pretendiam usar o plano oficial da Operação Valquíria de controlar Berlim e outras cidades proeminentes. Mas há uma falha na trama. Eles deixaram Goebbels com uma conexão telefônica à Toca do Lobo, então ele poderia fazer planos.

            Quando a escala do golpe fica clara, o círculo íntimo vira uma confusão. Todo mundo é suspeito. Eles querem saber até onde vai essa trama. Foram só os generais? Só os aristocratas prussianos? Ou tem nazistas envolvidos? 

            Hitler manda Heinrich Himmler ir até Berlim e controlar a situação. Ele foi um dos grandes beneficiários da trama da bomba. Há uma tremenda necessidade de segurança e coleta de informações, o que recai sobre a SS. Ele pode perseguir todos os inimigos do Reich dos quais tem arquivos.

            Himmler manda sua Gestapo investigar qualquer conexão que o círculo íntimo possa ter com a bomba. Seu principal suspeito é um homem conhecido por seus contatos nos negócios alemães e círculos aristocráticos: Hermann Göring. Ele era um herói de guerra da Primeira Guerra. Possuía várias medalhas. Tinha um estilo bem ostentador. Então, era um alvo fácil para os membros mais radicais do alto escalão nazista.

            Sem saber que seu velho inimigo Himmler, está de olho nele, Göring sai de sua mansão para se juntar a Hitler na Toca do Lobo. Embora esteja com os tímpanos perfurados, queimaduras e um corte na mão, Hitler insiste que a planejada visita de Mussolini aconteça. 

            Acontece um grande encontro social na Toca do Lobo naquela tarde. Quando Göring chega, Bormann fica de olho nele. O não sofisticado e impopular Bormann nunca gostou do glamouroso herói de guerra. 

            Com excesso de suspeitas e tensão, o encontro logo vira uma discussão. O almirante Dönitz culpa o Exército pelo esforço de guerra fracassado. Göring concorda. Mas Dönitz lhe diz que o desempenho da Luftwaffe também era responsável. Dönitz vai além e diz: “Está perdendo a guerra, Göring.”

            Então agora tem-se uma espécie de briga familiar no círculo íntimo. Enquanto isso, Mussolini brinca com seu bolo como uma criança com massinha. Hitler não aguenta mais. Ele tem um ataque de fúria que dura uma hora e meia. Não disposto a aceitar a responsabilidade pelo desastre que criou, Hitler busca um bode expiatório, terminando seu discurso inflamado com uma frase megalomaníaca: “Estou tendo dúvidas se o povo alemão está à altura dos meus grandes ideais!”

            Logo depois, Hitler, avesso a câmeras, é filmado junto com Bormann e Göring se despedindo de Mussolini. Esse será o último encontro entre os dois ditadores. Quando o trem parte, eles voltam ao trabalho. A trama da bomba.

            O mal sempre suscita na comunidade o levantamento de pessoas mais sintonizadas com valores positivos. É o caso do grupo nazista com suas ondas de atrocidades, dentro e fora do seu país, que evoca dentro do exército a reação de pessoas que não concordam com o que está acontecendo. Porém, as amarras do Poder impedem que o mal seja corrigido, se é o próprio mal que coordena ou impõe sua vontade sobre a nação. Aqui no Brasil tem uma situação parecida, mas diferente. Aqui não é o mal que detém o poder central, adquirido pela força do voto. Aqui o mal se manifesta através das diversas instituições públicas, administrativas, legislativas, judiciárias e até eclesiásticas, que foram contaminadas pela corrupção e mantem pessoas com o “rabo preso” às iniquidades, favorecendo os criminosos que um dia os colocaram em tal posição de poder. Tanto lá na Alemanha, como cá no Brasil, quem sofre com essas ações maléficas é a população, que parece não ter o poder de reação, como tivemos quando fomos às ruas e exigimos a saída dos corruptos das estruturas do poder. Mas os ratos continuam roendo e querendo quebrar a estabilidade governamental de quem não está disposto a alimentar suas iniquidades.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/07/2021 às 00h06