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11/11/2021 00h10
FÍSICA QUÂNTICA E NEUROCIÊNCIA (01) – PLANETAS

            Irei colocar neste espaço de forma fracionada a apresentação do Prof. Sérgio Luiz Morelhão, Professor de Física aplicada da USP, que tenta fazer essa aproximação da Física Quântica com a Neurociência. Este trabalho foi publicado no YouTube em 24-09-2020 e foi visto em 10-11-2021. Contava com 25.289 visualizações com 748 reações positivas e 24 negativas.



            Se você acessar esses canais no Facebook você verá as datas e temas das outras palestras na semana que vem. A gente vai ter uma palestra de uma colega do Instituto com esse tema: Por que somos bípedes nus? As evidências que a física fornece (16-05-20).



            Hoje quem está falando é um colega do Instituto com as seguintes características:



Física Quântica e Neurociências



O que essas áreas têm em comum?



Prof. Sérgio Luiz Morelhão




  1. PhD em Física pela Universidade de Campinas (1994)

  2. Pós-doutorado na Carnegie Mellon University, PA, USA (1996)

  3. Pesquisador no Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (1997)

  4. Livre docente pelo Instituto de Física da USP (2007)

  5. Pesquisador visitante University of Guelph, ON Canadá (2017)

  6. Atualmente Professor no Departamento de Física Aplicada (IFUSP)  



Área de Pesquisa:



Física do Estado Sólido, com ênfase em cristalografia



            A ideia dessa apresentação é que a Quântica sempre chamou meu interesse e chegou uma certa hora que chamou meu interesse também pela neurociência e acabei percebendo algumas relações interessantes nisso. E a ideia dessa apresentação é simplesmente discutir um pouco mais a fundo e compartilhar com vocês essas coisas que tenho visto.



            Vou fazer uma pequena revisão da história como ser humano neste planeta, a aventura que temos feito para tentar entender a realidade que a gente vive.



            Isso começou há muito tempo, desde a Grécia antiga, que o Aristóteles, por exemplo, ele não via nenhuma evidência de que a Terra estava em movimento. Não tinha um vento constante vindo de alguma direção, e para ele a Terra estava imóvel.



            Então Ptolomeu desenvolveu um geométrico das órbitas dos planetas girando em torno da Terra, e interessante que isso durou por muito tempo. Esse conceito não foi uma coisa passageira. Durou mais de 1000 anos e basicamente por falta de tecnologia. Não tinha uma tecnologia que permitisse você fazer esse tipo de medida.



            Isso somente foi mudar com Nicolau Copérnico mais de 1000 anos depois. Ele sim, conseguiu achar evidências de que os planetas giravam em torno do sol. E na hora que a física, a ciência e o nosso conhecimento começou a mudar, com o Galileu Galilei, que começou a fazer alguns estudos de movimento acelerado, foi ele que percebeu que a frequência do pêndulo só dependia do comprimento do pêndulo e isso deu origem 50 anos depois que ele achou as relações matemáticas sobre o período do pêndulo. Aí desenvolveram o primeiro relógio mecânico que a humanidade teve. Ele fez outros estudos sobre inércia que foram a base do que Newton Fez depois.



            Mais ou menos em torno do mesmo ano, usando o telescópio, que também teve uma contribuição do Galileu para aprimorar isso, fez uma observação das órbitas dos planetas e percebeu que as medidas ficaram elípticas. Só que naquela época tinha uma confusão muito grande entre o que eles esperavam da realidade e o que a realidade realmente era. O próprio Kepler não gostava da ideia de ter encontrado órbitas elípticas. Ela achava que tinha de ser órbitas circulares.



            A grande pergunta que tinha na época era porque os astros se moviam. Tinha aquela noção que Deus criou o universo e o que estava movendo os astros? Achavam que eram anjinhos que ficavam empurrando a lua, as estrelas, e por aí vai.



QUADRO



Da Grécia antiga à Física Quântica



A aventura humana em busca do entendimento da realidade



Antes de Cristo (BC)



Aristóteles 353 BC – Geocentrismo (Terra imóvel)



Século 2



Claudius Ptolemy 135 AD



Modelo geométrico (órbitas em torno da Terra)



Século 15-16



Nicolaus Copernicus 1508 AD



Heliocentrismo (planetas em órbita ao redor do sol)



Século 16-17



Galileu Galilei 1600 AD – movimento acelerado, pêndulo (relógio)



Johannes Kepler 1600 AD – órbitas elípticas (leis da mecânica celeste)



            Nesses estudos iniciais observamos como conceituações e paradigmas de realidade eram tão destoantes da verdade. O que hoje parece tão claro para quem tem um nível de escolaridade razoável, para outros, muitos brasileiros que vivem dentro de uma realidade conceitual coerente com a visão imediata que têm do mundo, nós estamos enganados. Conheço um senhor de cerca de 60 anos, que não aceita de nenhuma forma que a Terra gire em torno do sol, pois ele ver o sol se movimentando todo dia de um lado para o outro; também não aceite que a Terra tenha rotação, pois se tal acontecesse todos cairiam quando fizesse uma volta. Não tem como tirá-lo dessa “certeza” defende com veemência o seu ponto de vista sem encontrar lógica nos meus argumentos.



            Para isso serve a educação, mostrar passo a passo como é a realidade que encontramos com nossas pesquisas. Por isso que é perigosa uma escola partidária, cujos professores defendem uma ideologia, pois eles podem estar errados e induzem no erro aos seus alunos. É importante que sejam colocados os fatos como aconteceram e depois procurar achar a causa que os produziram e as consequências que podem surgir.   


Publicado por Sióstio de Lapa
em 11/11/2021 às 00h10