Esta trindade divina reconhecida pela Igreja Católica, é um alicerce espiritual importante para boa parte da humanidade, os cristãos, entre os quais me incluo. Esse alicerce espiritual orienta aos fieis que Deus é o criador de tudo que existe, é a causa sem causa da existência. O Filho é aquele escolhido por Ele e enviado até nós, encarnado como Jesus de Nazaré e assumiu sua missão como o Cristo, o apóstolo de Deus, do Pai. O Espírito Santo é a forma que o Pai, Deus, Criador, Causa sem causa, se comunica direta ou mais comumente, indiretamente, com sua criação, a partir de qualquer forma de transmissão, mas principalmente pelas intuições no raciocínio daqueles que estão abertos, que procuram sintonizar com Sua vontade.
Esta é a concepção que faço da Divindade da qual procuro me aproximar fazendo a vontade do Pai, burilando o meu comportamento, reconhecendo o que tenho como vícios e virtudes. Dessa forma posso trazer para dentro da minha vivência e experiência esse alicerce espiritual e ver como ele se acopla ao meu pensamento.
Deus, está com a mesma compreensão. É o Pai, o Criador de tudo o que existe, onipotente e onipresente, por isso estou mergulhado nEle como um peixe no aquário, ao mesmo tempo que ele está mergulhado dentro de mim, como a água que constitui mais de 70% do meu organismo. Se eu respiro, inspiro e expiro Deus a cada momento. Ele me dá a vida na forma do oxigênio, me livra da morte jogando fora o gás carbônico. É o Deus que cria e permite que aconteça a morte, pela evolução natural ou pela interferência conveniente ou inconveniente, benéfica ou maléfica do livre arbítrio de criaturas racionais.
O Filho sou eu e todas as demais criaturas, racionais ou irracionais, orgânicas ou inorgânicas. Mas, esse filho designado no alicerce espiritual, é um daqueles que mais evoluiu, que mais se aproximou dEle, e agora divide com Ele a tarefa de criar e administrar os mundos pelos universos afora. É este Filho, enviado por Ele, que recebeu dos pais biológicos o nome de Jesus e que assumiu por conta própria a missão do Cristo. É este Filho que se identifica tanto com o Pai que veio ensinar o que Ele mandou, mesmo sofrendo atrozes dores provocadas por nossa ignorância dos desígnios divinos. É a esse Mestre divino que procuro seguir suas lições, sem esquecer a missão pessoal que o Pai designou para mim: ajudar na construção da família universal viabilizando o Reino de Deus na comunidade, conforme a indicação que o Mestre deixou.
O Espírito Santo é uma denominação coletiva, de todos aqueles que querem e procuram fazer a vontade do Pai, independente de qualquer igreja ou instituição. Dentro deste coletivo estão milhares de espíritos, assim como eu, cada um com um grau evolutivo diferente, com suas cargas de vícios e virtudes, no trabalho constante de burilamento espiritual, de limpeza do egoísmo do coração. Eu, particularmente, sinto que estou ainda bastante atrasado nesse burilamento que leva à perfeição. Sinto que eu, espírito, ainda estou preso aos desejos da carne, aos interesses egoístas do organismo, das trilhões de células que eu, espirito, deveria administrar. Uma prova disso é que, mesmo sabendo das necessidades do corpo e dos limites que devo dar aquilo que ele deseja para obter o prazer, ainda me alimento além da necessidade e fico com sobrepeso, que acarreta facilidade do adoecer e comprometer minha missão espiritual. Assim são com outros vícios associados ao egoísmo, tenho dificuldade de me livrar convenientemente deles e por isso considero que eu, espirito, mesmo me considerando dentro do coletivo da santidade, ainda estou severamente preso aos meus instintos que me desviam do Pai para os interesses fúteis da carne. Resta orar, trabalhar com afinco, respeitar os limites e a vontade intuídas pelo Pai.