Meu Diário
24/07/2021 02h19
REVOLUÇÃO CULTURAL (13) – DENUNCIAR SIM, DEBATER NÃO.

            Esta é uma forte estratégia da guerra espiritual, pois conseguiu penetrar na Igreja Católica, a principal opositora do mal, e reverter o trabalho evangélico em sua pureza cristã. Vejamos o que diz o Padre Paulo Ricardo em sua aula publicada no Youtube em 04-01-2012, com 394 visualizações na data de 15-04-2021.

            Vejamos o passo tremendo! A realidade é absolutamente caótica e irracional. Quem é que cria a racionalidade? O intelecto humano. O marxista pensa isso, mas não pelas razões kantianas, de achar que nós temos categorias, mas, pelas razões marxistas de ideologia. Ou seja, a ordem que você impõe ao mundo irracional é uma ordem que traduz os seus interesses de classe. Existe uma superestrutura que é, para Marx, a religião, a filosofia, o direito, a ética, ou seja, aquelas três colunas a respeito das quais falava o Papa Bento XVI. Elas são para Marx, uma superestrutura que justifica o status quo, que justifica a situação opressora na qual a sociedade se encontra

            Quando eu crio com minha mente uma cultura, aquela cultura está defendendo os meus interesses de classe. Aí eu pego essa cultura e inoculo no subconsciente das pessoas, e as pessoas se tornam profundamente alienadas porque beberam desse veneno. Então as pessoas começam a defender os meus interesses de classe, porque elas beberam a minha religião, a minha filosofia, o meu direito, e essa lógica burguesa irá defender os meus interesses de classe. É por isso que os marxistas não debatem. Se vocês estão querendo debater com marxistas, pegaram o trem errado, perderam o trem da história, como eles dizem.

            Enquanto nós, escolásticos, estamos querendo debater com eles, eles não querem minimamente debater. Porque se eles começarem a debater com você, eles estão entrando na sua lógica burguesa e eles perderão. O que um marxista faz não é debater, o que ele faz é denunciar a lógica burguesa. Um exemplo bem claro. Em 1995 eu era professor numa universidade em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e eu fui convidado para ser palestrante em uma Semana Filosófica, como estou fazendo aqui num Congresso Teológico. Eu estava lá fazendo uma palestra sobre filosofia, não me lembro exatamente o tema. Acontece que no intervalo foi aberto para as perguntas e veio um barbudinho, com anel de tucum no dedo, se colocou na fila para fazer perguntas, e na hora que devia fazer perguntas, em vez de dirigir a palavra a mim, ele voltou-se para a plateia e disse: “Gente! Se nós seguirmos a lógica dele nós vamos ser obrigados a concordar com ele. Isso é uma lógica burguesa!”

            Não tinha ainda prestado atenção nessa prática comunista, de não privilegiar o debate e sim a denúncia. O que observo agora, prestando mais atenção, é a prática maciça da denúncia sem entrar no mérito dos argumentos. Vejamos o que acontece com as críticas ao governo Bolsonaro. Gritam que o presidente é fascista, genocida, machista, etc., mas não entram no debate lógico dos argumentos mostrando as características de quem está acusado com os conceitos e exemplos históricos. Se formos aplicar essa forma de argumentar, veremos que aquele que é acusado pelas esquerdas de tais adjetivos, são mais facilmente encontradas similaridades naquelas personalidades que eles defendem. Encontramos assim outra observação interessante, de acusar o outro, denunciar a pessoa de crimes e vícios que eles mesmo são possuidores.


Publicado por Sióstio de Lapa em 24/07/2021 às 02h19


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr