Esta é uma forte estratégia da guerra espiritual, pois conseguiu penetrar na Igreja Católica, a principal opositora do mal, e reverter o trabalho evangélico em sua pureza cristã. Vejamos o que diz o Padre Paulo Ricardo em sua aula publicada no Youtube em 04-01-2012, com 394 visualizações na data de 15-04-2021.
Quando João Paulo II foi visitar Cuba, um jornalista perguntou a Fidel Castro como ele se sentia recebendo o homem que havia causado a queda do comunismo. Fidel Castro respondeu candidamente, dizendo: “eu não desprezaria assim Gorbatchov”, querendo dizer assim que quem derrubou o comunismo foi o próprio comunismo. Cada vez mais isso se torna claro e evidente, de caso pensado. Existem expressões do próprio Gorbatchov anteriores a queda do Muro de Berlim em que ele já dizia e os próprios comunistas já previam que seria necessário promover uma aparente morte do comunismo para que o espírito e o ideal comunista se alastrassem no Ocidente. Os próprios comunistas compreendiam que havia uma espécie de queda de braço e que se as coisas continuassem daquela forma o comunismo iria perder. Ou seja, havia uma guerra armamentista: os Estados Unidos estavam vencendo a corrida armamentista. Eles tinham armas muito mais potentes, tecnologicamente mais desenvolvidos, estavam numa situação muito melhor do que a União Soviética. Os Estados Unidos, dentro da Guerra Fria, estavam vencendo a batalha militar. Mas, os comunistas não estavam mais fixados numa batalha militar. Já há décadas que os comunistas já haviam que o caminho não era militar, o caminho era o cultural. Como é que surgiu isso? De uma linha que aparentemente parecia heterodoxa do comunismo, ou seja... vamos ao século XIX.
A ideia de Karl Marx é a seguinte: a sociedade que está aí é injusta, explora o trabalhador, o proletário. É preciso que nós, através de um método revolucionário, revolução armada, nós, classe trabalhadora, tomemos posse do governo para implantar uma ditadura do proletariado. Através de uma luta de classes, o proletariado vai tomar posse dos meios de produção, do governo, etc. para formar uma sociedade que será justa, sem classes e sem governo.
O ideal de Marx é, em palavras pobres é implantar aqui na Terra o paraíso. Implantar aqui neste mundo uma sociedade justa, perfeita... e como ele irá fazer isso? Pelo poder criativo do mal. Aqui é que está a perversão marxista na sua raiz mais absurda. Marx é somente o secretário. Satanás na verdade é Hegel. Marx é somente o porta-voz, a força criativa do negativo. Faça o mal produza o mal, destrua! Disto virá algo bom. É esse o princípio hegeliano. Uma vez que você tem uma antítese forte deste conflito, desta luta de tese e antítese, surgirá uma síntese superior. Essa luta será elevada. Na linguagem técnica hegeliana, será suprassumida, será elevada para cima. Então, num conflito, num duelo de vida e de morte surgirá o superior. Hegel ver que existe uma injustiça com o mal, com o negativo. Que o negativo foi demonizado, foi exorcizado de nossas vidas, e na verdade quando você exorciza e retira o negativo da vida das pessoas, você está criando um imobilismo, uma falta de vitalidade.
Hegel, traz para dentro da Filosofia aquilo que já era visto pela arte, pelo romance, pelos satanistas. Se for lido o Fausto, de Goethe, uma das cenas iniciais, Mefistófeles, o demônio, aparece para Fausto e se identifica. Ele quer saber: quem é você? (o demônio, Satanás) e ele diz: eu sou aquela força do mal que sempre produz vida. Pelo menos é isso que o mal diz de si. Não estou dizendo que é a verdade, estou dizendo que é a propaganda que ele faz de si. Existe criatividade no mal, existe vitalidade no mal. Você dê asas ao mal e vai acontecer algo de bom. Hegel coloca isso na Filosofia, sua dialética. Marx leva isso à prática, da teoria hegeliana para a práxis política, em que matar, destruir, hostilizar a civilização, trazer abaixo a ordem irá produzir uma ordem bem superior. Este é o princípio que não devemos esquecer, porque ele governa a vida de muitos sacerdotes, bispos, dentro da Igreja Católica hoje. Não que eles tenham estudado isto, porque isso aqui, deixe eu dizer para você... qual a missão da vida de Padre Paulo Ricardo? Colocar notas de rodapé naquilo que todo mundo faz automaticamente sem saber de onde vem.
Interessante o que observamos na Segunda Guerra mundial com essas colocações do Padre Paulo Ricardo. Duas ideologias que praticam o mal, nazismo e comunismo, podem se unir para destruir o inimigo comum, o Ocidente, que tem forte religiosidade, representado principalmente pela Inglaterra e pelos Estados Unidos. Num momento seguinte, o nazismo tenta capturar sua aliada, a Rússia, e se apossar dos seus recursos materiais. Vejo também que ambas defendem o bem-estar humano, principalmente dos seus integrantes, mas quando são implementadas, um banho de sangue se verifica e o autoritarismo se instala, a verdade é exilada e o terror uma prática de cooptação, fuga ou morte. Estamos neste momento singular no Brasil. Temos o conhecimento que a história nos trás, sofremos a pressão das forças do mal, com suas falsas narrativas, destruição de reputações, aparelhamento maquiavélico das instituições, e nós, cidadãos conscientes e aliados do bem, como aqueles da Rússia e da Alemanha que observavam que acontecia, passivamente, vamos deixar a história se repetir? Deixar o mal se manifestar como se fossemos ovelhas a ser tosquiadas por qualquer falso pastor?