Tem relatos no livro sagrado, a Bíblia, sob a influencia do mundo espiritual no mundo material, com implicações no corpo biológico. Foi o que aconteceu com Maria, a Nossa Senhora, mãe de Jesus.
Sua gravidez aconteceu por obra do Espírito Santo de Deus, sem necessidade de haver uma relação sexual tradicional, sem penetração nem fertilização com esperma masculino, com a ação dos espermatozoides.
Um anjo avisou a Maria que isso aconteceria e ainda foi avisar a José, para dirimir a dúvida que ele passou a ter da honestidade de Maria.
Todos conhecemos a história, Jesus foi gestado, nasceu, viveu 33 anos e cumpriu uma das missões mais importantes para a humanidade. Um filho gerado dentro da dimensão material com a influencia da dimensão espiritual.
Fico perguntando... será que pode acontecer o contrário, de um filho nascer na dimensão espiritual com a influência da dimensão material? Pode haver uma interação matéria-espírito como na matemática onde a ordem dos fatores não altera o resultado? Pois 3x6 não é igual a 6x3? Portanto, se a dimensão espiritual foi capaz de gerar um filho na dimensão material, a dimensão material não poderia gerar um filho na dimensão espiritual?
Vou tirar a partir daqui todos os argumentos preconceituosos de pecado e refletir de forma coerente, tendo como base o fato do nascimento de Jesus ter sido uma verdade, acontecido através da influência do mundo espiritual.
Primeiro ponto, não sei como se deu a mecânica dessa influencia do espírito sobre a matéria, mas considerando a narrativa como verdadeira.
Segundo, como poderia a matéria interagir com os espíritos, se os médiuns dizem que o telefone só toca de lá para cá, isto é, que não podemos tomar a iniciativa de iniciar um relacionamento, se somente a dimensão espiritual possui essa prerrogativa?
Terceiro, seria necessário que a dimensão material tomasse a iniciativa para o fenômeno se realizar no mundo espiritual.
Não tendo outra forma de aplicar um mecanismo coerente para a geração de um filho no mundo espiritual, tenho que recorrer a clássica relação sexual, sabendo que temos um envoltório de natureza material-espiritual, o perispírito, que recobre nossas formações biológicas, materiais.
Sabendo que nosso espírito pode se desdobrar do corpo e penetrar no mundo espiritual na forma de perispírito, imagino que leve consigo todas as formações biológicas do corpo, inclusive os espermatozoides. O mundo espiritual está povoado de seres que desencarnaram e estão com os seus perispíritos em diversas tarefas ou situações, desde o umbral até escolas de recuperação, fraternidade e evolução espiritual.
Mesmo o espírito não tendo sexo, mas se está ocupando um corpo perispiritual, ele está identificado como homem ou mulher. Nesse caso o espírito de uma pessoa encarnada pode fazer sexo com o espirito desencarnado, com seu perispirito. Algo parecido com o que acontece com os Íncubos e Súcubos, entidades espirituais que fazem sexo com mulheres e homens, respectivamente, durante o sono.
Acontecendo o sexo entre o espirito encarnado (perispírito com o cordão de prata) com o espírito desencarnado (perispírito sem o cordão de prata), o espermatozoide perispiritual de um se uniria com o óvulo perispiritual do outro, gerando um filho perispiritual.
Até aqui fui levado pela coerência, sem querer abusar das leis de Deus, apenas querendo saber até onde vai sua extensão.
Sei que no mundo espiritual não há o progresso do corpo, com suas diversas reproduções automáticas através do DNA que se multiplica. No mundo espiritual as coisas são mais estáticas. Apenas quem evolui é o espírito, do ponto de vista consciencial. O corpo é um instrumento para essa evolução acontecer, onde cada espírito pode gerenciar algum corpo em algum momento da sua evolução espiritual.
Será que a consciência que gerencia o perispirito pode fazer a dinâmica do seu corpo espiritual acontecer como se tivesse no mundo material? Se isso for possível, mais uma vez a mulher é fator determinante. Da mesma forma que Maria gestou Jesus por essa influencia espiritual, uma mulher na dimensão espiritual deve gerar um filho por influência material. Não há como fazer o raciocínio coerente sendo o homem o protagonista da gestação, já que isso é função da mulher.
A coerência vai até a união do espermatozoide perispiritual com o ovulo perispiritual. A partir daí não teria como haver a reprodução das células para formar um novo ser perispiritual. Mesmo assim, digamos que os gametas consigam se reproduzir, não teria que haver um espirito para gerenciar esse corpo perispiritual?
Esta forma de reflexão termina esbarrando em sérias incoerências que impedem o avançar da imaginação, a não ser que seja aceite as incoerências ou buracos na racionalização.