Meu Diário
31/07/2021 00h27
LUDWIG VON MISES – (05) FUMAÇA DE SATANÁS

            Interessante ver o que existe nas redes sociais sobre Ludwig von Mises, um artigo econômico, “O cálculo econômico sob o socialismo”, escrito em 1920, importante para entendermos e nos posicionarmos ideologicamente.

A esquerda ainda odeia o livro, e continua até hoje tentando dizer que ele exagerou nos números e nos relatos. E então veio o Livro Negro do Comunismo (1999), que coloca em 85 milhões a estimativa mínima de cidadãos executados pelos comunistas, deixando claro que cifras como 100 milhões ou mais são as mais prováveis.  

O livro foi escrito por esquerdistas franceses e publicado pela Harvard University Press, de modo que ele não pôde simplesmente ser repudiado como sendo apenas mais um panfleto direitista.

Segundo o livro, entre 1949 e 1987, o comunismo da China, liderado por Mao Tsé-Tung e seus sucessores, assassinou ou de alguma maneira foi o responsável pela morte de 76 milhões de chineses. Há historiadores que dizem que o número total pode ser de 100 milhões ou mais. Somente durante o Grande Salto para Frente, de 1959 a 1961, o número de mortos varia entre 20 milhões e 75 milhões. No período anterior foi de 20 milhões. No período posterior, dezenas de milhões a mais.

No Camboja, o Khmer Vermelho, comandado por Pol Pot, exterminou aproximadamente 3 milhões de cambojanos, em uma população de 8 milhões. Crianças eram assassinadas com baionetas.

No total, segundo Conquest, os regimes socialistas assassinaram aproximadamente 110 milhões de pessoas de 1917 a 1987. Destas, quase 55 milhões de pessoas morreram em vários surtos de inanição e epidemias provocadas pelas políticas de planejamento econômico — dentre estas, mais de 10 milhões foram intencionalmente esfaimadas até a morte, e o resto morreu como consequência não-premeditada da coletivização e das políticas agrícolas marxistas.

A esquerda até hoje tenta ignorar tudo isso.

Com efeito, a resposta da academia tem sido a de considerar todo o experimento soviético como algo que foi meramente mal orientado, algo que se desencaminhou, e não como algo inerentemente diabólico. O custo em termos de vidas humanas raramente é mencionado. Antes de 1991, era algo ainda mais raramente mencionado.  

Antes de Arquipélago Gulag (1973), de Solzhenitsyn, era considerado uma imperdoável falta de etiqueta um acadêmico fazer mais do que apenas mencionar muito discretamente e só de passagem toda a carnificina, devendo limitar qualquer crítica apenas aos expurgos do Partido Comunista comandados por Stalin no final da década de 1930, e praticamente quase nunca mencionar que a fome em massa havia sido adotada como uma política pública. "Ucrânia?  Nunca ouvi falar." "Kulaks? O que são kulaks?"

Há um livro sobre estas ingênuas e crédulas almas, que foram totalmente trapaceadas: Political Pilgrims: Travels of Western Intellectuals to the Soviet Union, China, and Cuba, 1928-1978 de Paul Hollander. Foi publicado pela Oxford University Press em 1981. Foi ignorado pela intelligentsia por uma década.

A falência intelectual e moral dos líderes intelectuais do Ocidente, algo que vinha sendo encoberto pela própria durabilidade do regime soviético, foi finalmente exposta em 1991, quando houve o reconhecimento mundial de que os regimes marxistas não apenas haviam falido economicamente, como também eram tiranias que o Ocidente havia aceitado como sendo uma alternativa válida para o capitalismo.

Não há exemplo melhor deste auto-engano intelectual do que o de Paul Samuelson, professor de economia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o primeiro americano a ganhar o Prêmio Nobel de economia (1970), ex-colunista da revista Newsweek, e autor daquele que é, de longe, o mais influente livro-texto de economia do mundo pós-guerra (1948 — presente): pelo menos 3 milhões de cópias vendidas em 31 idiomas distintos.  

Ele escreveu na edição de 1989 de seu livro-texto: "A economia soviética é a prova cabal de que, contrariamente àquilo em que muitos céticos haviam prematuramente acreditado, uma economia planificada socialista pode não apenas funcionar, como também prosperar."

Mises previu tudo.

Tudo o que ocorreu seis décadas após a publicação do ensaio de Mises comprovou a acurácia de sua tese. Regimes construídos sobre bases irracionais se degeneram em ações irracionais.

Em 1979, a China comunista abandonou o planejamento centralizado no setor agrícola. Deng Xiaoping removeu os controles estatais sobre a agricultura na China. Essa liberalização levou ao maior e mais longo período de crescimento econômico, na maior área terrestre do planeta, em toda a história da humanidade.

Em seguida, ao fim da década de 1980, a economia da União Soviética começou a implodir. No dia 25 de dezembro de 1991, Mikhail Gorbachev formalmente dissolveu a URSS. Sem nenhum derramamento de sangue, os líderes da URSS simplesmente abandonaram este esquema. A bandeira vermelha sobre o Kremlin foi abaixada pela última vez. O experimento genocida havia terminado.

Esses dois acontecimentos apenas comprovaram a teoria de Mises, de 1920. O socialismo é realmente irracional. Dado que o socialismo é inerentemente irracional, ele não tem como produzir crescimento econômico semelhante ao das economias de livre mercado. Este contraste pode ser visto em foto de satélite das duas Coreias. Desconheço uma imagem visual que melhor valide a teoria de Mises.

Para concluir.

As leis da economia têm de ser respeitadas. Mises entendeu isso. Seus críticos não. A análise de Mises feita em 1920, apenas três anos após a Revolução de Outubro, se comprovou acurada tanto para a China quanto para a URSS.

Em seu posfácio à edição de 1990 do ensaio de Mises, Joseph Salerno apresentou a seguinte avaliação: ‘A importância deste ensaio de Mises, de 1920, se estende para muito além de sua devastadora demonstração sobre a impossibilidade de uma economia e de uma sociedade socialista. O ensaio apresenta a mais completa justificativa da importância de se ter preços livres, livre concorrência, propriedade privada protegida contra todo e qualquer tipo de ataque, e uma moeda sólida. Sua tese continuará relevante enquanto economistas e políticos quiserem entender por que até mesmo pequenas intervenções estatais na economia consistentemente fracassam em seu intuito de alcançar resultados socialmente benéficos.” 

"O cálculo econômico sob o socialismo" certamente figura entre os mais importantes artigos econômicos escritos neste século. Eu acrescentaria isto: em qualquer século.

            Tanta miséria que existe no mundo, sob o olhar de tantos que se dizem cristãos, honestos e fraternos. Irmãos morrem ao redor do mundo sob regimes os mais autoritários e perversos, enquanto o próprio Papa fica calado, a voz que deveria ser a voz de Cristo. Parece que a profecia da Bíblia do reinado do Anticristo está para se realizar. A fumaça de Satanás parece que atingiu todo o mundo, incluindo as nações mais poderosas do Globo, como é o caso dos Estados Unidos, cujo presidente mais combativo dentro de comportamentos mais coerentes, é derrotado por tão flagrantes fraudes incapazes de serem contidas pela justiça. Aqui no Brasil corremos o mesmo risco, mas também temos a responsabilidade de sermos o coração do mundo e a pátria do Evangelho. Temos a responsabilidade de limpar o mundo dessa fumaça de Satanás. 


Publicado por Sióstio de Lapa em 31/07/2021 às 00h27


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr