Imagine um soldado convocado para uma guerra ancestral, onde as batalhas se desenvolvem a todo século, que várias pessoas já foram convocadas, desde sempre, com os mais diversos perfis e competências.
Imagine que dois são os comandantes nessa guerra, por um lado, Deus o Criador de tudo que existe, onipotente, onisciente e onipresente; do outro lado está o Demônio, a antítese de Deus. Este Demônio, também criado por Deus, como tudo que existe no mundo, existe energeticamente dentro de nós, identificado como o Behemoth no livro de Jó. Tem a finalidade de proteger e desenvolver o nosso corpo, expressa a sua energia em nossa mente e podemos identificar cada uma das suas sete cabeças nos comportamentos caracterizados como os sete pecados capitais: gula, preguiça, avareza, orgulho, vaidade, ciúme e luxúria.
Nós somos os combatentes nesta guerra constante e cada século, cada milênio, apresenta suas particularidades. Os dois comandantes estão dentro de nós e se expressam na consciência, onde está a lei de Deus. Quem desperta para esta realidade, que estuda os livros de história e sente as batalhas acontecerem ao redor, percebe a responsabilidade de se alinhar ao projeto de Deus como combatente sob a liderança do Mestre Jesus, o nosso governador planetário.
Foi neste ponto de compreensão da vida em que estou inserido, que resolvi fazer a vontade do Pai, entrar como combatente esclarecido nesta guerra. Sei que os dois comandantes supremos desta guerra estão dentro de mim, como estão dentro de cada pessoa que faz parte de um ou outro exército. Agora o que vai prevalecer para o meu bom ou mal desempenho acontecer são as minhas virtudes e defeitos que trago comigo. Tenho que eliminar ou diminuir a força dos inúmeros defeitos e aumentar a força das frágeis e insipientes virtudes. O Behemoth tem o seu império dentro do meu corpo e domina meu campo mental na maioria das vezes. Sinto que sou conduzido em busca dos prazeres dos sentidos, em busca principalmente ao atendimento da gula, da preguiça e da luxúria, por mais que eu, espirito, saiba da minha responsabilidade de gerenciar todas as ações comportamentais em meu entorno.
Ao fazer estas reflexões, vejo que estou ainda combalido dentro da guerra, todos os recursos adquiridos dentro da academia, dentro das diversas religiões, principalmente no Evangelho de Jesus, não estão sendo aplicados com constância e sabedoria. Preciso vencer a principal cabeça do Behemoth que me domina, a preguiça. Não quero dizer que devo deixar de dar importância para aquelas atividades que dizem respeito às responsabilidades do campo material, do trabalho que me traz os recursos financeiros. Neste campo de atuação todos reconhecem que desenvolvo bastante trabalho, que sou um trabalhador constante e eficiente. Tenho que fazer isso, é verdade, estou satisfeito com o meu desempenho neste campo material. Mas o que sei que é mais importante é o desempenho que devo ter no campo espiritual. É no mundo espiritual que a vida real se desenvolve. Aqui na Terra, no mundo material, serve apenas para um treinamento, uma escola que o espírito deve passar para aprender como domesticar o Behemoth e como aplicar o amor incondicional que é a principal lição para seguirmos na evolução, individual e coletiva.