Como orientação ao meu leitor que chega agora, oriento que procure ver o início desta série de textos indicados com o “S” de sessão para não perder a lógica do raciocínio, e se achar conveniente fazer críticas ou comentários.
J – Estamos iniciando a quinta sessão do julgamento e autorizo a volta ao banco das testemunhas do Réu, para continuar as suas explicações.
AD – Você estava explicando o uso da bússola comportamental que o Cristo ensinou na relação com sua primeira esposa, que este tribunal considera como a primeira vítima de suas atitudes. Você disse que achou utilidade em usar a bússola, não para as consequências imediatas, mas para as consequências futuras que você já sentia o desenrolar. Mas foi indagado: qual seria a posição da sua esposa se você se colocasse empaticamente no lugar dela?
R – Algumas vezes coloco em minhas orações que o Pai permita que eu volte outra vez reencarnado neste planeta de Provas e Expiações, num corpo de mulher e que eu me case com um homem que tenha o comportamento exatamente igual ao que eu tenho, para que eu possa demonstrar como uma mulher deveria se comportar em tais circunstâncias. Pois é isso que você me pede para fazer, de outra forma. Se eu estivesse no lugar de minha esposa, não iria deixar de ser surpreendida pelo fato que ele me contou. Iria ficar agradecida por ele ter sido honesta comigo. Iria ficar gratificada por ele ainda me amar, apesar de não ter a paixão de antes, e que não quer se separar de mim por qualquer outra pessoa, mesmo que sinta paixão por essa outra pessoa. Eu iria entender os impulsos biológicos que ele sente na condição de homem, de macho, de acordo também com os estudos biológicos que fiz, dos conhecimentos a esse respeito que tenho. Ficaria envaidecida por ele sentir tão fortes desejos instintivos e não esquecer, não deixar de sentir o nosso amor e não querer romper nosso companheirismo ou a proximidade com nossos filhos. Entender os momentos onde ele tenha a necessidade afetiva de ficar com outras pessoas para atender sua afetividade, como entendo a necessidade de ele passar noites de plantões trabalhando para atender sua responsabilidade financeira conosco. Ficaria ainda mais orgulhosa, ao saber que ele atende todos esses desejos afetivos, românticos, sexuais com outras pessoas, com base no amor incondicional e seguindo a bussola comportamental do Cristo. Estaria pronta para ajudar a todas amigas que se aproximassem dele e tivessem a oportunidade de aprofundar o relacionamento até o nível sexual, se fosse conveniente. Sentiria o prazer de ambos como se estivesse na carne do meu marido, seguindo a orientação bíblica de que somos carne da mesma carne, e o que ele sente eu devo sentir, seja prazer ou dor. Iria amar a todas as pessoas que o amam e vice-versa, como forma de consolidar meu amor com ele a dimensões estratosféricas, que imagino ninguém ser capaz de alcançar. Os nossos filhos seriam ensinados, por mim, inclusive, que o pai tem uma sintonia imensa com o amor incondicional, que segue as lições do Cristo, que não mente nem é hipócrita, por mais que falem de forma distorcida do seu comportamento. Ensinaria que a arvore boa se identifica pelos frutos bons que produz, então, se querem saber se seu pai é uma árvore boa ou ruim, procure ver os frutos que ele produz dentro da sociedade. Iria saber que o desejo sexual que ele sente ocasionalmente por outra pessoa, jamais irá ser superior ao amor divino que ele possui e tem em mim a principal companheira, e que o sexo carnal é apenas um detalhe da vida eterna que iremos desfrutar juntos pela eternidade que o Pai nos oferece. Onde eu iria encontrar outro companheiro igual a este? Era assim que eu sentiria, que eu pensaria e que eu faria.
AA – Você está atendendo o compromisso com a verdade que jurou no início?
R – Sim, conforme deixo indícios por onde passo e conforme o Pai sonda o meu coração.
AD – A aplicação da bússola comportamental que o Cristo ensinou, acredito que ninguém nesta sala é contrária a ela, você conseguiu aplicar a contento nessas circunstâncias que você estava vivenciando?
R – Não. Tive dificuldades de aplicar por questões culturais e biológicas...
J – Vamos interromper mais uma vez e continuar na próxima sessão...