Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
04/09/2021 23h12
EU PERDI VOCE?

No mundo do romantismo, onde o Behemoth tem seu império associado com ideias éticas, de justiça, fraternidade, amor incondicional, surgem histórias que a mais fértil imaginação não poderia construir.

Vivo num mundo somente meu, apesar de rodeado de amigos, parentes e companheiras e exs... desde que assumi as lições do Cristo sobre o amor incondicional, mudei o meu conceito de família nuclear, que era com base no amor exclusivo que exige o contrato conjugal. Entendi que o afeto entre as demais pessoas, com toda a liberdade que a ética do amor incondicional exige, não poderia ficar subordinado aos preconceitos e normas legais que o Behemoth induz para preservar o que imagina ser seu por direito.

Essa mudança radical de paradigma de vida, do amor exclusivo como exigência do contrato conjugal dentro da família nuclear, para o amor inclusivo abrindo as portas para a família ampliada, pré-requisito para a família universal, teve um impacto severo na minha racionalidade e consciência. Se isso foi tão sério para mim, que chegou até a destruir os conceitos machistas que eu possuía, com todo o conteúdo intelectual, acadêmico e espiritual que eu já havia adquirido, quanto mais para minhas outras companheiras que passei a construir...

Todas elas, sem exceção, achavam estranho e não concordavam com meus atuais princípios, mesmo não encontrando nenhum conflito ético que mostrasse o erro que eu estava cometendo.

Assim, me tornei capitão de minha vida, levando a nau do meu corpo por comportamentos alicerçados na nova ética que o Cristo me ofereceu com suas lições sobre o amor incondicional. A companheira que resolve ficar comigo, na convivência, apesar de aceitar o que digo que poderei fazer dentro dos meus atuais paradigmas, que tento explicar com toda a clareza, aceitam a condição, mas sempre demonstram revolta e sofrimento quando percebem que o que digo está se realizando.

Nesses momentos volta para mim a ameaça de separação, de ser expulso da vida delas. É como se tivessem aceito a minha condição na superfície, mas por dentro permanece a esperança de que ela, a atual companheira, é a última aventura romântica que realizei. E vem a frustração, a revolta e a minha expulsão de suas vidas, quando reconhecem que estão erradas e que não podem viver com uma pessoa como eu.

Ao assistir um filme na Netflix, “A Firma”, tem uma trama que o protagonista tem um caso extraconjugal, mas sem más intenções quanto ao seu relacionamento com a esposa, envolvido por uma trama mafiosa que queria lhe incriminar. A esposa ao saber, fica decepcionada e diz que vai voltar a morar com os pais. Mesmo assim, ela decide ajuda-lo pela última vez, para livrá-lo da ameaça de morte. Tendo tido sucesso, volta a encontrar o marido na casa destruída pelos bandidos que procuravam alguma prova. Eles tem o último diálogo do filme, que achei muito interessante e fiz um paralelo com minha situação, no contexto de acusação e abandono que sofro constantemente por minha companheiras. Vejamos o que diz... 

- (Ele) Eu perdi você?

- (Ela) Parece cansado...

- (Ele) Eu a perdi?

- (Ela) Eu amei você por toda minha vida. Mesmo antes de conhece-lo. Uma parte nem era você, era a promessa de encontra-lo. Mas, nesses últimos dias, você cumpriu sua promessa. Como poderia me perder?   

Eu me coloquei no lugar dela, casada com um homem como eu, que digo toda a verdade do que sou capaz de fazer, que a amo acima das paixões circunstanciais e que não irei trocá-la por nenhuma outra pessoa, qualquer que seja o atrativo que me ofereça, não dentro dos paradigmas de vida que assumo e que procuro respeitar na prática da vida em todas as circunstâncias. Este seria o homem que eu, sendo mulher, amaria antes de conhecer e ele fazendo o que hoje eu faço, jamais iria perde-lo.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/09/2021 às 23h12