Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
19/11/2021 00h17
DISCRIMINAÇÃO

            O Sermão da Montanha é também um manifesto político porque se dirige a todos os homens de forma integral, tanto na sua vida privada como na pública.



            A ordem cristã não pode ser lesiva para ninguém, mesmo que essa pessoa não seja cristã, tenha outra religião ou mesmo não tenha religião alguma, seja pagã, ateia. Lembro do meu amigo, I, que se diz ateu e é uma das pessoas mais próximas da vontade de Deus, como eu entendo e muitas vezes não consigo fazer a vontade do Pai, como ele faz com tanta naturalidade.



            Cristo ama, respeita e defende todo homem, sem acepção de pessoas nem discriminação de qualquer espécie, tudo o que seja conforme à ordem natural na convivência.



            A palavra “discriminação” quase sempre assume o significado de “tratamento injusto”, porém é preciso lembrar que tal termo possui também o sentido de “distinção”, isto é, ação de distinguir, diferenciar.



            No primeiro sentido, é evidente que Deus não discrimina ninguém, pois a ninguém dispensa tratamento injusto.



            No que se refere ao segundo sentido, porém, Deus de fato discrimina, pois ama os homens de forma diferenciada.



            Deus quer que todos os homens se salvem, e nisso realmente não há nenhuma discriminação. Porém, as respostas dos homens à Graça de Deus variam, de modo que também suas obras e seus méritos variam, o que faz com que haja, sim, da parte de Deus uma justa discriminação, pois Deus, Misericordioso e Justo, castiga o mal e premia o bem.



            Isto me traz algumas reflexões. Tenho Deus como meu Pai eterno, o meu criador. Existe também o pai biológico, como eu sou, também co-criador de filhos. Eu, como pai biológico e me espelhando no Pai eterno, não posso discriminar nenhum dos meus filhos no primeiro sentido, assim como o Pai faz.



            Porém, no segundo sentido, da mesma forma que o Pai faz, para ser Misericordioso e Justo, tenho que discriminar as obras e os méritos dos meus filhos, para que haja a semelhante misericórdia e justiça da minha parte.



            Fico a pensar se o meu comportamento também se assemelha ao comportamento do Pai, se eu tenho tido alguma falha nas minhas obras e méritos, por ter sido tão rejeitado por minhas companheiras/esposas no decorrer da minha vida. Faço uma consulta à minha consciência, onde se encontra a lei de Deus, e não vejo pecados nesse sentido. Tudo que fiz foi com reflexões éticas e justas, associadas à vontade do Pai, a quem devo respeito e obediência, a quem, por Ele, eu possa ficar despido em praça pública, como aconteceu com meu xará em Assis. Os frutos que assim vieram, na contribuição da forma de vida de cada pessoa que se envolveu comigo, foram saudáveis e nutritivos, significando a natureza da árvore que sou.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/11/2021 às 00h17