A Universidade tem a missão institucional de estudar o pensamento, principalmente o humano, que proponha formas de melhorar a qualidade de nossas inter-relações e trazendo um constante e progressivo bem estar individual e social. Usaremos o conteúdo escrito no Evangelho de João, na Bíblia da Editora Ave Maria, edição para estudos, edição claretiana de 2012 e transformada em filme, “A Vida de Jesus”
Irei utilizar as falas do filme que será apresentado aos participantes com meus comentários e reproduzido neste texto com a cobertura do texto presente na Bíblia. A minha participação sem se dará nestes textos em negrito, em qualquer ponto que eu considere importante um esclarecimento, dúvida ou direcionamento.
O Evangelho foi escrito duas gerações após a morte a crucificação de Jesus Cristo. O conteúdo se passa no período em que o Império Romano controlava Jerusalém.
Apesar da crucificação ser o método preferido de punição dos romanos, ela não era sancionada pela lei judaica.
Jesus e todos seus primeiros seguidores eram judeus. O Evangelho reflete um período de polêmicas sem precedentes e de grande antagonismo entre a igreja que surgia e as convicções religiosas do povo judeu.
Este filme é uma representação fiel desse Evangelho.
Vamos estudar um pensamento que foi divulgado há cerca de 2000 anos, não diretamente por seu autor, Jesus Cristo, mas por aqueles que o acompanhavam, como foi o caso de Mateus, Marcos e João do qual utilizamos seu relato aqui. Certamente muitos equívocos podem ter sido realizados, pois esses relatos não foram feitos de imediato, e a memória pode ter falhado ou desviado em busca dos interesses do redator e não da veracidade do que o Cristo quis ensinar.
Vamos entender a situação política e religiosa da época. Roma estava no seu apogeu dominando boa parte do mundo, inclusive os judeus de onde Jesus surgiria. Os romanos adoravam diversos deuses, inclusive seus imperadores que se intitulavam deuses; os judeus adoravam um único Deus e esperavam que Ele mandasse o Messias prometido, para livrar o povo da escravidão.
Observemos a polarização belicosa que existia nesse contexto, com a corrupção grassando tanto de um lado, dos dominadores, como do outro, dos dominados. Roma queria manter o seu domínio e recolher seus impostos para garantir o seu luxo, mordomias e manutenção do poder; os judeus queriam a vinda do Messias para os liderar com a força da espada e os prodígios de Deus na revolta contra os romanos, como tantas vezes havia acontecido nos relatos do Antigo Testamento.
No começo, aquele que era a palavra já existia, ele estava com Deus, e era Deus. Desde o princípio a palavra estava com Deus.
Por meio da palavra Deus fez todas as coisas e nada do que existe foi feito sem ela. A palavra era a fonte da vida e essa vida trouxe a luz para todas as pessoas.
A luz brilha na escuridão e a escuridão não conseguiu apaga-la.
Houve um homem chamado João que foi enviado por Deus para falar a respeito da luz. Ele veio para que todos pudessem ouvir a mensagem e crer nela.
João não era luz, mas veio para falar a respeito da luz, a luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina todas as pessoas.
A palavra estava no mundo e por meio dela Deus fez o mundo, mas o mundo não O conheceu.
Aquele que era a palavra veio para seu próprio país, mas o seu povo não o recebeu, porém alguns creram nele e o receberam e a estes lhes deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Eles não se tornaram filhos de Deus pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascemos, filhos de um pai humano. O próprio Deus é quem foi o Pai deles.
A Palavra se tornou um ser humano e cheia de amor e de verdade. Morou entre nós e nós vimos a revelação da Sua natureza divina. Natureza que recebeu como filho único do Pai.
João disse o seguinte: “Este é aquele a quem eu me referia quando disse, Ele vem depois de mim, e é mais importante do que eu, pois Ele já existia antes de eu nascer.”
Porque todos nós temos sido abençoados com as riquezas do Seu amor, com bênçãos e mais bênçãos.
A lei foi dada por meio de Moisés, mas o amor e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
Ninguém nunca viu Deus, somente o filho único, e está ao lado do Pai. Foi quem nos mostrou quem é Deus.
Este é o prólogo escrito por João. Observemos que é tudo um puro ato de fé. A fé que o povo judeu já vinha desenvolvendo desde o tempo de Abraão, há centenas de anos. Fé, todos nós possuímos no cotidiano. Quando vamos a uma parada de ônibus, a fé gera a esperança que o ônibus chegue em determinado horário e nos leve a determinado destino. A fé nos leva aos bancos escolares com a esperança de adquirirmos uma profissão, um trabalho digno e uma vida de qualidade com parentes, amigos e colegas. Observamos assim que a fé é uma ferramenta frequente e necessária para nossa evolução vital, considerando coisas que podem existir ou não, como reais, e consequências possíveis ou não, que podem se realizar.
Somos convidados a conhecer a fé de João que é a fé da maioria dos cristãos. Acredita em um só Deus, Creador de todas as coisas. Estava associado à palavra, por meio da qual fazia tudo, era seu instrumento, fonte de luz e de vida. Brilha na escuridão e a escuridão não pode apaga-la. Deus mandou uma pessoa para falar da luz que estava chegando, cheia de amor e verdade. Foi mandada para seu povo, mas seu povo não o reconheceu, apesar de sua revelação divina com curas e milagres. Ele é considerado o filho único por sua proximidade exclusiva ao Creador, enquanto nós, também criaturas de Deus, mas somente podemos nos considerar seus filhos quando entendermos que Ele é nosso Pai.
Este é o convite que João nos faz, aconselhado que foi por Jesus para agir assim. Acatar como verdade os princípios de fé que Jesus ensinou e que se espalhou por todo o mundo, principalmente no Ocidente, principalmente no Brasil, considerado o principal país cristão entre as nações e que está destinado de acordo com algumas previsões a ser a “Pátria do Evangelho e Coração do Mundo”.
Cada um de nós formamos paradigmas abstratos de vida para ajustar o nosso comportamento ao mundo real em que vivemos. Dentro desses paradigmas estão contidos os princípios espirituais que geram a fé e em muitos a participação efetiva em determinada igreja. Mas todos procuramos atingir uma meta, a construção de uma sociedade ideal, um verdadeiro Reino de Deus, não importa o veículo real que vamos utilizar, porém os meios não podem ser contraditórios aos fins.