O trabalho do professor dentro da comunidade é de importância vital para o nosso crescimento profissional, ético, moral e espiritual. O professor deve trabalhar com os fatos dentro da verdade do acontecido, sem colocar dentro do contexto verídico a sua opinião pessoal, pois ele pode ter criado uma ideia distorcida dos motivos e objetivos daquele fato que está se desenvolvendo ou que se desenvolveu no passado. Este é o papel do professor. Passar as informações dos fatos acontecidos dentro dos critérios da verdade, sem criar falsas ou tendenciosas narrativas, mesmo porque, ele jamais irá ter certeza se a interpretação que faz dos fatos é a mais correta, por mais que imagine que seja. Se o professor educa seus alunos com base nas narrativas que ele criou ou aceitou em função de uma realidade, presta um desserviço social, deixa de ser um professor para ser um militante ideológico, a serviço de partidos políticos ou interesses empresariais. Surge assim os motivos para a corrupção, usar da mentira, das falsas narrativas, para alcançar benefícios pessoais ou grupais pernicioso aos interesses coletivos, das comunidades, os interesses do próximo enquanto cidadão.
Vejamos o exemplo da revolução ocorrida na Rússia em 1917. Os fatos registrados mostram que existia uma grande insatisfação dentro de alguns grupos e entre esses existiam alguns grupos com capacidade de articulação política para tomar o poder e acabar com a miséria que grande parte da população russa vivia. Conseguiram levar o povo armado às ruas e destituir o governo imperial, czarista, colocando em seu lugar o poder dos grupos sovietes, gerando assim a motivação para que esses grupos formados por trabalhadores se difundisse pelo mundo, onde existissem trabalhadores, usando como base teórica para essa movimentação as ideias do teórico alemão Karl Marx. Formaram de início ao seu redor a União Soviética e o pensamento expansionista que se tornou majoritário dentro dessa comunidade revolucionária, que o mesmo comportamento de tomada do poder, por revolução armada ou cultural, deveria acontecer em todo o mundo, onde existissem trabalhadores sendo explorados pelo capitalismo.
Estes são os fatos onde se misturam realidade com ideologia, e o professor tem a obrigação ética e moral de saber transmitir com honestidade o que está acontecendo sem tomar partido dos interesses envolvidos: de proletários, capitalistas e revolucionários. A educação que se espera é que o jovem tenha conhecimento de toda verdade que envolve os fatos, que existe na construção desses fatos, os interesses humanos que são discrepantes, pois são apoiados nos instintos egoístas que todos nós possuímos. Tanto o capitalista que tende a explorar o trabalhador, quanto o trabalhador que pode transformar seus instrumentos de trabalho, foice e martelo, em armas para eliminar os seus predadores, os capitalistas. Entre essas duas classes existe o interesse do grupo político que deseja transformar essa realidade, quer seja pelo voto democrático, quer seja pelo uso das armas, pela mudança nos costumes, a revolução armada ou cultural.
Sendo colocada todas essas situações, fatos e ideologias, o professor está cumprindo a sua função de alimentar a mente do seu aluno com os elementos necessários para que ele possa usar do raciocínio e chegar a uma conclusão mais próxima da verdade, sem as incoerências que são observadas nas falsas narrativas. Sendo feito o raciocínio sobre a realidade, sem a aceitação prévia de que uma narrativa seja verdadeira, o aluno pode chegar a uma conclusão mais próxima da verdade, pois as incoerências que ele possa colocar na sua forma de pensar, pode ser apontada pelos seus colegas ou pelo professor, que tem essa obrigação, mostrar a incoerência que afasta os fatos da verdade.