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29/09/2021 00h28
CRISE DA IGREJA CATÓLICA – (02) RUPTURA OU UNIDADE

            Para entender uma pequena parte da grande crise que atinge a Igreja Católica, vou colocar e refletir sobre alguns argumentos colocados por Pedro Affonseca, o presidente do Centro Dom Bosco, na sua aula “Unidade e divisão na Santa Igreja Católica”, que estreou em 26-03-2021 no YouTube, e consta nesta data com 33.531 visualizações, com 3,8 sinais positivos e 71 negativos.

            O primeiro ponto da aula de hoje é demonstrar o óbvio. Precisamos perder tempo replicando o óbvio como de forma inaudita. O óbvio é dizer que quem gera divisão no seio da Santa Igreja é quem promove o erro e não quem o combate. Muito pelo contrário, quem combate o erro objetiva restaurar a unidade que foi perdida com a propagação do erro. Então, terei que me deter durante boa parte da aula para debelar esse primeiro erro.

            Mas, este não será o único erro a ser combatido nesta aula. Nas últimas semanas eu vi isso, é preciso dizer, a mão de Deus. Algumas pessoas vieram falar comigo, algumas que não se conhecem, que falaram com temor de todo esse movimento de combate aos erros, não apenas com relação a Campanha da Fraternidade, mas também das aulas que dei sobre o catecismo da crise, e um estudo mais profundo do Concílio Vaticano Segundo. Sim, defendem que houve erros no Concílio e que foram promovidos e que isso afeta as nossas vidas até hoje, mas que isso poderia levar a uma ruptura exterior com a Santa Igreja Católica visível, e com as autoridades eclesiásticas que nos governam atualmente. Percebo que de fato, se olhamos as redes sociais, sobre alguns argumentos que são promovidos, de fato esse risco existe. É um erro que se situa no outro extremo. Se num extremo estão aqueles que se omitem e entendem que qualquer combate aos erros é um ato de divisão, por outro lado há aqueles que entendem que uma ruptura mais severa é necessária, que nós devemos romper com a estrutura visível da Santa Igreja hoje, romper com as autoridades eclesiásticas que nos governam.  

            Dedicarei um tempo nesta aula a debelar esse segundo erro para que nós de fato caminhemos de forma equilibrada, e isso não é fácil nestes tempos de crise. Gostaria de dizer um simples esclarecimento importante, pois falarei como presidente do Centro Dom Bosco e tudo que eu disser aqui deve servir como um princípio para todas as ações do Centro Dom Bosco e também da Liga Cristo Rei. Se eventualmente algo destoar desses princípios que vou colocar, não será algo que afete a essência do apostolado, será simplesmente um erro de percurso, alguém que destoa, mas os princípios devem estar muito claros. Isso vale especialmente para as aulas que eu mesmo tenho dado aqui sobre o Catecismo da Crise. Essas aulas precisam ser compreendidas a partir dos princípios, que já foram colocados antes, mas parece que precisam de maior ênfase.

            Ruptura ou unidade, é a decisão que se pode tomar a partir do reconhecimento do erro. Primeiro, houve erro? Se há acusação quanto a isso, se os acusados de promoverem o erro não tentam justificar seus comportamentos e partem para acusar os acusadores, a ruptura está feita. Por mais que a visibilidade externa não demonstre isso, mas as ruminações internas dos posicionamentos contrários tendem a se exacerbar uma ruptura cada vez mais evidente.

            A unidade é preferível à ruptura, mas tem momento que é necessário a ruptura. Lembro do comportamento da liderança de diversos países europeus quando Hitler começou sua ofensiva bélica. Como estavam temerosos de provocar uma nova guerra mundial, mantiveram uma política de apaziguamento, de evitar a ruptura da paz. Foi esta unidade que se mostrou perniciosa, pois o nazismo se fortaleceu cada vez mais, chegando a ponto de dominar o mundo. Foi justamente o político mais crítico dessa unidade pacífica que foi levado a liderança da Inglaterra e não concordou com essa paz vergonhosa.

            Foi o posicionamento firme de Winston Churchill que fez a ruptura com tal comportamento nazista. Mesmo correndo o risco de uma derrota frente ao grande poderio da Alemanha, foi essa ruptura que proporcionou a vitória da liberdade, contra a ameaça do reinado do Reich de 3.000 anos.

            Da mesma forma acontece com a Igreja Católica, cujos rumos foram alterados da meta proposta pelo Cristo. Seria uma leviandade e covardia quem percebesse tal alteração e permanecesse calado para evitar a ruptura com o erro. Esta é a questão, os críticos não estão promovendo uma ruptura com a Igreja e sim com os erros que foram colocados dentro dela.   

Publicado por Sióstio de Lapa
em 29/09/2021 às 00h28